Cheguei a construir títulos que fizessem caber o discurso de mim, e agora chego ao ponto de necessitar livrar-me deles, transpor-los, transcendê-los.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Notas perdidas em um celular
Por que as pessoas casam?
Casamento não parece fazer sentido algum!
As pessoas se casam e depois parecem absolutamente infelizes. Olha só esses dois a minha frente:
Homem com cara de castrado, sem potência; A mulher com cara de insatisfeita. Dois filhos, um casal, que certamente crescerão e substituirão bem os pais no mundo com mesma relações desconjuntadas.
Ele será ensinado a fantasia de que seu maior prazer será conquistar muitas mulheres, mas que sua real felicidade será se casar e ter filhos;
Quanto a ela, será ensinada a fantasia de que trabalhará e estudará e assim se sentirá realizada, mas que sua grande felicidade será encontrar o homem de sua vida e ter filhos.
Pobres idealizações românticas, pobres enredos deste pobre tempo da humanidade.
Por que namorar?
Namorar é colocar-se de tal forma perto do outro que não se pode mais esconder o que se nega a si mesmo ver. O outro te mostra, o outro te incomoda, te pressiona, te aproxima de tal modo que tem também que te afastar. O outro está dentro de você.
É inútil estar tão perto, se assim se faz tão distante. Amedronta. As verdades de si amedrontam porque deixam obvias as suas mentiras.
Mas as mentiras existiam para tornar suportável, apenas suportável.
É então que vem a vontade de mergulhar na mentira! Viver a vida sozinho e repleto de companhias passageiras. Nelas as mentiras são verdades reluzentes, encantam, enobrecem e apaixonam. É fácil estar em companhia quando se está só. Pois então nada se revela de profundo, nada de angustia, ou de morte.
Nos Fazem Trabalhar...
...Feito escravos do desejo bancário. Nos cobram a comida, a bebida, nos privam da água E nos dizem ainda que é nossa culpa!
Não somos politizados, não sabemos voltar, não sabemos fazer democracia.
Nós não sabemos desde o ensino infantil, que nada nos ensinaram porque assim quiseram de nós.
Nos negligenciaram a crítica, a liberdade de expressão.
Nos alienaram no pouco tempo e na televisão.
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Esse nó
Eu pude vê-la aos poucos afrouxando os dedos que entrelaçavam os meus, senti então suas mãos se abrindo e deslizando nas minhas.
Abri os olhos!
Ela estava partindo e eu não podia continuar confiando.
Já com as mãos distantes das minhas ela dizia: "Não estou partindo. Estou aqui, mas você não é capaz de sentir, o que te dou não é suficiente!"
De olhos muito abertos, agora, eu gritei: "VOCÊ NÃO PERCEBE QUE ESTÁ NOS MATANDO?"
Errei. Ela estava se distanciando. Então então a vi correr para longe, tão mais longe quanto o resistente amor por mim a permitiu ir. De longe ela gritou para que eu pudesse escutar em sussurro: "Eu não aguento mais ficar perto. Preciso ir para que possa continuar a ser quem quero ser."
Eu, ainda com os braços estirados na direção dela, ainda esperando sua mão na minha, ainda parada sem saber se deveria dar um passo para frente ou para trás.
Abaixei os braços, a olhei e a vi chorar. Nunca entendi seu olhar daquele momento.
Ela insistia em gritar, vez ou outra: "EU AMO VOCÊ". Até hoje não compreendi seu choro copioso. Eu estava lá, não havia morrido. Talvez ela chorasse o amor que recebera a notícia do câncer, talvez ela chorasse por sentir-se culpada por ter sido ela quem terminou, talvez ela chorasse... Na verdade essa era a única certeza: ela chorava.
