segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Para que Dar Nome?

 Como queria eu neste momento ter tinta ou argila para expressar-me agora! Elas poderiam ser tão mais fiéis aquilo que busco tirar do meu peito e jogar no mundo. Mas palavras sujam menos, palavras dão menos trabalho, palavras são mais concretas e menos fiéis.
 Mas palavras são tudo que tenho e por este motivo acabo, as vezes, até mesmo dando as valor que transbordam o valor que realmente vejo nelas. Falo das palavras, e continuo a falar das palavras, na tentativa de sabotar meu próprio propósito de falar do que realmente quero colocar pra fora, ou talvez de conseguir fazê-lo sair...
 Sim, é isto que estou a fazer, não estou me enganando ou enrolando a qualquer par de olhos que possam estar a ler, estou na verdade tentado fazer sair o que está aqui mas ainda não tem forma verbal. Para tanto preciso tempo, preciso espaço, preciso desprecisar.
 Sinto que de alguma forma quero dizer do amor, sinto também que quero falar do como se ama, e das coisas que o amor trás dentro de fora da gente... Sei quero falar do ato de casar-se, sei que quero dizer desses sentimentos ambíguos e caóticos que trago no peito e na construção social quanto à este significativo rito de passagem que é o casamento. Sinto que quero colocar pra fora... quero cuspir, ou talvez virar do avesso e observar o que se passa dentro.
 Mas a essa altura já vou desistindo, estivesse eu pronto para colocar pra fora por escrito, certamente, já teria saído.
 Todas as pessoas sentem. Mas algumas respiram o que sentem, outras mastigam, outras cospem, e algumas até vomitam ou mesmo nadam em seus sentimentos. Não. Todas as pessoas são um todo de complexidade, seus sentimentos universo da complexidade dentro do complexo. Qualquer tentativa de definição racional se faz reducionista, tanto quanto se reduzida a capacidade de controle do homem diante de toda a complexidade que rege a bela sincronia perfeita e abundante da vida!

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