quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Aprendendo a AMAR

 Tenho sorte porque nasci aprendendo a amar e receber amor. Não disse nasci sabendo, mas aprendendo Aprendi rápido e forte e venho amando muito, ainda assim não sei, apenas aprendo.
 Amo minha família, amo meus amigos, amo a vida, amo a tudo que de maneira positiva e negativa me constituiu, amo também a possibilidade de amar.
 Então conheci alguém que vem emudecendo o meu amor. Eu olhava para ela e via algumas coisas de meus amigos, eu via também algo da minha família, eu via muito da vida nela, eu via um pouco de mim. Eu vi nela o meu mundo, nos olhos dela imensidão, no sorriso a alegria que queria ao meu lado para sempre, na pele dela eu quis a pela minha!
 Eu que tanto amei na vida, que tanto amor vim aprendendo, vivi então o medo de amar, pois o desejo era de alma e quando é de alma é tanto que a mente tenta ponderar. Ponderei o quanto pude, mas naquela noite já não podia mais, naquela noite ao dizer "eu te amo" as lagrimas caíram rompendo com qualquer ponderação.
 Nunca antes houvera amado assim de mãos dadas, nunca antes houvera experimentado a sensação de romance tamanho que se tenha vontade de perder-se no outro, com o outro. E então venho me deparando com mais um aprendizado do amor: venho aprendendo a amar calada, porque as palavras já não dão conta do amor que quero dizer!
 Tudo que posso escrever ou falar é clichê! E mesmo eles são incompletos!
Eu a amo calada, e falando o tempo inteiro!
Eu amo ela ter me ensinado que ao invés de "mas" eu posso usar "e"
Eu amo ela ter carinho nas palavras e no olhar
Amo aprender a amar a praia
Amo ela amar a praia
Amo o novo sentido que a palavra Santos tem hoje em minha vida
Amo a ironia dela amar as palavras e eu viver dislexiando elas todas
Amo ela gostar de poesia e MPB
Amo ela ser a grande responsável por eu conseguir prestar atenção nas letras das músicas
Amo ela reclamar que eu não abraço depois que adormeço (e pretendo sinceramente convencer meu inconsciente a ser mais carinhoso!)
Amo ela viver a música como uma espécie de mantra diário multidiversificado
Amo ela ter muitos amigos e ter muito espaço na vida dela pra eles
Amo a maneira doce como ela ama a família
E por amá-la tanto, já amo a família dela de brinde, afinal para terem criado uma pessoa tão incrível eles certamente são incríveis
Eu amo a ideia de ficar com ela muito tempo, mas muito tempo
Amo também a frase "que seja eterno enquanto dure" porque ela na verdade fala da verdade mais verdadeira da vida, só que de um jeito meio torto... para mim ela diz: o agora é eterno então viva-o como tal.
 Eu A amo nessa eternidade do agora! Um agora curioso que fica tentando saber do passado para amar o passado também, um agora teimoso que nega que o 'antes' ele não viu, e um agora obstinado que tem certeza que permanecerá no futuro e logo sonha, logo se planeja ao lado dela!
 Eu amo esse meu agora também!
Ah! Como ando amando!!! E se ando tendo tanto amor é porque tenho tido o amor dela, multiplicador do meu!

 E antes de terminar de jogar tudo que borbulhava em mim para esta tela em branco devo dizer, ou melhor, confessar que se coloquei no passado os vários verbos no começo do texto, é porque ainda estava construindo coragem para colocá-los no presente e no contínuo!

http://www.youtube.com/watch?v=fNB7OdyX3_g

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Um só dia Muitos pensamentos

 Penso, decido escrever, ligo o pc, e tudo se perde! Cada partícula de pensamento, cada intensão da alma escarrada em palavras, tudo se perde! Uma vez, duas, três!
 "Talvez esteja resistente a ideia de digitar" decido travar briga com, seja lá qual, processo interno que estava a me impedir! 
 Penso novamente, corro pegar caneta e papel, não adianta. Para minha completa decepção, nada adiantou!!
 Todos os meus pensamentos de hoje se perderam! Todos se descolaram de mim, se perderam de mim, me perdi de mim, me perdi da palavra, me perdi do pensamento, me perdi da história!
 Fui completamente perdida!
 E tudo que, até agora, consegui escrever é essa ausência de mim e das palavras por mim escarradas!

 Falta     Buraco       Saudade      Paixão      Sonho      Letra      Memória      Cultura      Desastre      Acaso         Sola     Só     União      Desatino      Antipático        Construção       Fala       Feito       Revolta      Dor       Passo     Bussola       Duvida   

Dúvida?
Duvida.
Duvida?
Mas é claro! E como não? Um tanto quanto um pouco demais, demais tanto que deveria menos, tão menos quanto pudesse ser, mas não tão pouco que não se fosse ver.
 Se ver não com os olhos, se ver com a testa,
Se ver longe, ao ver fazer festa
Se permitindo a insanidade do escracho
a insanidade 
insanidade
in sanidade
sanidade
san idade
idade
i dade
dade
da de
de
d e
e
e

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Bons Encontros!

 Eu andava absolutamente distraída pela rua. Olhei na direção dos ônibus para me decidir de vez se iria a pé ou de condução, e foi então que percebi que alguém me encarou. Olhei e era uma pessoa que eu conhecia muito pouco, mas que tinha carinho de sobra!
 Conversamos o trivial sem saber que minutos depois estaríamos trocando confidências e filosofando sobre a vida juntas. Ela me disse que estava indo para a casa do namorado, professor que estava dando um churrasco porque seria paraninfo de um turma que ele dava aula, então acabei com minha dúvida mesmo ali, "eu iria andando".
 Fui acompanhando ela e chegando na altura do caminho que tomaríamos rumos diferentes, vi ela exitar quanto a ida a festa sozinha, e ela me pediu para acompanhá-la, e eu por algum motivo, me joguei na vida e disse que iria, mas ficaria apenas por alguns minutos.
 Entrei, e me deparei com a agradável surpresa de que figuras que haviam sido muito importantes na minha vida estavam naquela mesma festa (ex-professores do cursinho), pessoas que me ajudaram a me formar como sujeito, que me levaram a desconstruir preconceitos e perceber que o mundo era muito mais torto do que eu podia conceber e que muito da beleza dele estava exatamente na não-linearidade.
 Hoje tive um bom encontro, que me abriu a possibilidade de viver muitos bons encontros numa mesma noite! Encontro com pessoas que partilham de uma identidade de classe, de uma identidade social, e de um ideal de vida: viver para viver e fazer viver melhor! Sou grata ao universo por essa grandiosa noite! Sou grata a vida por essa linda coincidência! Sou grata a minha amiga por ter me convidado a ir com ela!! Sou grata a mim mesma por ter conseguido apenas viver o momento e me permitir uma rota diferente da que eu houvera traçado!!

sábado, 23 de novembro de 2013

Popular Anda a Farmácia



Não há como negar
Os homens dessa vez puderam matéria enxergar
Em seus gabinetes com gordos cartões a usar
Aquele papel verde decidiram considerar
Papel que nos muitos bolsos se quer chega a entrar
Papel que imprime no corpo a dureza do privar

Universalidade, equidade, integralidade
Uma promessa de aplicá-los com seriedade
Sem dúvida atende à múltiplas realidades
Mas será que dosa as reais necessidades?

Regionalização, hierarquização, descentralização
Não há quanto a estes muita reclamação
Certamente atingindo importante parte da população
Sem ter no usuário do SUS predileção
Considerando a pesquisa na comunidade e a transformando em ação

Nessa cena resolubilidade é indiscutível
receita + tratamento contínuo = cura tangível
Ao que se propõe resolver é de fato plausível
A não participação da comunidade, no entanto, perceptível

Será possível conceber
que consumir é participar?
Será provável ouvir dizer:
Mas há empoderamento no comprar
Será possível não ver
Que na verdade se trata do verbo 'doar'?
É inteligível perceber
Que ter o remédio serve para dor aliviar

Mas se deve ter cuidados
O remédio se popularizou
Vimos hoje corpos dopados
Cuja  chaga não se curou
Afinal esse sistema precisa de soldados
Para erguer os prédios que o patrão mandou
Que patrão é esse que não se tem falado?
Certamente da indústria farmacêutica que no senado se sentou
O que importa se foi sujo ou não o tratado
Quando indiscutivelmente a realidade de muitos melhorou?
Sem dúvida este é argumento fundado
Mas quais foram aqueles que essa ‘realidade’ determinou?

Muitas questões a se debater
Talvez mesmo estejam tirando o direito do sujeito adoecer
O colocando num continuo, subjetivo e intangível padecer
E o tirando  a chance de na expressão corpórea transparecer
Talvez alienando ainda mais, no movimento de ao corpo entorpecer

Mas não sejamos tão pessimistas
O programa traz grandes premissas
Atende a uma demanda social, e tem tido conquistas
Mas a origem do todo vai para muito além do medicinal, sejamos realistas]
Um importante e bonito programa de raízes assistencialistas
Que não pode deixar o foco 'comunidade' e 'saúde' a perder de vista!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

COLCHA DE ReTaLhO retalhada

 É tudo tão belo, tão incrivelmente inspirador de vida e de luz, tudo tão leve, reluzente. Tudo tão mentira! O feio passou a existir e ser tratado como pecado! Não ouse entristecer, a ditadura atual não é da moda, é antes da felicidade! Se não és feliz, compre que se sentirá melhor, caso não lhe dê jeito, certamente esta pilula dará!
 Arrogância         inescrupulo         sujeira        defeito             mal cheiro                                      má estética                               desamor                             inveja        secura                        indiferença            RAIVA


 Santa ignorância dos que ignoram!
Sou igual a tudo que foi composto por matéria e movimento, sou fluxo jogado na vida e não cabe a ninguém julgar-me diminuindo minha complexidade a uma frágil e frígida palavra! Um livro não daria conta de contar de mim, ou de qualquer outro nada na vida ou na morte! As palavras faltam porque elas sobram, são frouxas e ainda assim apertadas de mais. Palavras me reprimiram e me libertaram, e não por existirem ou por dizer da libertação ou pretender reprimir, mas porque MEUS OLHOS AS LIAM, MEUS OUVIDOS AS OUVIAM, e logo os sentidos foram eu que dei.
 Não há no mundo ferramenta de comunicação mais fragmentada que palavra, ainda assim, nada há ferramente melhor. Nós humanos ainda somos demasiadamente infantis, seres que ainda operam na concretude da realidade, e logo não sabem ouvir o que não é dito, e mesmo o dito é bruto e tosto, pois enviesado por todo o resto que ele diz pelas metades com o corpo e os tons e nuances de voz que, num rompante rouba a intensão de controle do homem.
 O que acontece nesse mundo absolutamente torto de palavras quando a leitura o entorta ainda mais? Ele vai ganhando forma bem peculiar! É perturbado pelas coisas que são ditas por trás das palavras e as palavras quando assim confrontadas com o não dito sempre perdem a força que pretendiam ter! O mundo das palavras dói e acaricia! E não é bom, não é ruim, como eu, como você, como tudo que compõe até mesmo o nada!
 Sorte -Se é que ela existe - que ainda tenho a música!! Crua, densa, infinita, sem uma única palavra de dizendo o mundo!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Pedra E Água

Santificaram a pedra
Demonizaram a água
O que é fixo, rígido, inflexível, e tem forma bem delineada é milagre do seu "Deus"
Aquilo que é fluxo, que se curva em si mesmo, que se deixa guiar é pecado

      - A pedra protege! É seguro ser pedra! Ao chocar-se com outra pode-se até mesmo fazer fogo! O fogo é de suma importância pois ele destrói abrindo espaço para construirmos mais fortalezas de pedra. Somos adoradores da pedra, não por apenas por ela ser pedra, mas principalmente porque é o correto a se fazer. Ser água é um absurdo! Onde já se viu dar vida? Vida é perigoso por demais! Deixe-me tentar dar-te um exemplo: Um leão é vida, de vida a um leão e ouse não usar da pedra, verá ele crescer, o alimentará e logo será alimento dele. Impiedosamente tudo que é vida acaba te matando! A pedra é a única possibilidade de felicidade, claro que será uma felicidade futura porque agora estamos construindo, mas assim que terminarmos seremos os mais felizes! Aqueles que não andam pela pedra serão severamente punidos, jamais desfrutarão de felicidade alguma, sofrerão a consequência de sua falta de consistência, pois em nome da moral não podemos aceitar algo desse tipo!

