quarta-feira, 3 de julho de 2013

Rara Vida

A vida foi tão rara, que sentiu ardor
Viveu do desamor, escassez sem cor, sem sabor
Nasceu por cinestesia, viveu por inercia, morreu sem ter dor

A vida foi tão rara , que sentiu selada
Viveu d'água dada, da chuva pingada, molhada
Correu sem destino, tropeçou sem cair, não parou, foi parada

A vida foi tão rara, que sentiu supressão
Viveu explosão, cansou de opressão, entrou contra-mão
Virou esquina qualquer, rasgou toda diretriz, seguiu só arte e coração

A vida foi tão rara, que sentiu extasiada
Viveu de risada, de história contada, vida saboreada
Contemplou paisagens, se perdeu em sons, amou e foi amada

A vida foi tão rara, que sentiu gratidão
Que sentiu infinito, que  imensidão
A vida foi tanto, que sentiu agraciada
Que sentiu tudo, que sentiu nada

A vida foi tão rara de tanto que sentiu
que pensou, que sonhou, que viu
Vida rara que lhe sorriu
 Que da escassez se despiu

A vida foi rara por ser mesmo rara a vida
A quem a enxerga, atrivida
A quem dela esconde, tolhida
A todos, vida vivida

Nenhum comentário:

Postar um comentário