Viver o agora, não se antecipando nem se prendendo no que já passou! Esse é o ideal, o irreal.
Tudo que me cerca e que hoje tem morada em mim me diz que o certo é pensar obsessivamente no como solucionar a questão do amanhã, e me faz olhar obsessivamente para o ontem para não cometer os mesmos erros. Me disseram o tempo todo que nada sei quando sinto, que meus sentimentos são cegos, e quando não, traiçoeiros, me levando para uma masmorra do caos, do fracasso.
Como viver no presente absoluto, se tudo que minhas faculdades intelectuais me trazem é o que já vivi, como modelo de resolução, e a tentativa de prever e resolver os problemas antes deles me atingirem em cheio o peito e me deixarem sangrar ao chão?!
Maldita razão rasa, que me impede de viver a fundo! Maldita humanice que me distancia do todo que pertenço por me colocar no centro! No centro de um mundo que, por minha pequenice humana, vejo caótico!!
Não sei se hei de encontrar esta paz de viver o hoje, não sei nem mesmo se alguém, que compartilha deste mesmo recorte histórico-social que vivo, consegue. Sei, porém, que para vivê-la terei que me tirar do centro, que exercitar minha desrazão, meus instintos, meu Eu menos respeitado, menos ouvido, menos falado.
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