    E a água?
Será que ninguém percebe que rios correm sobre pedras, as lapidam, as levam a modificar sua forma para que sirva a vida ainda mais tempo? Alguém percebe que a pedra trás minerais importantes a água, fundamentais para essa continuar a manter a vida? Ninguém consegue ver que pedra é beira, água é maioria?
 Pedra e Água
Por que não Pedra e Água??

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Ela

Ela parece um relógio sem ponteiros!
Ela parece o próprio sol!

Amor Meu

É, meu amor! Contigo vivo o mais frágil de mim
Vivo construção, vivo descoberta, vivo desrespostas sem fim
Hoje tenho me permitido a invenção de palavras, a invenção de tragédias
de nirvanas, a invenção do todo em fim

É, meu amor! Não deve ser fácil alojar-se em mim
Só agora ando descobrindo desverdade, só agora descubro saudade
Só agora ciúmes, só agora assim
Mas não te quero longe, amor, aceito pacienciosamente: dificuldades tecem cetim!

É, meu amor! Você já me disse que para ti não há dificuldade
Confesso que talvez seja meu o desconforto dessa liberdade
não é mesmo fácil deixar o sentir maior que outras faculdades

É, meu amor! Você já me disse que não há verdade
Mas na luta com meu eu, minha humanice por vezes se faz tempestade
Então me arranha os telhados, me derruba as árvores, me perturba a cidade

É, meu amor! Sorte minha, que o tenho
Que o vivo, o exalto, o desdenho
o desfaço, reinvento, mas sempre o mantenho

É, meu amor! Te faço centro em meu ser
Com você ensino e aprendo a deixar viver
No meu mundo busco por-te em tudo, sempre me surpreendendo com as belezas tão únicas que fazes florescer!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Fragmentos Que Não Poderiam Não Ser Escritos


"Tira as coisas da gaveta. Não é bem assim!"
"Olha você engavetando de novo."
"Não. Não dá pra falar porque se eu falar não vou ser fiel, sempre vai faltar"
"Eu tô te ouvindo,Tha."
"Não cai, não. Porque eu te seguro."
                                                                        Ela e aquele universo tão dela: 
                                                                                                          Cheio de palavras, repleto de silêncios!

Também Me fez enxergar-me
 "É engraçado como as vezes você fala desse jeito difícil, Tha"
 "O que?"  
"Por que?"
 "Me explicaaa!"

                                                                 Ela daquele jeito tão dela, adentrou universo meu: 
                                                                                                                Cheio de sentimento, repleto de racionalidade!


 Achava-me toda leveza e voo
Mas deparei-me com os pés infincados ao chão
Sorri em deboche e acolhimento de mim, quando vi que apenas minha mente houvera sido capaz de voar
Meu corpo? Ah, Ele ficou estático e padeceu por não ter sido levado junto.
Tudo foi percebido apenas quando minha mente voltou do céu, quando senti uma mão tocar a minha, me lembrando que minha mente nunca houvera sido deslocada do meu corpo.
Ela, então, segurou minha mão, me chamando para voar, mas meus pés ainda estavam presos.
Agora, com olhos e mente abertos à realidade, a vi a voar..voar.. voar..VOAR.... 
Ela voou de corpo, de mente, voou na vida, voou ...
Ela me fez lembrar que é possível voar!!
Me fez perceber que não é preciso desenhar sempre árvores fincadas ao chão. Que as vezes podemos desenhar balões.
Agora ensaio os traços, os ângulos, balanços, ensaio meu voo, 
Enquanto voo contigo, sentindo-me muito bem vinda, mesmo sem saber ao certo se fui convidada.

       
Ignoro momentaneamente a covardia humana frente o amor!
Jogo me momentaneamente no nós sem pretensões de saber nos diferenciar!
Te amo, neste instante como nunca houvera amado antes e me permito momentaneamente assim amar!
Perco-me momentaneamente  de mim, e só me encontro em tua pele, em tua boca, em tua alma!
Ignoro a vida, e vivo mais que nunca, vivo arriscando me na possibilidade de morrer no outro, vivo viva, mais viva que jamais vivi!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

It's being too much on me!
Not the others did it
It was all me
 Fist didn't realize how things really were, then didn't accept the bullshit was all over, and when I finally realized everything was pretty messed up in the whole world I had to accept the whole world had been bilt inside me as well.
 I had to change everything inside myself before doing anything else, but that is pretty painful, simply the hardest job I've ever had! And here I am, wishing things got back to be as beautiful as once, as easy as once, as simple as once. And asking myself if I've lost the romantic sight to the world, if I've lost hope, if I've lost... If I'm lost.

Pesou

Essas palavras não me deixam em paz!
Descobri o porquê de parte da minha implicância com elas. Elas me são confusas demais, todos as usam mas poucos observam a que elas estão servindo, o que elas constroem e o que destroem ao passo que são usadas. Todos sabem dizer que palavras são ferramenta importante, mas poucos observam as obras que estão sendo criadas por meio dela.
 Eu ouço as palavras escaparem daqueles que a dizem e me sinto louca! Palavras são o que colocam mais perto da loucura. Eles dizem e para mim falam o contrario. Eles dizem e para mim simplesmente não se ouvem! E eu.... Bom, eu também digo sem ouvir, eu também falo o oposto do que realmente digo, também sou cega, e muitas vezes também não sei o que minhas palavras estão construindo... Eu também...
 Eu ...
 As palavras...
 }A loucura.
Preciso do silêncio. Silêncio não da ausência dos sons, mas silêncio das palavras! Cansei-me de tentar dizer, cansei-me de ouvir. Estou exausta, exaurida das palavras.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ela

 Ela tem olhos enormes que me encaram a alma
 Tem alma grande que me encanta os olhos

Viver no Agora

Viver o agora, não se antecipando nem se prendendo no que já passou! Esse é o ideal, o irreal.
 Tudo que me cerca e que hoje tem morada em mim me diz que o certo é pensar obsessivamente no como solucionar a questão do amanhã, e me faz olhar obsessivamente para o ontem para não cometer os mesmos erros. Me disseram o tempo todo que nada sei quando sinto, que meus sentimentos são cegos, e quando não, traiçoeiros, me levando para uma masmorra do caos, do fracasso.
 Como viver no presente absoluto, se tudo que minhas faculdades intelectuais me trazem é o que já vivi, como modelo de resolução, e a tentativa de prever e resolver os problemas antes deles me atingirem em cheio o peito e me deixarem sangrar ao chão?!
 Maldita razão rasa, que me impede de viver a fundo! Maldita humanice que me distancia do todo que pertenço por me colocar no centro! No centro de um mundo que, por minha pequenice humana, vejo caótico!!
 Não sei se hei de encontrar esta paz de viver o hoje, não sei nem mesmo se alguém, que compartilha deste mesmo recorte histórico-social que vivo, consegue. Sei, porém, que para vivê-la terei que me tirar do centro, que exercitar minha desrazão, meus instintos, meu Eu menos respeitado, menos ouvido, menos falado.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O tema tem sido nada, culpa e falta

 Ando fugida num mundo que só meu, ando falando mais "eu" do que qualquer outro pronome, ando conjugando mais verbos na primeira pessoa do singular, ando olhando mais no espelho que reflete a alma, ando mergulhando no mar de imensidão que se tornou essa minha história e esses vários passos curtos com o qual a trilhei.
 Ando refugiada neste lugar que nem eu mesma consigo sentir palpável, apenas sei que ando mergulhando nele porque muito frequentemente tenho perdido o folego e tido que dar um jeito de subir novamente ao mundo compartilhado da superfície.
 Coloquei as palavras 'egoísmo' e 'alienação' de lado, porque percebi que elas estavam me servindo ao oposto do que tenho buscado. Tenho buscado transformação e neste momento de minha existência nenhum outro processo se daria tão eficaz quanto esse mergulho que estou dando.
 Lamento, apenas, o possível descaso com que posso vir a tratar aqueles que, como construído em nossa relação, venham me procurar para auxilio, ou até mesmo apenas reconforto. Caso isso aconteça não seria porque suas questões ou mesmo eles como pessoas tenham perdido valor, é que minhas questões andam tão a flor da pele que tenho me sentido um pouco cega e surda para questões alheias. Certamente, terei de explicar tal fato a alguns deles, a outros, felizmente não precisarei me prestar à tanto, pois estes estão tão perto que terão entendido e nem mesmo buscarão por satisfação de tipo algum.
 Tem sido bem diferente habitar este novo lugar no mundo. Tenho me sentido muito confusa e a maneira com a qual me relaciono com as pessoas tem mudado muito. Tenho me resguardado do outro por pensar que qualquer aproximação me levaria a depositar um peso ou sugar deste outro, por estar numa busca incessante das minhas respostas tenho me avaliado como uma péssima figura para se partilhar a vida, pois seja o que for acabarei por por borrar com minha obsessão momentânea por esclarecimento e mudança. Provavelmente devo estar pessimista, reclamona, e repetitiva. Vou me aturando e tentado poupar os outros do mesmo esforço, na medida que for me sendo possível.
 Paciência, Thais. Paciência...

