Você já se vai, apesar dessa minha sensação de que mal chegou! Como pode ser esse "até logo" se antes o abraço aconchegante do "seja bem-vindo" não chegou a ser sentido?
Como à todos, eu tenho vivido esse luto frente à despedida. Distante despedida. Calada despedida. Contida despedida, como a grande parte do muito que nos rodeou. Mas o luto mais difícil que venho vivendo não tem sido o do que deixará de ser, mas sim o que nunca chegou a se concretizar no 'ser'.
Podíamos ter sido tantas coisas, podíamos ter sido tão mais, tão melhor, mas fomos apenas o que fomos. Na nossa história vivemos mais brigas que confidências, torcemos mais o nariz do que se estendemos os braços, usamos muito mais do silêncio educado que da discussão. Tudo isso foi mais do que fomos, mas nunca apenas.
Vou olhando pra trás e aceitando que fomos o que fomos, e que agora somos algo outro que ainda não sei definir. Neste momento olho pra trás e tento lembrar apenas de tudo que em menos quantidade fomos. Daquelas raras conversas banhadas a altas gargalhadas, daqueles conselhos desencontrados mas que não se calaram, dos abraços mudos, mas cheios de bom afeto, das conversas de cumplicidade faladas naquele nosso inglês de passarinho novo.
A partir deste "até logo" não sei exatamente como as coisas seguirão, o que sei dizer com toda certeza é que esse amor que nos une sempre foi maior que todas as nossas muitas diferenças, nunca deixando sermos indiferentes uma a outra. A proximidade talvez tenha nos distanciado um bocado, a diferença quando muito próxima pode ser um pouco difícil de lidar, e quem sabe esse bocado de distância não irá nos aproximar bastante.
Sinto saudades do que nunca fomos, sinto saudades do que fomos, e incrivelmente otimista sinto saudades do que seremos!
Te amo, Sis.
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