Cansei de ficar em pé a sua espera, sentei na areia, e a observo: a cada onda do mar ela se distancia um pouco mais. Vezes ela se vira de costas para mim, e posso ouvir sua gargalhada dos prazeres supérfluos da vida (os mesmos que pareci tentar lhe privar o direito). E então sou eu que dou-lhe as costas, mas rio das possibilidades de vivências dos prazeres supérfluos do futuro.
Ela está lá. Eu estou aqui. O mundo me exige mais e cada vez mais, e estou paralisada. Chego a me questionar o quanto sou realmente capaz de estar só. Dói, mas é uma dor muda, então não a ouço e não olho para ela, apenas estou paralisada por ela.
Eu me iludo de que ela esta mais perto do que minha visão me confirma. Eu alucino sua presença em rostos desconhecidos, cabelos longos que apenas passam, silhuetas que são sombras de um desejo assassinado. Eu me iludo que ela ainda está perto, como que numa última tentativa de sanidade, como que em última tentativa de amor próprio.
Ela está longe. Ouço meu coração bater. Sinto o vento frio nos caminhos percorridos em meu rosto pelas lágrimas.
Sinto que logo menos não mais a verei, e tudo que conseguirei ouvir será o eco de minha própria voz.
sábado, 8 de novembro de 2014
Ser
Se permitir ou se educar?
Se jogar, se repensar, se criar, se melhorar, se saber, se perdoar, se julgar, se lamentar, se encorajar? Sonhar, realizar, criar, matar, desenhar, escrever,compor, apagar, parar, correr, pular, abaixar, esquivar, enfrentar?
Estacionar, esperar, pensar?
Agir, gritar, viver?
A questão será mesmo ser ou não ser?
Talvez a questão seja o que ser. E então, como ser?
Vivo no ser ou não ser a prisão na dicotomia dos extremos. Vivo no ser ou não ser a morte de tudo que me é e não me é. De tudo em mim que compõe o meio, de tudo em mim que compõe o que as palavras que me cortam e me cindem não me deixar expressar.
Sadios são os loucos que se esquecem das palavras e vivem a primorosidade das imagens. Sadios são os loucos que se negam a formatarem-se nas bordas frias e cortantes de uma sociedade fundada na hipocrisia e nas máscaras. Sadios são os loucos. E louca sou eu.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Ela partiu
Loucura
Raiva
Choro
Dor
Silêncio
Acreditei que fosse possível não sentir, me iludi que já tinha sentido demais para sentir novamente. ME ENGANEI.
Com voz de quem estava se divertindo antes da minha ligação, mais uma vez afirmando sentir o que eu não conseguia ver em sua expressão... Com voz suave ela me disse simplesmente "acho que não quero mais namorar"!
Menos de 12 horas atrás me chamava de amor, menos de 12 dias atrás me dizia que iria casar comigo. Como pode o amor ser dito de maneira tão leviana. Pior que não consigo duvidar do amor, pois eu o sentia, mas estava certa quando questionei sua força. Era amor, mas não era forte.
Ando tonteando pelos comodos da casa, perdida na nova organização que fui arremessada. E tudo que consigo me ouvir falar é "você sabia, sabia que ela faria isso! Soube desde o início que ela iria embora. Por que chorar agora que foi?"
Rodo inquieta, e repito mentalmente, não consigo aceitar. Não consigo entender tamanha incoerência. Eu amo de outro jeito, e meu amor não se desfaz na dificuldade, meu amor olha para a dificuldade de frente e busca a superar.
Tolo amor que descia para a baixada santista no meio da semana com folhas de declarações de amor, apenas para surpreende-la e encantá-la. Tolo amor que acreditava e falava da poesia de seu corpo. Tolo amor, que agora busca um jeito desesperado de conseguir suicidar-se!
Como é que se aprende a desamar? Como é que se deseapaixona?
Dói, eu choro, e sigo.
Porque a vida é mesmo isso, as vezes partimos, as vezes somos partidos.
Raiva
Choro
Dor
Silêncio
Acreditei que fosse possível não sentir, me iludi que já tinha sentido demais para sentir novamente. ME ENGANEI.