domingo, 6 de outubro de 2013

Tudo igual... Bem igual Mau igual

Tudo igual, tudo sempre igual!
Me desiludo com a mesmice patológica do mundo  mas não sem antes desiludir-me com a sua mesma mesmice  Tudo que nos cerca é errado divisões e mais divisões subvertem a vida  a paz  e o direito a diferenças libertárias e emancipadoras.
 Tudo igual, tudo sempre igual!
 Os mesmos costumes os mesmos erros os mesmos vocábulos os mesmos rostos Você anda pelas mesmas esquinas encontra os mesmos restos ignora da mesma maneira aos mesmos oitenta porcento de coisas diariamente Conserva os mesmos valores concerta as mesmas cagadas defende as mesmas porcalhadas e se prende no mesmo vazio do nada
 Tudo igual, tudo sempre igual!
 As falas igualmente sem pontas sem pontos cheias de nós os olhos igualmente sem vida sem luz sem alma sem voz Você anda corre escarra e continua repetindo Repete seus pais seus tios e imitando discaradamente seus avós
 Tudo igual, tudo sempre igual!
 Os relógios rodam na mesma direção os ponteiros se movem em igual velocidade e passam pelos mesmos pontos os únicos relógios distintos são os quebrados e ainda assim estão iguais e os outros o julgarão repetição  E ele repete repete e reproduz a vida daqueles que se negam a ir e acabam ficando Tentam nadar em outra direção mas emperram O movimento motriz dessa selvageria é bruto e tenta te impelir a ser eternamente incapaz de sair dele
 Tudo igual, tudo sempre igual!
Você pode cansar de ficar parado se sentir mesmo quebrado e se mandar consertar para voltar a produzir como o mundo produz e certamente o fará uma ou duas ou três e até muitas outras vezes até achar condições de se explodir para fora dessa estrutura de relógio
 Cospe, arranca, bota vírgula e ponto, ria mais, volte mais, e não repita! Não reproduza o caos no qual vive. Se recusa a continuar, se recusa a ser modelo de exclusão, segregação e desamor. Vive diferente, busca o diferente, e não engole nada do que não é belo, correto, vivo. Ignora essa nojeira e vive mais, seja mais, muito mais, talvez mesmo sendo menos

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Janela JaeMim


  Dá só uma olhada nessa paisagem! Caramba! Como tudo isso é lindo. Como o dia está agradável. Observe lá no horizonte, bem no canto superior direito. Está vendo? Como aquela árvore consegue ser tão bela? Acho ela a mais bela dessa região. Tudo bem que provavelmente mudarei de ideia daqui há algum tempo, ela também mudará, todos mudamos.
   Nossa, como é bom olhar a paisagem daqui! Essa sempre foi minha janela preferida da casa. Já passei horas e horas olhando para fora e contemplando essa infinita beleza da vida. Muitas vezes eu vinha aqui para olhar o caos, chuvas fortes, ventania, ou mesmo dias tão quentes que podia se ver o chão queimar e o verde suplicar por sombra. Via de fora e achava que daquele lugar eu conseguia não estar exposta a nada daquilo.
  Mas um dia essa percepção mudou. Foi o primeiro dia de uma sequencia de dias, que até então, bastante incomuns em minha vida, dia que não consegui ficar horas na janela, estava impaciente, nada conseguia contemplar, primeiro senti um tédio, olhei para fora e o dia estava entediante, outrora senti-me triste pelo tédio que sentia, e o dia lá fora houvera escurecido. Então saí da janela por um tempo, fui ocupar-me com alguns fazeres e acabei me sentindo mais leve, mais tarde fui a janela e o dia houvera clareado, estava belo e silencioso.
 "Como podia o dia fora da janela ser tão influente em meu humor? Não podia ser coincidência. O mundo me influenciava mais do que eu pensava?" Foram as primeiras perguntas que me levaram a grande nova resposta: Não só o mundo me influenciava, mas as coisas que passavam dentro de mim me faziam ver o mundo de outra forma! Percebi então que o mundo me muda e eu mudo o mundo!
 Toda essa vivencia só fortaleceu minha preferência pela paisagem desta janela. com uma diferença nesses últimos tempos: agora tenho uma vontade enorme de estar do lado de fora dessa janela, quero ser parte da paisagem vista. Quero enfeitar, enfeiar, tomar sol, chuva, causar mudança e ser mudada por tudo que me cerca.
 Fico feliz por ver o dia tão lindo, porque só um dia lindo me faz ter vontade de sair, e se o vejo lindo, sei que trago beleza no peito para espalhar no mundo.
 Olho pro lado, vejo a porta. Ando em direção a ela, coloca as mão na maçaneta. Abro a porta! Agora é dó andar! Andar, e depois correr! E alguma hora sentar, em outra dançar. Agora é só viver!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Para que Dar Nome?

 Como queria eu neste momento ter tinta ou argila para expressar-me agora! Elas poderiam ser tão mais fiéis aquilo que busco tirar do meu peito e jogar no mundo. Mas palavras sujam menos, palavras dão menos trabalho, palavras são mais concretas e menos fiéis.
 Mas palavras são tudo que tenho e por este motivo acabo, as vezes, até mesmo dando as valor que transbordam o valor que realmente vejo nelas. Falo das palavras, e continuo a falar das palavras, na tentativa de sabotar meu próprio propósito de falar do que realmente quero colocar pra fora, ou talvez de conseguir fazê-lo sair...
 Sim, é isto que estou a fazer, não estou me enganando ou enrolando a qualquer par de olhos que possam estar a ler, estou na verdade tentado fazer sair o que está aqui mas ainda não tem forma verbal. Para tanto preciso tempo, preciso espaço, preciso desprecisar.
 Sinto que de alguma forma quero dizer do amor, sinto também que quero falar do como se ama, e das coisas que o amor trás dentro de fora da gente... Sei quero falar do ato de casar-se, sei que quero dizer desses sentimentos ambíguos e caóticos que trago no peito e na construção social quanto à este significativo rito de passagem que é o casamento. Sinto que quero colocar pra fora... quero cuspir, ou talvez virar do avesso e observar o que se passa dentro.
 Mas a essa altura já vou desistindo, estivesse eu pronto para colocar pra fora por escrito, certamente, já teria saído.
 Todas as pessoas sentem. Mas algumas respiram o que sentem, outras mastigam, outras cospem, e algumas até vomitam ou mesmo nadam em seus sentimentos. Não. Todas as pessoas são um todo de complexidade, seus sentimentos universo da complexidade dentro do complexo. Qualquer tentativa de definição racional se faz reducionista, tanto quanto se reduzida a capacidade de controle do homem diante de toda a complexidade que rege a bela sincronia perfeita e abundante da vida!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Fazendo As Malas

 Você já se vai, apesar dessa minha sensação de que mal chegou! Como pode ser esse "até logo" se antes o abraço aconchegante do "seja bem-vindo" não chegou a ser sentido?
Como à todos, eu tenho vivido esse luto frente à despedida. Distante despedida. Calada despedida. Contida despedida, como a grande parte do muito que nos rodeou. Mas o luto mais difícil que venho vivendo não tem sido o do que deixará de ser, mas sim o que nunca chegou a se concretizar no 'ser'.
 Podíamos ter sido tantas coisas, podíamos ter sido tão mais, tão melhor, mas fomos apenas o que fomos. Na nossa história vivemos mais brigas que confidências, torcemos mais o nariz do que se estendemos os braços, usamos muito mais do silêncio educado que da discussão. Tudo isso foi mais do que fomos, mas nunca apenas.
 Vou olhando pra trás e aceitando que fomos o que fomos, e que agora somos algo outro que ainda não sei definir. Neste momento olho pra trás e tento lembrar apenas de tudo que em menos quantidade fomos. Daquelas raras conversas banhadas a altas gargalhadas, daqueles conselhos desencontrados mas que não se calaram, dos abraços mudos, mas cheios de bom afeto, das conversas de cumplicidade faladas naquele nosso inglês de passarinho novo.
 A partir deste "até logo" não sei exatamente como as coisas seguirão, o que sei dizer com toda certeza é que esse amor que nos une sempre foi maior que todas as nossas muitas diferenças, nunca deixando sermos indiferentes uma a outra. A proximidade talvez tenha nos distanciado um bocado, a diferença quando muito próxima pode ser um pouco difícil de lidar, e quem sabe esse bocado de distância não irá nos aproximar bastante.
  Sinto saudades do que nunca fomos, sinto saudades do que fomos, e incrivelmente otimista sinto saudades do que seremos!
Te amo, Sis.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A morte do Tempo

TIC TAC ..TIC TAC.. TIC TAC....
TIC TAc..Tac..tac....ta c...t a c.....
ta...... t a............. t.......... t.....
.......................................
______________



_ Caara, o tempo morreu!!! Você ficou sabendo?
_ Não brinca, amigo!! É sério? Como assim?!
_ Estou lhe dizendo. O tempo morreu, Cara! Ouvi no noticiário da rádio.Ninguém sabe exatamente quando ou como, muitos disseram que a algum tempo ele andava visitando os hospitais em internações longas e que sua morte era de certa forma até prevista, e até que talvez ele tenha se suicidado, mas não se sabe ao certo se algo disto é verídico. Fato é que ele morreu e agora todos aguardam o resultado da autópsia para saber o que causou sua morte.
_ (silêncio) Estou chocado! Poxa, o tempo era tão bom... Todos sempre falaram tão bem dele. Você se lembra como ele costumava curar tudo, como costumava ser o único capaz de reverter fortes desilusões na vida, como ele era precioso e todos tentavam a todo custo preservá-lo?
_ Pois é.. Também estou atônito com essa notícia. Mas sabe, pensando aqui agora, acho que essa fase que as pessoas começaram a tentar preservá-lo foi bem quando ele começou a se enfraquecer, hein! ... quer dizer, claro que assumindo que aquela história de que ele passou por um período de adoecimento foi mesmo real ,né?!
_ É, amigô, acho que você tem razão! Vamos esperar sair o resultado da perícia, né, mas... agora que você falou, fiquei pensando também e acho que é bem provável que o tempo não tenha se matado, nem adoecido. Por mim ele foi é assassinado mesmo!
_ Como assim, cara?? Os policias não descartaram essa possibilidade mas disseram ser pouquíssimo provável, e eu concordo... Fala sério?! Por que acha que ele foi assassinado? Quem iria querer assassinar um cara tão bacana como o tempo??
_ Vc já ouviu falar do tal do Neoliberalismo? Aquele, que é filho do liberalismo, neto daquele casal mais rico da família do industrialismo?
_ Ah, sim! Sei... Mas o que teria a ver o Neoliberalismo com o tempo, ainda mais para ter motivo para matá-lo?
_ É, meu amigo, parece que você sabe, mas sabe pouco sobre essa família! Eles foram por muito tempo considerados das melhores famílias reais que já existiu, mas de uns tempos para cá as calamidades causadas por este último filho prodígio e mimado tem se revelado cada vez mais pesadas. Acho que ele deixou o poder subir a cabeça e passou a agir sem considerar muito as questões humanitárias da vida. Ele se perdeu no poder, e acho que o Tempo andava atrapalhando o processo dele de exploração.
_ Como assim? Ainda não entendi. Por que o Tempo o estaria atrapalhando e por que seria necessário matá-lo?
_ Talvez o Neoliberalismo tenha observado que a ausência do Tempo nos lugares era algo positivo para seus negócios porque levava as pessoas a uma maior alienação uma vez que perdiam o contato com seu eu mais profundo ao se perder nas suas obrigações. O Tempo, quando era presente ele promovia conflitos internos, e questionamentos que sempre levavam a grandes ou pequenas revoltas, e essas revoltas elas acabavam promovendo a autonomia que é justamente o que o Neoliberalismo tanto defende como ideal, mas tanto teme e oprime na realidade!
_ Nossa! Preciso mesmo saber mais deste tal Cara aí. Como pode um alguém ser tão incoerente assim?!
_ Incoerente?? Não! Para mim isso tem outro nome: Perversão! Esse Neoliberalismo é um perverso! A busca dele não tem fim, e certamente essa morte do Tempo deve ter tudo a ver com ele. Ele é muito influente! Suas políticas adentram as casas e mentes das pessoas e elas passam a facilmente agir por seu controle, acreditando que estão agindo em benefício próprio enquanto apenas servem a ele. O Tempo era um dos únicos com força e influencia que se prestavam contra o Neoliberalismo assumidamente. Esse posicionamento pelo jeito custou muito caro, agora ele está morto e tudo que nos restará será a saudade de quando tínhamos o Tempo conosco!
_ Pois é, isso concordo. Sentirei muita falta do tempo, saber da ausência dele me faz doer uma dor muda! Na verdade já me dói.
_ Melhor nem pensar nisso, meu amigo! Nosso horário de almoço logo acaba, nem dará tempo de terminar de comer de tanto que falamos da morte do Tempo. Aliás...Estamos atrasados, vamos logo se não perderemos o dia de trabalho!
_ Nossa!! É verdade! Nem notei como se passaram rapidamente as horas!
_ Corre, cara! Larga esse prato aí e vamos fazer o que nos é obrigação! Depois do trabalho temos academia, não se esqueça, não podemos ficar parado que isso é doença!
_ Opa, pode deixar... Aí quem sabe não vemos no noticiário da academia alguma noticia nova sobre a morte do Tempo.
_ Opa! Com certeza...


