quinta-feira, 21 de novembro de 2013

COLCHA DE ReTaLhO retalhada

 É tudo tão belo, tão incrivelmente inspirador de vida e de luz, tudo tão leve, reluzente. Tudo tão mentira! O feio passou a existir e ser tratado como pecado! Não ouse entristecer, a ditadura atual não é da moda, é antes da felicidade! Se não és feliz, compre que se sentirá melhor, caso não lhe dê jeito, certamente esta pilula dará!
 Arrogância         inescrupulo         sujeira        defeito             mal cheiro                                      má estética                               desamor                             inveja        secura                        indiferença            RAIVA


 Santa ignorância dos que ignoram!
Sou igual a tudo que foi composto por matéria e movimento, sou fluxo jogado na vida e não cabe a ninguém julgar-me diminuindo minha complexidade a uma frágil e frígida palavra! Um livro não daria conta de contar de mim, ou de qualquer outro nada na vida ou na morte! As palavras faltam porque elas sobram, são frouxas e ainda assim apertadas de mais. Palavras me reprimiram e me libertaram, e não por existirem ou por dizer da libertação ou pretender reprimir, mas porque MEUS OLHOS AS LIAM, MEUS OUVIDOS AS OUVIAM, e logo os sentidos foram eu que dei.
 Não há no mundo ferramenta de comunicação mais fragmentada que palavra, ainda assim, nada há ferramente melhor. Nós humanos ainda somos demasiadamente infantis, seres que ainda operam na concretude da realidade, e logo não sabem ouvir o que não é dito, e mesmo o dito é bruto e tosto, pois enviesado por todo o resto que ele diz pelas metades com o corpo e os tons e nuances de voz que, num rompante rouba a intensão de controle do homem.
 O que acontece nesse mundo absolutamente torto de palavras quando a leitura o entorta ainda mais? Ele vai ganhando forma bem peculiar! É perturbado pelas coisas que são ditas por trás das palavras e as palavras quando assim confrontadas com o não dito sempre perdem a força que pretendiam ter! O mundo das palavras dói e acaricia! E não é bom, não é ruim, como eu, como você, como tudo que compõe até mesmo o nada!
 Sorte -Se é que ela existe - que ainda tenho a música!! Crua, densa, infinita, sem uma única palavra de dizendo o mundo!

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