Com voz de quem estava se divertindo antes da minha ligação, mais uma vez afirmando sentir o que eu não conseguia ver em sua expressão... Com voz suave ela me disse simplesmente "acho que não quero mais namorar"!
Menos de 12 horas atrás me chamava de amor, menos de 12 dias atrás me dizia que iria casar comigo. Como pode o amor ser dito de maneira tão leviana. Pior que não consigo duvidar do amor, pois eu o sentia, mas estava certa quando questionei sua força. Era amor, mas não era forte.
Ando tonteando pelos comodos da casa, perdida na nova organização que fui arremessada. E tudo que consigo me ouvir falar é "você sabia, sabia que ela faria isso! Soube desde o início que ela iria embora. Por que chorar agora que foi?"
Rodo inquieta, e repito mentalmente, não consigo aceitar. Não consigo entender tamanha incoerência. Eu amo de outro jeito, e meu amor não se desfaz na dificuldade, meu amor olha para a dificuldade de frente e busca a superar.
Tolo amor que descia para a baixada santista no meio da semana com folhas de declarações de amor, apenas para surpreende-la e encantá-la. Tolo amor que acreditava e falava da poesia de seu corpo. Tolo amor, que agora busca um jeito desesperado de conseguir suicidar-se!
Como é que se aprende a desamar? Como é que se deseapaixona?
Dói, eu choro, e sigo.
Porque a vida é mesmo isso, as vezes partimos, as vezes somos partidos.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Análise
O silêncio.
A espera.
Esperei e não estava lá. Confirmou-se então a fantasia do abandono. Na minha realidade, um fato. Na realidade dela, um desentendimento.
Mas se ela seria apenas reflexo do eu, então o que concluir?
RAIVA
As vezes, antes de crescer eu dou uma puta birra! E birra cabe raiva. Que bom que hoje dou birras, pois se elas existem é porque existe também desejo meu. Desejo que esteja em mim, e não apenas o desejo de ser o desejo do outro.
AINDA RAIVA
Como pude confiar, ou pior, condicionar meu cuidado a um outro qualquer? NÃO, EU ERRO. QUEM DEVE ME CUIDAR SOU EU. Eu nem a conheço, e ela é apenas profissional.
Mas da próxima vez que eu for lá me deitar eu terei que falar, e só de imaginar dói. Só no imaginar.
Eta louca, essa análise.
A espera.
Esperei e não estava lá. Confirmou-se então a fantasia do abandono. Na minha realidade, um fato. Na realidade dela, um desentendimento.
Mas se ela seria apenas reflexo do eu, então o que concluir?
RAIVA
As vezes, antes de crescer eu dou uma puta birra! E birra cabe raiva. Que bom que hoje dou birras, pois se elas existem é porque existe também desejo meu. Desejo que esteja em mim, e não apenas o desejo de ser o desejo do outro.
AINDA RAIVA
Como pude confiar, ou pior, condicionar meu cuidado a um outro qualquer? NÃO, EU ERRO. QUEM DEVE ME CUIDAR SOU EU. Eu nem a conheço, e ela é apenas profissional.
Mas da próxima vez que eu for lá me deitar eu terei que falar, e só de imaginar dói. Só no imaginar.