 "Neoliberalismo é acusado de assassinato por envenenamento letal da grande figura política da atualidade, o Tempo"


_ Pois é, não disse? Ele foi mesmo assassinado!
_ Desculpa, cara. Tenho que fazer uma ligação, porque as horas estão voando...
_ Vai lá, amigo. A gente se fala quando der, também estou na correria.
_ Falou! Até.


                                          Funeral
 Tomei a liberdade de escrever essas palavras de despedida livremente, peço desculpas aos demais pela simplicidade, mas garanto que é com toda emoção!

 O Tempo morreu! Restou o silêncio profundo refletido nos olhos vazios de mentes cheias, de bocas vagas, de olhares desatentos, de paladares viciados, de atos... de ruídos. Restou o silêncio de milhões de palavras, o silêncio de atos, o silêncio de ruídos.

 O Tempo foi morto! E restou sua falta, sua falta que preenche de bolhas de ar o lugar do questionamento, o lugar da angustia existencial, o lugar do lugar desocupado no ser!

O Tempo se foi! Mas ainda nos resto os grandes ensinamentos que ele nos deixou. E para aqueles que o tem apreço, que possam eternizar ao Tempo, não deixando as próximas gerações se esquecerem da sua importância histórica, nem dos seus grandes feitos! O Tempo um dia existiu, e em nossos corações sempre existirá! Amém.




domingo, 15 de setembro de 2013

Queria tanto Dis'pensar'

 Ela: _ Que filme é esse?
 Eu: _ Na chamada fala algo do tipo: "quando o encontro com o inconsciente leva a perder o contato com o que é real"

 Falei do filme sem perceber que falava de mim!! Não foi a toa meu instantâneo desconforto após a frase. Tão instantâneo quanto a minha rápida justificativa não verbal com imagens do filme que me remeteram a sensação de que o desconforto era simples ansiedade dada pela expectativa em ver o filme!
 Cinco dias sem entrar na internet, muitos meses me perdendo no tempo e espaço real, aulas perdidas, planejamentos frustados, desejos sabotados por uma mente que parece flutuar na realidade pouquíssimo concreta enquanto ainda perdida na realidade ilusória do 'eu'.
 Eu.. como me senti tomada pelo anunciar daquele filme. Aquele, que me mostrou em imagens cortadas e de maneira mais dramatizada, concreta e pesada o drama, o cimento e o peso que talvez carrego em mim e sequer dou-me conta.
 Não dar-se conta é mais grave que a dor da luz em olhos acostumados com o escuro, pois este primeiro faz-nos escravos das nossas ilusões.
 Talvez eu ande presa em minhas ilusões, ou talvez ande olhando pra luz, sentido a dor, e querendo desesperadamente serrar os olhos novamente.

 "Nascer dói! Mas, amiga, você está nascendo! Parabéns!!! Estou achando lindo esse seu processo de descobrimento, de reencontro com a sua verdade, e dessa força que está emergindo e te permitindo ser-te de fato no mundo"

 Eu disse a ela sem perceber o quanto de mim mesma deixei sair naquela frase! Mas qual o preço desse processo de nascimento existencial autêntico que sinto ter estado enfrentado? Na verdade o preço tenho pagado todo ele... Minha real grande questão é "até quando?"
 Sempre me achei torta no mundo, de repente o mundo me fez torta, fui entendo minhas não linearidades e tendo condições de ver muito do descompasso do real. Nesse movimento insano do que se é de dentro, de fora, real, irreal, e de tudo que transpassa, une e separa os polos que poderiam gerar equilíbrio, me encontro eu, ainda sem entender direito como tudo funciona, ainda sem perceber que o solo é firme, que meus pés estão bem calçados e que agora já posso correr livre.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

 Nega as amarras relacionais e segue em frente. Faz se força de muralha e desfaz sentimento. Se priva do sabor doce a fim da manutenção do que te mantêm seguro. Pare os projetos insanos em nome dos que te iluminaram. Não deixem saberem, mas também não negue, aprenda a conviver com sombra e paranoia.
 Cuidado, pode secar a fonte. Cuidado, pois não beber faz ter sede. Cuidado, talvez não precisa de tanto cuidar.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Olá, Palavras

 Palavras nunca foram minha matéria-prima favorita. Ela tem material até flexível quanto as diversidade de composições que podem se dar a partir da união e separação de suas camadas, chamadas letras, porém uma vez que camadas são compostas o todo se torna demasiado rígido na sua definição, permitindo raramente um desprendimento de sua forma previamente determinada, além da sua quase que determinada posição dentro da obra inteira, rigidamente ditada por regras gramaticais cheias de exceções, que por vezes tão complexas e rígidas que chegam a assemelharem-se com formulas matemáticas.
 Arrisco dizer que para arte que é criar na vida, as palavras são das mais arredias das matérias-primas! Mas eu que nunca fui dada a ser entregue ao medo despertado pelo desafio, mesmo achando esse tipo de arte infinitamente restrita em comparação a arte não verbal, me entreguei a arriscada tentativa de me fazer expressar por este meio.
 Risco corrido, risco vivido, risco riscado. E como risquei minhas escritas e as leituras daqueles que me leram com meus erros e minhas discordâncias, todas concordadas comigo, todas concordadas em mim. Me permito o despermitido, e navego no mar daquilo que só a mim tem graça e cor. Por momentos, me desprendo de minhas amarras, das minhas dores, dos meus amores, e me faço barca de asas.
 Eu voo, eu vou, mais longe que imagino querer, dispersa no que posso ver, sentir e ouvir. Unindo sílabas não silábicas, destruindo metáforas metafísicas, reinventando o ininventado, chorando o riso preso nos olhos tristes, sorrindo o brilho contagiante das orelhas erguidas, sonhando o melhor, pensando que meu sonho é real, fugindo da moldura na tentativa de poder ser verdadeiro, porque a verdade é muito dura e mata a voz de quem não tem pandeiro pra gritar com música.
 Me despeço das palavras, agradecendo a grandeza delas, a amo e a cada dia mais, palavras lindas que levarei sempre um punhado nos bolsos, mas ainda assim me despeço por lembrar-me que tenho outras formas menos enformadas para me expressar. Que me aguarde e bem me receba a dança, a aquarela, e o se misturar!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Again

1ce again it's the very same thing
I challenge the world and the world challenges me
'I've finally gotten 2 a different point' I think
Instead, reality shows itself as pretty much the same

I'm sick of it all, sick of myself
Sick of searching 4 changes
In a way that does'n help

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

 Palavras faltam pra falar da falta. Continuam a faltar para falar dessa completude.
Sobram suspiros, sorrisos, olhares meus que se perdem nos seus como nunca se perderam em nenhum outro. Se perdem enquanto se sentem encontrados, encaixados. Não posso disfarçar o brilho que me toma não apenas o olhar, a áurea. Do sorriso bobo nem comentarei, dele não tenho muito orgulho, não por ser tortinho (pois até esse detalhe seu 'eu' tão você tornou um detalhe meio que nosso) mas por ele ser tão seu quando estou perto de ti que sequer consigo desfazê-lo. Ele começa e sai do meu controle, fica lá enfeitando meu rosto pela metade e se recusando a ir embora.
 Apesar de não gostar desse sorriso insistente, adoro sua reação quando reclamo dele! Caramba, como tem coisas em você que eu adoro! A cada minuto que vou passando ao seu lado, cada detalhe seu que se deixa revelar, cada explicação teórica e hiper contextualizada sua para se deixar revelar um traço, que talvez lhe pareça um pouco mais frágil, me faz brilhar os olhos por estar tendo o prazer de dividir essa experiência maluca que é a vida com você. Poder saber desses seus detalhes, te ter assim tão pertinho, me faz maior, me faz melhor,e torna o mundo mais doce.
 Ah, como me faltam palavras, e como me sobram sentimentos. Como me falta tempo, e como me sobra saudade! Ah, que sorte tenho eu! Sorte em estar compartilhando toda essa sobra e essa falta que compõe a vida. Sorte doce, doce sorte! Doce como tudo que rodeia as Nossas sobras e Nossas faltas!
 Das muitas coisas a serem ditas uma delas que me parecem não faltar e nem sobrar são essas, que, muitas vezes, me tomam a boca e se jogam para fora de mim, na mais pura intenção de te alcançar: "Eu Te Amo".

Minha Caça à Palavras

 Olho para o quadrado de letras soltas e embaralhadas. O objetivo é encontrar as palavras listadas acima! Um exercício simplório que por maior parte da vida julgava-me veloz e esperta sua resolução. Exercício feito, porém, sem a companhia dos demais... Eis que um dia arrisquei fazer ao lado de alguém e percebi a minha lerdeza bastante significativa em comparação com os outros. Posteriormente percebi também que eu tinha uma certa facilidade de encontrar as palavras que eram organizadas de trás para frente no quadro de letras, ou seja, aquelas que vinham da direita para a esquerda, ou baixo para cima, ou da direita inferior para a esquerda superior.
 Minha recente descoberta quanto a minha lerdeza me deixou muito surpresa. Nesse mundo onde velocidade e desempenho são a garantia do ouro em toda e qualquer situação de resolução de problema que automaticamente, competição, logo de cara me identifiquei como a tal 'looser' e passei a simplesmente sair do foco. Se não fosse vista, talvez não competiriam comigo, e eu poderia ser 'looser', mas ser no meu tempo; Talvez a vida fosse mais fácil desta maneira.
 Nunca mais consegui me convencer porém da minha velocidade, nem do desempenho. Passei, ao contrário, a desconfiar de todo aparente bom desempenho, como se cada vez que eu me sentisse bem por ter concretizado algo, aquilo automaticamente perdia valor, pois certamente não tivera sido suficientemente bom como pensado ou sentido inicialmente.
 Passei um bom tempo neste lugar escondido, desviando de qualquer foco de luz que buscasse me mostrar, pois junto a mim mostraria a 'lerdeza' mostraria as minhas palavras erradas, mostraria a minha memória falha.
Com o tempo comecei a perceber quantas outras pessoas mantinham a mesma postura por motivos similares ou, as vezes, até por motivos que eu julgava, em rompantes de egocentrismo, que se comigo não seriam tão grandiosos. Percebi também que havia aqueles que tinham as mesmas questões que eu, e que muitos outros. Questões, porém, que não os impediam do que quer que fosse. Essas pessoas se expunham e a maioria das vezes conseguiam maquiar essas suas dificuldades. Elas maquiavam bem, simplesmente dando mais foco aquilo que não lhes era falho.
 Eis que me questionei "Por que motivo não faço eu o mesmo?"
 Como eu queria fazer o mesmo, e de certa maneira ainda quero. Mas porque devo eu ceder ao mundo, quando o mundo me parece todo errado? Por que teria eu que me apresentar sem falhas, quando todos ao redor falham tanto quanto eu em diferentes aspectos? Se todos falham, devo então ter algum ponto forte, assim como todos têm. E quais seriam eles?
 Voltei para as palavras cruzadas. Sentei peguei o lápis e fui fazendo... Após alguns minutos me atentei para algo muito interessante: Eu organizava a busca por cada palavra individualmente, repetia um padrão tático de busca de palavra que me permitia achar as palavras mesmo quando elas estavam numa organização contrária ao padrão encontrado na nossa língua (cima-baixo, esquerda-direita). Mas esse padrão se dava depois de algumas palavras já encontradas, essas palavras eram achadas num jogar de olhos pelo quadro, que me fazia perceber a repetição de certas letras uma ao lado da outra, e que geralmente era uma dica de que ali havia alguma palavra, ou seja, se fazia de maneira muito mais intuitiva.
 Conclui que aprendera tais sistematizações que me permitiam solucionar o tal problema somente por que tinha a tal dificuldade com todas aquelas letrinhas embaralhadas a minha frente,  no meu caso a intuição era pouco, a dificuldade se fazia impedimento. Penso que muitas pessoas sistematizem também a maneira de buscar pelas letras no quadro mesmo sem ter a tal dificuldade. Porém a questão aqui não era mais ter uma vantagem ou habilidade única, era sim perceber que mesmo na dificuldade as habilidades surgem, e algumas vezes podem até se destacar.
 Comparação inevitável me veio a tona: A minha vida pode ser como esse quadro de letras! O problemas é que até então eu tenho vivido apenas como nos primeiros minutos que busco por palavras olhando o quadro num todo e percebendo dicas que me levam a achar algumas palavras. Nesse esquema tenho sido lenta, e portanto, a única coisa que tenho visto tem sido o meu baixo rendimento na vida.
 Me sinto sedenta por riscar as palavras listadas acima, me sinto sedenta por realizar muito mais, mas continuo aqui procurando as grandes realizações por meio do meu famoso 'deixa a vida me levar' que acaba deixando minhas cegueiras com muito mais força sobre mim.
 Logo, a solução me parece simples: Devo aprender a buscar o que eu quero com organização e determinação. Sei que acharei uma maneira. Não sei o porque insisto em tentar encontrar meios mais tranquilos, quando todas as palavras que eu podia encontrar já foram encontradas. As palavras que faltam para eu acabar está página e ir para a próxima são justamente aquelas que estão no oposto do óbvio e que não encontrarei caso não me melhore na busca por elas!

domingo, 1 de setembro de 2013

6 AM from a nightclub

 It's funny how I the only place I wish I could be right now were right there by your side, sharing this pain of yours that in a very small part, but still, is somehow a bit mine. I've gone to noise places, danced until getting my clothes wet, seen nice smiles all around, and still I'd rather be trying to dry your tears!
 It's funny how love hurts sometimes, and I'm not talking about my love for you, I'm talking about your family's love for you that has somehow put me apart of all that is the biggest thing in your life that is "them".
 It hurts not being able to be there, It hurts not being able to be more. But still, from far, I wish the bests and I wait for you, I'm waiting for you.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Represa

- Talvez não saiba fazer as perguntas certas!
- Mas quais seriam as perguntas que deveria ter feito, então?
- Bom, que fossem me dar as respostas que eu queria ouvir, nenhuma, meu amigo. Pois as respostas que eu procuro não são respostas faláveis.
- Pois é! Não entendo o porquê que ainda pergunto para tentar ouvir dizer do que apenas deveria ser vivido!
- Calma! Não se exija tanto.
- 'Acalmar-me', Não preciso disso! Afinal, quanta calma se precisa? Quanta calma ainda me falta?
- Depressa, então?!
- Pressa?
 - Represa
   Presa
      Uma hora
          Sede a sede
                Perde
                     O rumo e...
                         Ama sem fim
                                Ama enfim
                                     Ama e fim
                                         AMA
                                            ...
                                          FIM

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Praça Dos Pássaros Passados

Pássaros não sentem como ti
Não pensam ou agem como si
Pássaros apenas pássaros são
Pássaros voam e pássaros vão

Se pretendes um pássaro cativar
Não penses em dar-te o teu lar
Podes até alimentá-lo e tua sede saciar
Dê o que quiseres, ainda isso não o fará ficar

                 Pássaros não se cultivam
                                    pois pássaros sabem o que é voar

Você para o pássaro deu praça
Mas pássaro por lá passa em vão
Sua pressa em suprir, em doar
Trouxe a tu(a) praça solidão

               Derruba teu concreto, desfaz deste teu banco
                                     revira este teu solo e começa teu replanto

Replanta as árvores, que nelas galhos
Replanta as flores, que nelas cores
Replanta a vida, que nela pássaro

               Aprenda, cuida, saiba o todo cultivar
                                         talvez pássaro venha então não para passar

sábado, 17 de agosto de 2013

O que mais?

 O que desperta o maior dos sorrisos, o que tem feito meus olhos brilhar mais, o que tem feito mais falta, o que tem feito mais falta;
Racionalidade, cautela, respeito, espera, e nenhum deles deles sentimento? Talvez não há mesmo muito espaço pra sentimento nem em mim, nem no mundo. Não há espaço pra quem não sabe lidar com eles.
 Uma vez já tudo foi sentido, sem sentido algum, logo fez todo sentido do mundo. Mas o sentido é ilusão que a razão destrói. A razão me destruiu e agora me constrói.
 Qual o preço dessa construção? Como não secar?
 Quando cega, tudo parecia mais fácil, parecia saber falar, parecia saber escolher, parecia saber viver, as sombras eram lindas, felizes. Agora as sombras são apenas sombras, que as vezes na busca por um pouco de paz se confundem com o real, mas logo voltam a se mostrar apenas sombras.
 Quais são esses caminhos que estou me levando? Quais são esses caminhos?
 E o que quer minha alma que caiba apenas a mim? O que quer minha alma?
 Aprendendo a ser sujeito do desejo... Por tanto tempo enganada, tanto tempo escondida, tanto tempo tempo...tanto tempo... e quanto tempo mais? Quanto tempo mais?
 Preciso de um tempo do tempo! Preciso que o tempo me deixe em paz e pare de me fazer esperar. Coloco no tempo culpa que é minha, para conseguir continuar a me amar. Como posso? Como?

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Festas, desprendimento, diversão

 Festas incríveis e pessoas jovens incrivelmente desprendidas de repressões moralistas fortemente enraizadas na sociedade. Muitos julgam absurdo, alguns julgam demoníaco, eu já julguei admirável e em certa medida invejável.
 Julgaria até hoje não fosse minha experiência como parte desse mundo. Havia chegado num ponto que nada tinha mais a perder, e que podia então, escolher a maneira como levaria a vida. Para que perder tempo admirando e invejando o que eu não vivia se eu podia viver o que admirava?
 Comecei a sair bem mais que o de costume e a tentar o desprendimento. Foi então que me deparei com a decepção! Pensei que o desprendimento fosse real, pensei que as pessoas fossem abertas umas às outras, e se permitissem proximidade e comunicação um pouco mais desprendida. Pensei que dançassem mais livremente, que cantassem mais alto, que conseguissem pensar menos no que aqueles a sua volta pensassem delas. Como fui ingênua!! Como fui romântica!! Tais coisas não existiam!
 Na verdade elas existiam sim, mas num recorte muito específico. Elas existiam quando banhadas a álcool e, geralmente não apenas, pois só o álcool parecia não desinibir tanto assim. A maioria era banhado a drogas!
 Muitos jovens escondidos atrás das mascaras que acreditavam usar quando estavam 'doidões' e que, de certa forma, protegia suas identidades verdadeiras dos 'vexames' que eles se prestariam! Eles conheciam muitas pessoas, faziam muitos 'amigos', dançavam e cantavam insanamente sem se importar com os olhares que os cercavam, e viviam sua sexualidade de maneira mais natural e mais liberta. Mas no outro dia, muitas vezes, se quer se recordavam do que fizeram, e mesmo que se recordassem julgavam aqueles atos como pertencentes a esta 'pseudopersonalidade' deles mesmos, se eximindo de qualquer responsabilidade por aquelas vivencias, e ajudando a sociedade a manter a rígida repressão que impede que eles vivenciem tudo aquilo sem suas mascaras!
 Eu também tive minhas experiências de máscaras do álcool, e acredito que ainda terei outras. Não me arrependo de nenhuma das vivencias, mas trago comigo essa forte decepção. Pois me nego a ter de colocar uma máscara para ser 'livre'. Me nego a ter de me esconder de mim mesma para conhecer e me aproximar de pessoas livremente. Tenho tentado a vivencia dessa insanidade de ser humana e um pouco mais livre para dançar e cantar. E o mais engraçado é que muitos olham para mim e perguntam, vezes com palavras claras, vezes apenas com o olhar intrigado:
 -  "Sob o uso de qual droga você está?"
 E eu silenciosamente respondo:
 - "Estou sob o uso da vida! Tomei nada mais que uma dose de filosofia, outra de experiência, e vários shots de coragem. Delícia é estar embriagado de si mesmo!"

domingo, 4 de agosto de 2013

Durante o documentário "9 star hotel"

Presos na mágica da mediocridade de rotinas diárias. Alienados em buscas individuais pela comprovação da felicidade. Esquecendo-se da grandiosidade que só o detalhe constrói, da fortaleza que nasce no compartilhar da fraqueza, da mesquinhez embutida no ato do acumulo material.
 Perdidos na cegueira de suas dores anestesiadas, na utopia de culturas diferentes inexistentes, no completo ignorar de outras realidades. Realidades tantas mais duras, tantas mais plenas, tantas mais, tantos mais vivem e tantos ignoram.
 Num continente do outro lado do mundo, pessoas matando por ideias militares e políticos, se esquecendo que embaixo da farda, da bandeira e da dura casca moral esculpida pelo estado existe um ser humano. Pessoas vivendo situações absolutamente precárias tanto lá quanto cá, a ética se tornando utopia, a realidade de dura exploração, viver parecendo missão de sobrevivência e direitos apenas garantidos àqueles que garantam respeito a ordem social vigente determinada pelo consumo.
 Triste realidade que talvez não se possa mesmo se fazer ver por ser insuportável a dor que esta produziria. Medíocre a curta medida de nosso amor, de nosso olhar, de nosso fazer. Medíocre nossa percepção da vida e nossa real ação para a melhoria dela. Como compreender os mistérios que cercam a tal realidade? Mistérios infinitos! 
Presos, perdidos, medíocres esperançosos estamos todos nós!
 Mesmo com céus repletos de nebulosidade a luz se faz forte. Se revelando incrível a capacidade do ser humano, mesmo nas situações mais macabras de dificuldade que se pode viver na vida, ainda achar espaço para o riso, para a música e para a esperança, que é alimento da vida! 
  Ainda temos o riso, a música, a esperança. Que tenhamos mais! Porque de muito mais precisamos e precisam em nós.