Eta louca, essa análise.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Homelher Mulhomem
Garoto Garota
Garot >> o (ou) a
Crianças
Menino Menina
Menin >> o (ou) a
Crianças
Vestido NÃO choro NÃO emoção NÃO delicadeza NÃO vaidade NAO >> O
Esporte NÃO relaxo NÃO peso/força NÃO agressividade NÃO rivalidade NÃO >> A
=== RESULTADO ===
HOMEM MULHER
HOME>>M<<ULHER
Implantaram no corpo a dor social, a dor conjugal
A dor de estar no oposto, no distante, no dual
Homelher Mulhomem
Memolhum Relhemoh
Lhomume Lhehom
Tantos poderiam ser
Tantos são
Tantos não queriam ser
Sabem o gosto da exclusão
Tantos, Tantos, e ainda tão poucos
Tantos, Tantos, Tantos e Eu
A dor de não se saber por terem o impedido tentar aprender
Tolo
Gostaria de dizer do declínio do apaixonado amor
Esse amor é egoísta, do egoísmo nasce a dor
Já ele nasce na fantasia, no ideal, na expectativa do expectador
É colocado naquele que não resiste ao seu olhar devorador
E se desmancha, se desfaz, assim que acalma o ardor
É então que arde, dói, como que comprimindo coração, fere como nada mais poderia ferir
Não por perder o amor, que logo é chamado de ilusão, mas por parte de si mesmo partir
Amor, dura ilusão! Doce de mais para se resistir
Veneno que nasce da sede de, até se suprir
Beba um gole e se deixe
Ouse se deixar e então saberá o que é existir
Pois ao levar-te ao fim, tu também irá construir
Amor, Ah, amor! Tolo sou eu que amo
Tolo sou eu, tão tolo!
Esse amor é egoísta, do egoísmo nasce a dor
Já ele nasce na fantasia, no ideal, na expectativa do expectador
É colocado naquele que não resiste ao seu olhar devorador
E se desmancha, se desfaz, assim que acalma o ardor
É então que arde, dói, como que comprimindo coração, fere como nada mais poderia ferir
Não por perder o amor, que logo é chamado de ilusão, mas por parte de si mesmo partir
Amor, dura ilusão! Doce de mais para se resistir
Veneno que nasce da sede de, até se suprir
Beba um gole e se deixe
Ouse se deixar e então saberá o que é existir
Pois ao levar-te ao fim, tu também irá construir
Amor, Ah, amor! Tolo sou eu que amo
Tolo sou eu, tão tolo!
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Viu, o por-do-sol
Dois corpos nus
Ao horizonte, o oceano.
Em sintonia, as ondas se fazem nos corpos
Os corpos fazem as ondas
O barco, apenas acompanha as vibrações.
Curvas, Vento, Som
Cabelos longos, corpos morenos, delicados e femininos
Despiram-se um para o outro
Mas foi o por-do-sol quem assistiu
Ouviu os mais livre gritos do gozo
Corpos em tempestade agitada e incontível
Mãos, línguas, lábios inquietos
Suor, gemidos, palavras tremulas
O por-do-sol não foi lembrado, não foi exaltado
Naquele longo momento nenhum Deus existiu que não mulher,
Natureza suprema, só a delas: Ali, Deusas!
Ao horizonte, o oceano.
Em sintonia, as ondas se fazem nos corpos
Os corpos fazem as ondas
O barco, apenas acompanha as vibrações.
Curvas, Vento, Som
Cabelos longos, corpos morenos, delicados e femininos
Despiram-se um para o outro
Mas foi o por-do-sol quem assistiu
Ouviu os mais livre gritos do gozo
Corpos em tempestade agitada e incontível
Mãos, línguas, lábios inquietos
Suor, gemidos, palavras tremulas
O por-do-sol não foi lembrado, não foi exaltado
Naquele longo momento nenhum Deus existiu que não mulher,
Natureza suprema, só a delas: Ali, Deusas!
sábado, 13 de setembro de 2014
FEIURA
Nos acostumamos a falar apenas das flores e dedicar aos espinhos apenas o alerta. Nos acostumamos a falar do sol, raramente mencionando a sombra. Nos acostumamos a falar de fora e não de nós.
Ah... Tanta coisa boa para se falar, então porque falar da escuridão, da sombra, daquilo desagrada, desapaixona, desencanta? Principalmente se tudo isso for seu, for meu...
Engulo o medo que tenho de desencantar, desapaixonar. Engulo o receio de mostrar-me frágil, e mais uma vez falo de mim, mas na necessidade de expressar o que me deprime, me desencoraja, me amedronta e me envergonha em mim mesma.