 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

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 Como essa vida de neurótico é cansativa! E como poderia é simples sair dela se não fosse essa maldita neurose que complica. Ah, ironia da existência que faz cair qualquer chapéu! Em dias de vento parece bem divertido, mas em dias de chuva, molhar a cachola arranca riso nenhum!
 Como é que se faz pra arrancar esse chapéu sem vento nem chuva? Como é que se faz pra rir de qualquer careca, de qualquer cabelo desgrenhado, de qualquer? Mas rir de riso bom, de riso que faz ri junto, de riso que enamora!

#

Uma parede à frente, ao lado uma muralha, atrás já se viu, e não se viveu e não se encontrou caminhos melhores que os que conduziram a esta parede atual. Na mochila, dúvidas, incertezas, incoerências, cegueiras. Na cabeça, cordas, lanterna, faca, alimentos e um isqueiro.
 Ainda haverá sobrevivência enquanto alimentos houver, mas não só de carne vive o homem, e se não tiver esperança a morte se dá antes na alma.
 Olha-se a muralha de baixo, aparenta imensidão impossível de se ultrapassar. Só há um caminho, então: Seguir em frente. Para, e observa novamente a parede. Ainda não a tocou, ainda não tentou ultrapassá-la, julga-se então se ela é de fato real. Qual a dificuldade que é real? A dificuldade real é a de andar só. A dificuldade real é a de não saber cantar, e tão pouco compor para a voz alheia.
 A feiura da parede com a qual se depara é surpreendente. Feiura, que agora sabida!

terça-feira, 23 de julho de 2013

 - As palavras são bonitas, né?
 - Sim, principalmente depois de você!

Ah, se você soubesse quanto andou trazendo novo significado para os detalhes da vida que me rodeiam!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Uiva

 - AAUUuuuuuuuuu!
 Uivou o lobo, louco lobo, que ao invés de à lua, uivou ao sol! Sábio lobo que uivou ao que encantou seu coração. Sábio louco lobo que todas as manhãs se põe a uivar ao sol.

- ...
 Essa manhã sábio louco lobo não uivou. Não foi sábio, não foi louco. Essa manhã, olhou o sol e quis apenas seu calor, mas não soube pedir. Achou que todos os outros dias que uivou já tinham feito o sol entender. Burro lobo, sem aquecer-se ficou. Racional lobo, que pensou que as nuvens impediriam seu som de chegar ao sol. Burro racional lobo que passou a noite com o frio no corpo que o sol não aqueceu pela manhã. Burro racional lobo que nunca saberá se seu uivar teria chegado o sol e o feito atravessar as nuvens para aquecer-lo!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Deixa Ser Horizontal

Com uma lua na carteira, outra no céu
A carta no criado, que ainda não fôra escrita
Ideias no travesseiro, chuva em sonho meu

Sentimento no corpo inteiro
E o não dizer aqui cercando
Muitas palavras se empilhando

Medidas incalculadas do saber
Espaços livres no pensar
Dias de cores, tão cores, que cheiros
Olhos que brilham a vida alimentada

Nada. Concluído.
Onde? Não se ouviu dizer.
Se não disseres, não será subentendido

Me permite segurar firme o que lhe parecer frouxo
Entrelaça sua canção na minha, e se perde em nossa partitura
Uma a uma, nossas notas já se embaralham, já é claro o laço
Sentes esta forte composição? Sabes o que tua letra queres te dizer?

Bolsos cheios de sons, sons cheios de nós duas, que um laço
Risos repletos do que não se pôde dizer, ou se impediu
Acaba com seu medo, Entregue-me-o  aqui
Chama, como quiser, eu água, nós vapor
O vapor, somente ele pode voar
Sopra-nos, a vida, na direção dos mais quentes ventos

                                                            C A I  S E M  M E D O  N O S  M E U S  B R A Ç O S

Anda!
Me entrega esses seus medos
Anda!
_

Me confidencia de uma vez
Esse seu doce e resistente amor

                                                                         

                                                             Vem! E deixa de esconder na diagonal o que pode ser revelado na horizontal!

                                                                                   A M A - M E

WTF??

Talvez esta escrita não seja boa em falar poeticamente
 nem em dizer o que pretende sem dizer o que entende, ou vice versa
 a versa deste verso é descabida por talvez como criança ainda concretar
concreto no cimento, não se deixa voar, não se deixa 

Como é sonhado o dia que estes serão sabidos versar
sem linha da razão, mergulhados em metáforas e mesmo das metas fora
estes versos falarão de árvores no lugar de gente, de pedras no lugar amor
falarão bonito, e talvez em rima, falarão de trás pra frente e de baixo pra cima

Talvez também se façam mudo, e sua mudez ainda assim algo dirá
eles serão mais por não serem nada e assim poderem ser tudo
Já nem se sabe mesmo agora se fala-se deste escrito ou desta que estas palavras jorra
Versos de nada servem, pois que confuso, pois que difuso, pois que nada mais como outrora

terça-feira, 16 de julho de 2013

M de ...

... Mistério. A vida é repleto dele, mas um dos maiores e mais causador tanto de dor quanto de renovação é o mistério da Morte. A morte, única certeza na vida (todos morreremos) única completa incerteza da vida (existe o que depois da morte? Quando morrei?)  A questão é bem menos quanto ao que acontece depois dela e bem mais quanto ao que a precede.
 Imagine uma das pessoas que você mais ama, aquela pessoa que você pretende ter ao seu lado por todo o percurso da vida, essa pessoa pode ser um de seus pais, ou aquele irmão que te faz tão bem que esteja onde estiver, se em sua companhia, sentir-se-á em casa. Agora imagine-o sem vida. Imagine-o partindo para nunca mais voltar. Você nunca mais o tocará, nunca mais o verá, ouvirá, saberá.
 Raramente perdemos tempo de vida imaginando tais morbilidades, até porque, se assim o fizéssemos constantemente talvez nossa loucura se faria certa. Ninguém conseguiria viver com a dor do pedaço arrancado do peito. Ninguém suportaria o peso da plena consciência da morte! Por outro lado, pensar nela se faz importante. Nos faz dar atenção ao como vivemos nossas relações com aqueles ao nosso redor e até mesmo nossa curta, intensa e na maioria das vezes, medíocre relação com a vida.
 Ah! Como gostaria de viver mais! Ah! Como gostaria de viver melhor! Neste momento vivo a dor da plena consciência da morte. Morte minha, morte dos que amo. E como me dói pensar em não mais ter a oportunidade de tê-los por perto. E como me faz sentir quanto tempo tenho perdido por não amá-los mais e melhor. Passei pouco tempo com eles, dediquei-me pouco a conhecer alguns deles de alma.
 Sei não ter sido nem ser dificuldade só minha. Eles raramente pensam na morte. Por este motivo, por vezes, sofrem menos do que eu, acabam até por me julgar 'apreciadora do sofrer', por não compreenderem que na verdade aprecio é a vida, aprecio é a renovação, é o viver realmente satisfatório e não o viver achando-se eterno e deixando para amanhã o que realmente importa.
 Sinto que alguns deles têm deixado para amanhã a delicia de suas felicidades, sinto que alguns deles tem sonhado para o futuro, e vivido a busca pela realização desse sonho se esquecendo dos pormenores tão maiores de agora. Sinto que alguns deles tem se abandonado, se perdido na ideia de si que não foi renovada pela vida como o 'eu' verdadeiro não pode deixar de ser, sinto alguns apáticos, outros simplesmente distraídos. E muitas vezes sinto me parte disso tudo também.
 Entendo profundamente a dificuldade de se desvencilhar de tudo que nos prende nesse modo de viver que se julga eterno. Sinto-me igualmente afetada e ferida pelo mundo ao redor que, não raramente, me engessa e e me aprisiona nesta caverna  tentando me fazer crer que sombras são monstros e monstros, reais. Ah, Como entendo essa dor! E como entendo a dor ainda maior ao perceber que na realidade as correntes são mais fáceis de se tirar do que se pensa, mas que assim que começar a livrar-se delas sentir-se-á só.
 Só, nesse caminho misterioso que é a vida; só, nessa batalha por uma vivencia mais livre e menos anestesiada. Só, por não ser compreendido, e principalmente por não conseguir se fazer compreender.
 Certamente encontrará aqueles semelhantes que também buscam por esta outra vivencia da vida, vivência que não nega a morte, e ainda assim, por muitas vezes, se sentirá só, pois este caminho interno é muito interno para te poupar completamente da sua solidão.  Aprender a lidar com finitude, com infinitude, solidão, relação; Aprender a lidar com a vida, grandiosa, esta preciosa missão!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Aquele Sim

Perguntaria mais outras milhões de vezes apenas para ver novamente aquele sorriso e ouvir aquele 'SIIIM'
O sorriso mais lindo! O 'sim' mais sonoro e musical!
Perguntaria mais outras milhões de vezes apenas para sentir novamente aquela abrupta felicidade que senti
Meus olhos umedeceram de felicidade, e meu lábio secou no riso que insistia em não se desfazer!