Estou sempre atrasada. Sinto como se estivesse correndo atrás da vida desde os meus 15 anos de existência. Sinto meus músculos fortalecidos, mas não adianta. É como se eu acreditasse que agora corro apenas para não morrer e não mais para chegar em algum lugar, ou nem mesmo para acompanhar. Minhas pernas são fortes, mas apenas sobrevivem.
Tenho dificuldades com coisas simples, que a maioria das pessoas ao meu redor parecem fazer com certa simplicidade, porém são pra mim, confusas, não óbvias... Me sinto emburrecida numa vida repleta de burrices.
Sinto potência em mim, mas não tenho a menor ideia de fazê-la existir. Eu vejo a semente, mas não sei como regá-la. Tenho uma constante vontade de desistir... desistir de tudo, do mundo, de mim. Penso de mais, não faço muito, se faço muito comumente de maneira insuficiente.
Ando, continuo andando, mas ando tão cansada de viver essa adolescência tardia, repleta de revoltas internas e com o mundo, nessa briga por individualização, que ainda se pauta nos rostos alheios para tentar encontrar o seu próprio....
Algumas pessoas me olham e me admiram, acham que sou boa em algo, acham que sou uma pessoa determinada, forte. Quanta ilusão. Eu apenas as amo. Apenas. E por amá-las digo a elas de suas forças quando elas parecem perdidas, as abraço sempre com amor e carinho sincero e tento sempre as ouvir com cuidado, para saber devolver a elas suas próprias.
Muitas vezes, e acho que desde muito criança, desejei que o amor fosse suficiente para se viver. Na minha inocência infantil amava as plantinhas, os animaizinhos, as pessoas e me perguntava por que os policiais e os bandidos matavam, se não fazia sentido nenhum. Cresci, vi maldade no mundo, mas ainda não compreendo o desamor. Só que ainda não sei ser forte em mim, não sei ir e realizar a vida, apenas sei ser com o outro....
Claro, realizei coisas importantes em minha vida, a minha escuridão não se mostra externamente, ela mora aqui dentro, no meu saber sobre mim mesma, na minha tristeza, na minha impotência. Invejo, muito sinceramente, as pessoas que sabem que são boas em algo que se dá dinheiro e garante sua sobrevivência nessa vida concreta e material. Invejo também aqueles que se sabem bons e apenas. Mesmo os que sabem disso apenas num processo de negação, causam em mim certa inveja e admiração...
Termino esse texto, sem mesmo finalizá-lo, assim como se termina qualquer processo de catarse.
Ah... Tanta coisa boa para se falar, então porque falar da escuridão, da sombra, daquilo desagrada, desapaixona, desencanta? Principalmente se tudo isso for seu, for meu...
Engulo o medo que tenho de desencantar, desapaixonar. Engulo o receio de mostrar-me frágil, e mais uma vez falo de mim, mas na necessidade de expressar o que me deprime, me desencoraja, me amedronta e me envergonha em mim mesma.
Estou sempre atrasada. Sinto como se estivesse correndo atrás da vida desde os meus 15 anos de existência. Sinto meus músculos fortalecidos, mas não adianta. É como se eu acreditasse que agora corro apenas para não morrer e não mais para chegar em algum lugar, ou nem mesmo para acompanhar. Minhas pernas são fortes, mas apenas sobrevivem.
Tenho dificuldades com coisas simples, que a maioria das pessoas ao meu redor parecem fazer com certa simplicidade, porém são pra mim, confusas, não óbvias... Me sinto emburrecida numa vida repleta de burrices.
Sinto potência em mim, mas não tenho a menor ideia de fazê-la existir. Eu vejo a semente, mas não sei como regá-la. Tenho uma constante vontade de desistir... desistir de tudo, do mundo, de mim. Penso de mais, não faço muito, se faço muito comumente de maneira insuficiente.