 Mas o novamente não existirá e nisso está o doce da vida. Buscarei por outros risos iguais ou maiores seus, e tentarei das mais variadas formas manter a intensidade do sim, e dos brilhos em nossos olhos. A delicia de viver é a busca pela vida. E ao seu lado tenho tido muito mais vida!


domingo, 7 de julho de 2013

Nossos momentos mudos

 É curioso que justo com você, que tem tudo com muitas palavras, que de certa maneira tem me apresentado o magnifico mundo dos sentidos escritos da poesia e da música, justo com você que trouxe sentido novo a minha escrita, justo com você tenho vivido os melhores momentos mudos.
 Os primeiros foram aqueles que seus olhos me olhavam e convidavam os meus a mergulharem em ti. Foi num destes primeiros momentos mudos que me joguei pra fora do mergulho e nos tirei do silêncio ao soltar a  conhecida frase: "Olhão!"...rsrs... É que naquele momento eu não suportei a intensidade do não dito que nos permeava.
 Depois de pouco tempo compartilhamos o silêncio à beira mar, e fiquei surpresa com o fato de que com você o silêncio não me incomodava, com você o silêncio não me incomoda! Naquele dia devo ter quebrado nossos momentos mudos com: "Como você é linda!" , mas não porque não suportei a intensidade, apenas porque achei injusto você não saber que mesmo com toda a beleza do espetacular litoral a me rodear naquele nosso momento mudo era sua a beleza que eu estava a contemplar. Aquele dia, teve um momento em que você estava tão linda que me fez sentir frio na barriga, que me causou riso. Claramente você não deixou meu riso escapar da sua curiosidade (que por sinal, diferente da minha, precisa de palavras pra ser sessada), eu respondi que tinha sentido frio na barriga, e tive a impressão de que você me achou um pouco louca pela expressão facial ( lugar da onde mato muito das minhas curiosidades, mas muito mais cheio de incertezas) q fez entre a minha resposta e a sua: "Que lindo isso, Tha! Achei lindo mesmo!"  Depois da resposta pensei que você pudesse ter se assustado com minha reação física e te disse que eu era assim mesmo, sentia muito no corpo também,  e você apenas repetiu a primeira parte da sua ultima fala.
 Muitos silêncios foram compartilhados, e muito foi dito também antes de nossos corpos se conversarem. Outro dos nossos grandes momentos mudos! Você me dizendo o que fazer e o que não fazer sem nenhuma palavra pronunciar, falando algo apenas quando eu ignorava, por travessura ou sede, o que estava sendo dito sem dizer.  Seu corpo e meu corpo dançaram juntos, e a canção que nos tomava a audição era superada ao passo que a música que saia da nossa dança me ensurdecia. E novamente ali, seus olhares me tomavam e me levavam para algum outro lugar, onde as palavras não são ditas e nem mesmo necessárias.
 Meus nossos momentos mudos favoritos incluem esses seus olhares que tanto me dizem, e tão bem me ouvem, mas surpreendentemente ontem vivemos um dos mais lindos deles, sem ter os olhares. Tive a sorte de tê-la tido tão perto quando um sentimento me invadiu a alma e me fez deixar sair da boca um baixo dizer: "eu te amo"! E não bastava a sorte de poder sentir e dizer, ainda tive a sorte de, devido a timidez de expressar meu sentimento, reencostar a cabeça em você e ter a deliciosa surpresa de ouvir seu coração mudar de ritmo. Não houve palavras neste momento, e agora palavras não há para descrever tal vivência.
 Tal vivência ... E que vivência. E o melhor é que não me imagino vivendo essa vivência com mais ninguém além de você. Só com você cabem nossos momentos mudos, pois eles só cabem em nós!
 E termino esse texto com as últimas linhas em branco, representando a ausência de palavras que preenche muito dos nossos dizeres, e talvez simbolizando qu



sábado, 6 de julho de 2013

A CARTA que EU nunca enviarei, mas também NÃO GUARDAREI para te dar.

 Fazendo a limpeza daquilo que não tem mais serventia alguma, e-mails antigos de remetentes diversos, de passado. Me deparei com um e-mail seu. Que gosto amargo me trouxe a boca, que lágrimas doídas me trouxe aos olhos.
 Você me ensinou muito, vivi alguns dos momentos que considerei mais felizes da minha vida na época, aprendi vontade e a coragem de sentir, falar e ouvir "eu te amo", aprendi os primeiros passos da saudade que aperta e dói o peito, aprendi a reconhecer brilho nos olhos, aprendi a chorar de alegria, a viver num mundo irreal, aprendi o nosso sexo e nosso amor, aprendi o conflito, aprendi a sonhar junto, aprendi a querer tão bem o outro ao ponto de se importar menos com fato do bem do outro me doer (e como doeu, e como me ensinou a reconhecer e respeitar meus limites).
 Com o tempo fui aprendendo coisas bem difíceis, aprendi aquela nossa dificuldade de viver tão perto e ter de negociar decisões simples como "Vamos assistir filme na minha ou na sua casa?", aprendi a minha dor de ver que os sonhos as vezes não são juntos - "Meu sonho é ter um filho!" -"Filhos? Credo! Eu não quero filhos!". Aprendi que só amar não é suficiente, porque amor é muito importante, mas apenas uma das facetas que sustentam uma relação, e quando outras coisas faltam esse amor vai se desgastando, se modificando, e pode chegar a uma forma de amor muito peculiar, que é essa que sinto por você agora.
 Você fez parte da minha história, esteve ao meu lado enquanto me constituía mulher, enquanto temia ser adulta, enquanto tentava viver mais e melhor, você esteve lá. Nem sempre dando suporte, nem sempre sendo o que eu precisava que você fosse, nem sempre realmente lá, mas até suas faltas me permitiram quem sou hoje, e como sou feliz por ter conseguido chegar aqui, porque hoje sei ser um alguém melhor que ontem fui, mas ainda pior do que almejo ser.
 Por sua importância em minha história, pela relação de quase 5 anos de amizade, e por tudo que vivemos juntas, seria impossível não te amar. A falta existiu, porque existiu muitos excessos e logo meu amor por ti se modificou. Te amo como quem ama uma grande amiga que a vida levou para longe! Te amo com essa nostalgia que a história da vida de cada um trás pra si. Te amo com... Te amo? Sim, te amo, mas desse jeito terno mesmo, sem saber se amo mesmo a você ou à história e às marcas dessa desta que compomos juntas.
 Isso tudo me é precioso, o que me fez vir escrever-te não foi isso, foi isso que aqui dentro de alguma forma me dói, que é saber que jamais veremos esse sentimento da mesma maneira. A vida nunca te levou para longe, foi você quem fez questão de fechar portas e janelas, pois meu amor, hoje amigo, lhe é veneno.
 Não posso evitar a saudade de uma amiga que dividi anos, dos mais importantes da minha vida, mas muitas das vezes que me deparo com esses resquícios do passado que me fazem lembrar você e me trazem essa saudade, me forço a lembrar que talvez não seriamos amigas por sermos diferentes de mais, porque sei das suas janelas cerradas, sei das suas portas trancadas para esse amor amigo, então me coloco a lembrar de todas as dificuldades que eu tinha ao me relacionar com você, de como era intrincada  nossa comunicação, como nos machucávamos ao tentar nos entender, e aí fico mais tranquila.
 Como agora estou.
 Não te envio este escrito porque não quero veneno algum em sua vida. Se houve um motivo maior para deixarmos de estar juntas ele foi a busca por nossas felicidades, que já não era possível sustentarem uma a outra, logo quero sua felicidade como quero a minha, e para tanto, me parece que a minha distância, meu silêncio são necessários. Mas ainda assim tive que escrever para colocar pra fora, para livrar-me, continuando a me preencher de vida, já que não é mesmo costume meu preencher-me de história, tão pouco de resquícios dela.
 Obrigada por um dia ter estado aqui, obrigada por suas qualidades e seus defeitos que me foram dever de casa, obrigada por ter me levado a perceber melhor e a descobrir muitas de minhas qualidades e de meus defeitos, obrigada por nosso história, e por ter me preparado para meu presente.
 Penso em você e faço um pedido ao universo desejando que seu caminho esteja tão iluminado quanto o meu, que você tenha se encontrado fora da dor do luto pela história que acabou, que você tenha ganhado forças disso tudo, como ganhei, e que não tenha perdido a crença no amor, como eu não perdi. Desejo que você encontre um alguém especial no seu caminho que seja ambiente para o amor reflorescer em sua vida.
 Com todo meu carinho, a você Gabriela.

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"Saber o caminho que iremos trilhar é diferente de trilhar o caminho"
Uma das diversas frases presentes em 'Matrix' que me fizeram e ainda fazem viajar acerca dessa imensa experiência que é a vida!
 Este filme foi provavelmente minha primeira apresentação filosófica da vida, e certamente, dado a essa forma como o internalizei, modificou-me profundamente. O filme foi lançado em 1999, mas lembro-me de tê-lo assistido em 2000, assim sendo eu tinha apenas 11 anos e me recordo claramente da minha sensação ao final do filme. Eu sentia - "Nooooossaa!!! Que incrível!!! Tenho que assistir de novo pq tem um monte de coisa legal que esse filme fala sobre a vida q eu concordo!! E então pensava- "Mas do que esse filme fala? Nossa! =( Tenho mesmo que assisti de novo porque eu não entendi nada!!!" E voltava a sentir- " Mas que ele é muito bom ele é!".
 Como é engraçada essa capacidade que desenvolvi no decorrer da vida de entender sem entender..rsrs.. é como se o meu 'sentir' fosse mais inteligente que o meu 'pensar', e acabo vivendo esse 'saber sem saber' do mundo e das coisas, que vive me colocando em enrascadas e me tirando delas!


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Ultimamente tenho tido essa vontade de escrever maior do que de costume. Provavelmente dado ao ócio acadêmico que as férias tem me proporcionado! Ah! Como é bom ter a mente livre para criar, pensar, e construir sem ter que se preocupar com reprodução de capital cultural ou acumulo de conteúdo!
 Penso como deve ser cursar uma faculdade de filosofia. E viver o exercício deste pensar e construir ainda atrelado a excreção de conteúdo exigido por nossas "fábricas de pensadores" intituladas por instituições de ensino! Deve ser um verdadeiro desafio!
 Me ouço ao paço que penso e escrevo e chego a conclusão obvia de que, certamente, este blog já não tem mais cara de blog meeeeesmo. Tem cara é do caderno debaixo da minha cama mesmo.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

minhas palavras me entortam elas

 Não. Realmente não consigo concordar que meus "textos" são bons. Talvez aqueles que me esforço para criar, que penso e escolho cuidadosamente as palavras até mereceriam tal comentário, mas estes são mesmo exceções, isso sem dizer que alguns, mesmo com meu genuíno esforço, sequer chegam a cruzar a linha do medíocre.
 Mas sempre me perdoo. Me perdoo porque minha relação com as palavras é bem particular. Para mim elas são tão complexas e pouco lógicas quanto qualquer outra relação que teve e doou coragem para se sair da superficialidade, e quando penso isso acho minha relação com as palavras algo belo. Porque certamente enfrentamos todo o medo que causávamos uma na outra, por sermos bem estranhas e vivermos desconstruindo e inventando (muitas vezes inventando tudo "errado", que hoje facilmente com 2 erres por pura convivência, enquanto o "enrrolado" vive ganhando esse erre a mais de mim mesmo visitando com bastante constância), e conseguimos viver uma relação um pouco mais íntima.
 Essa relação íntima com as palavras, que sei que hoje tenho (e das minhas mais conflituosas), veio a afirmar o que já pensava das mais variadas relações: "Relações superficiais podem ser mais fáceis, mas são mesmo as íntimas as mais revigorantes, e as que mais trazem novo sentido a vida e as experiências (claro que com a ressalva de que tal sabor tão doce não vem sem nenhum custo)".
 Custos a parte, penso agora nos ganhos... Penso que hoje, finalmente deixei o caderno, e minhas palavras fluem mais soltas na velocidade trazida pela tecnologia. Hoje saí do anonimato, inicialmente mantido escondido com chaves, e posteriormente, por muito tempo,escondido embaixo da cama. Hoje escrevo minhas palavras tortas, me mostro em minha estranha forma de ver, compreender e vomitar o mundo de volta pra ele mesmo depois de ter passado por mim. Hoje me encaro com minha feiura, com minha esquisitice, e já não sei se ainda almejo fineza que um dia almejei.
 Eita! É incrível perceber como minha relação com as palavras tem a ver com minha relação comigo mesma! Neste momento tendo a pensar que Lacan estava muito certo (e digo na cara-de-pau de quem nunca leu, nem conheceu, mas ainda assim afirma) quando disse algo como as palavras terem a força para fazer existir e destruir o homem e suas possibilidades de ser.
 Me lembro então de uma profunda conversa com um muito querido amigo meu, na qual concluímos que psicologia e literatura tem tudo a ver, chegando a cogitar a possibilidade de uma ser algo como um tipo de  ramificação da outra. Mas quanto a este raciocínio, deixarei para um outro momento, assim como deixamos,  meu amigo e eu, para que não fugíssemos do ponto central da conversa ;)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Eu antes de dormir costumava viver oração
Ela, ouvia a dela tão dela canção
Esta noite fui pra cama com a oração de sua cançao

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Rara Vida

A vida foi tão rara, que sentiu ardor
Viveu do desamor, escassez sem cor, sem sabor
Nasceu por cinestesia, viveu por inercia, morreu sem ter dor

A vida foi tão rara , que sentiu selada
Viveu d'água dada, da chuva pingada, molhada
Correu sem destino, tropeçou sem cair, não parou, foi parada

A vida foi tão rara, que sentiu supressão
Viveu explosão, cansou de opressão, entrou contra-mão
Virou esquina qualquer, rasgou toda diretriz, seguiu só arte e coração

A vida foi tão rara, que sentiu extasiada
Viveu de risada, de história contada, vida saboreada
Contemplou paisagens, se perdeu em sons, amou e foi amada

A vida foi tão rara, que sentiu gratidão
Que sentiu infinito, que  imensidão
A vida foi tanto, que sentiu agraciada
Que sentiu tudo, que sentiu nada

A vida foi tão rara de tanto que sentiu
que pensou, que sonhou, que viu
Vida rara que lhe sorriu
 Que da escassez se despiu

A vida foi rara por ser mesmo rara a vida
A quem a enxerga, atrivida
A quem dela esconde, tolhida
A todos, vida vivida

terça-feira, 2 de julho de 2013

That's probably not what I think...

 I've watched to so many love movies, and I've kept on wondering what this thing of searching for a soul mate could be. I think most part of the time I get under this kind of questioning because I'm feeling insecure or anything like that. But what if it isn't? What if these are the only moments I've really got sanity enough to be rational and reasonable? What if this thing of loving somebody being the only way to happiness is pure bullshit passed from generation to generation? If love were one of the greatest feelings, even being compared to very addicting drugs, if it really were this great, would it hurt this much as well? And if drugs are prohibited why isn't love?
 The thing is, I really believe in love, really find it beautiful in many many ways, actually, the bad parts of it is usually more related to what people misdid to the good parts than to anything else. But my only problem with love is with it's timing, that seems to never match my expectations. NO, That's probably not my Only issue with love, but it's definitely one of them.
 Who was that big liar who said loving was easy? It's not easy at all! Actually, it's quite complicated!

sábado, 29 de junho de 2013

Te amo 05

Achei que já tinha amado tudo que um coração poderia amar!
Achei que já tinha sentido toda a delicia de viver o amor sincero por um outro ser!
Achei que o amor não teria muito de novo a me apresentar a não ser o sabor de novo que ele traz nele mesmo sempre!
 Mas então você entrou em minha vida e vem me mostrando, nos detalhes, como de amor ainda sei pouco, e como ele pode me surpreender em sua amplitude!
 Quero aprender mais amor com você. Quero continuar te amando, pois só você me faz amar assim. Só sendo seu meu amor ganha essas cores e esse espaço em minha vida!

Eu agora.

 Está tudo torto! Está tudo errado!
Quanto mais vivo, quanto mais estudo, mais percebo ao que a pessoas, e logo a política têm servido!
Então, começo a falar contra, a questionar, a instigar algumas pernas fortes a caminhar comigo e muitas vezes eis o que ouço: " Você sozinha não mudará o mundo!".
 Esta frase aparece com diversos desdobramentos, muitas vezes tão camufladas e escondidas quanto a vontade que de mudar o mundo trazida no íntima das bocas que me disseram que isso não é possível.
 Claro que de cara concordo "Nada posso fazer para mudar o mundo!" Mas Então me questiono, o que é o mundo e o que o compõe? Posso pensar que o mundo é para cada um é apenas aquilo que se vê e vive dele, ou seja, ele seria uma fragmentação dessa totalidade generalizada que entendemos por mundo, pois nós humanos, presos nas peculiaridades de limites materiais e intelectuais, somos incapazes de perceber o mundo como de fato é.
 Assim sendo, o Mundo não é modificado por atitudes que de fato modifiquem seu todo, mas pela multiplicidade de mudanças nessas fragmentações dele, constituída num âmbito pessoal. Logo, Eu sou responsável pela mudança neste meu 'micromundo' que é a parte do todo nomeado 'mundo' que me cabe. Só podemos nos dizer responsáveis por aquilo que nos é alcançável, logo concluo com angustia, euforia, e alegria que Eu posso sim mudar o mundo!

 É a primeira vez que chego a esta conclusão desta maneira, mas não é a primeira vez que concluo isso. Se cheguei a isso antes, por qual motivo me esqueci? Por qual motivo tive de me questionar novamente? a resposta é simples. Depois de concluir que é possível mudar o mundo se fez o silêncio em mim.
 Eis meu conflito político em ato, ou melhor, eis meu conflito político: o ATO. Depois de questionar a vida, se deve vivê-la. E ao vivê-la surgem novos questionamentos. Essa dialética entre vida e reflexão é o que penso que melhor pode embasar o progresso. E quanto ao tema política, saber como fazer algo tem sido meu grande impasse!
 Desde muito jovem sempre me senti instigada por questionamentos de ordem social e política, e a minha maneira fui construindo um meio de refletir acerca destes. Nunca fui dada a leitura, tão pouco recebi instrução familiar quanto aos temas, vivi tudo intuitivamente, o que penso eu, não facilitou em nada. Pensar dói, pensar só, um bocadinho a mais. Agora vivo um momento em que este jeito que construí já não me é mais suficiente!


Agora me vejo no topo da montanha mais baixa dentre as muitas nesta linda cordilheira que irá compor minha passagem pela vida. 
 Observo o caminho que já trilhei e todas as possibilidades de caminhos que posso escolher trilhar. Alguns caminhos vejo abertos, com mata arejada, e posso até já perceber flores, outros não vejo muita coisa, pois sua mata está fechada, mas nunca me deixo esquecer que nelo podem estar as flores mais belas, e mais venenosas. Tudo caberá as escolhas que tomarei.
 Estou aqui, talvez não paralisada, mas ensaiando minha marcha. Quero conseguir agir, quero fazer mais do que faço, ser mais do que sou, viver mais do que vivo. E sinto que meus ensaios me renderam grandes e lindas caminhadas!

terça-feira, 25 de junho de 2013

Desabafo Branco

Desabafo bom, claro e leve.
Olhei para mim, olhei para trás, vi minha história. Quando olhei para agora e percebi que meu olhar frente ao mesmo estímulo houvera mudado.
 Vivi meus vinte e poucos anos, daqui a dois estarei nos vinte e tantos e vejo e sinto a delicia disso. É delicia olhar para o mundo o ver tudo daqui, exatamente de onde estou. Hoje mais madura, hoje com mais consciência da minha imaturidade, hoje mais vivida, hoje mais consciente do tanto que ainda tenho que viver.
 Delicia de vontade de viver muito mais, delicia dessa delicia de viver mais e de saber que também se viveu muito! Vida vivida, vida vivendo, se modificando para viver mais a vida nova e deixar o que já viveu onde foi vivido.
Viva!

sábado, 22 de junho de 2013

A vida, o gol e eu

Vejo vindo em minha direção, não sei onde será lançada, minha sorte ou meu azar, escolher direita, esquerda, meio, ou qualquer uma das meios caminhos dentre eles. Posso pular, posso me jogar, posso também ficar parada, abaixar. Posso de muitos movimentos, mas apenas alguns deles me fará alcançar meu objetivo.
 E então vejo a clara dificuldade. Devo respirar, ser calma, não me precipitar, mas também ser ágil, ter explosão, e cada ato no seu enquadre, cada passo no seu tempo. Posso, tenho e continuarei errando, porém, que meus erros se tornem cada vez mais escassos, e meus acertos rotina!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Isso

 Sinto essa necessidade de colocar para fora tudo 'isso' que trago no peito. Pela primeira vez não transbordo da amar, transbordo de amor! Pela primeira vez recebo tanto que duvido de minha genuína capacidade de retribuir. Tanto que tudo 'isso' me faz bem, tanto que tudo 'isso' me faz melhor...

terça-feira, 18 de junho de 2013

Grande Fração do Meu Todo

 Ouvi o hino nacional cantado em coro. Minha costumeira sensibilidade, num raro movimento de puro fluxo correndo livre do amago de minha alma direto para minha pele, mãos e olhos me trouxe lágrimas e arrepio que me tomou a existência. Por fração de segundos me vi deslocada de mim e presa em uma multidão sem nome, sem líder, multidão que apenas voz!
 Por uma fração de segundos deixei de ter ego, e fui verde, azul, amarelo e branco. Branco, me vi muito em Branco, de paz de não ser eu e ser apenas esperança, de orgulho de ver nos olhos de muito a paixão pela melhoria de minha nação que desde sempre vitalizou meu olhar!
 Não estive, não gritei, mas sempre trouxe o grito no peito, nos olhos e na pele: "Pátria Amada, Brasil!!"

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Tic Tac

Não suporto essa correria! Meu tempo é outro e o tempo da cidade me engole.
 Olhos e corpos ferozes exigem, demandam, e se impões, sem saber a que servem, sem servir a si mesmos impedem aqueles que pretendem. Mentes e pés apressados correm contra o relógio e a felicidade. Quero tudo menos isso, e a vida insiste em me dar.
 Conflito é aceitar adentrar a selva de pedra para assim conquistar algo ou continuar a me negar, e assim não saber do diferente? Gostaria de achar meios termos, achar conforto na vida, mas ela tem desconfortado, apressado, seu paço me mal tratado.
  Respiração profunda, mais um folego. Na esperança que apenas o começo dói, e logo o correr se fará rotina; o esforço, costume, e a tensão se desfará.
 Me pergunto se esse tic-tac que vem de fora é compasso a ser seguido ou bomba relógio que necessita ser desativada!