Ando, continuo andando, mas ando tão cansada de viver essa adolescência tardia, repleta de revoltas internas e com o mundo, nessa briga por individualização, que ainda se pauta nos rostos alheios para tentar encontrar o seu próprio....
Algumas pessoas me olham e me admiram, acham que sou boa em algo, acham que sou uma pessoa determinada, forte. Quanta ilusão. Eu apenas as amo. Apenas. E por amá-las digo a elas de suas forças quando elas parecem perdidas, as abraço sempre com amor e carinho sincero e tento sempre as ouvir com cuidado, para saber devolver a elas suas próprias.
Muitas vezes, e acho que desde muito criança, desejei que o amor fosse suficiente para se viver. Na minha inocência infantil amava as plantinhas, os animaizinhos, as pessoas e me perguntava por que os policiais e os bandidos matavam, se não fazia sentido nenhum. Cresci, vi maldade no mundo, mas ainda não compreendo o desamor. Só que ainda não sei ser forte em mim, não sei ir e realizar a vida, apenas sei ser com o outro....
Claro, realizei coisas importantes em minha vida, a minha escuridão não se mostra externamente, ela mora aqui dentro, no meu saber sobre mim mesma, na minha tristeza, na minha impotência. Invejo, muito sinceramente, as pessoas que sabem que são boas em algo que se dá dinheiro e garante sua sobrevivência nessa vida concreta e material. Invejo também aqueles que se sabem bons e apenas. Mesmo os que sabem disso apenas num processo de negação, causam em mim certa inveja e admiração...
Termino esse texto, sem mesmo finalizá-lo, assim como se termina qualquer processo de catarse.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Qual a incoerência da coerência? Qual a insanidade da mente sã?
Talvez um deslize no tempo, um rompante de emoção... O querer dizer sim quando se diz não, o corpo que pede mais quando a cabeça já decidiu partir... A insanidade vivida na felicidade que persiste na tristeza majoritária, ou a tristeza que restante ainda no êxtase do alegramento.
Não tenho tido paciência para o jogo de esconde-e-esconde. Tenho percebido minha quase nula capacidade de insistir mais que se revele o que se insiste em esconder. E quando se diz pelas metades, pelas bordas e se fala, como numa narração descritiva, científica e distante dos fatos, me toma, a angustia de quem quer saber, mas apenas sabe que não saberá.
Não me é confiado. Não saberei... jamais saberei... É essa angustia que me faz precipitar, caindo na pergunta ansiosa que, muitas vezes, em precipício próprio finda-se. Essa angustia que tantos dos nossos diálogos já matou, essa exata angustia que é lida também como desentendimento.
Esse tal desentendimento parece ter sido tudo que aprendi. Aprendi e ainda venho aprendendo a desentender. Pois tudo que for dado, será tirado. Apenas aquilo que nunca foi teria condições de ser. Somos um nada, pertencemos a ninguém, e morremos na eternidade!
Talvez um deslize no tempo, um rompante de emoção... O querer dizer sim quando se diz não, o corpo que pede mais quando a cabeça já decidiu partir... A insanidade vivida na felicidade que persiste na tristeza majoritária, ou a tristeza que restante ainda no êxtase do alegramento.
Não tenho tido paciência para o jogo de esconde-e-esconde. Tenho percebido minha quase nula capacidade de insistir mais que se revele o que se insiste em esconder. E quando se diz pelas metades, pelas bordas e se fala, como numa narração descritiva, científica e distante dos fatos, me toma, a angustia de quem quer saber, mas apenas sabe que não saberá.
Não me é confiado. Não saberei... jamais saberei... É essa angustia que me faz precipitar, caindo na pergunta ansiosa que, muitas vezes, em precipício próprio finda-se. Essa angustia que tantos dos nossos diálogos já matou, essa exata angustia que é lida também como desentendimento.
Esse tal desentendimento parece ter sido tudo que aprendi. Aprendi e ainda venho aprendendo a desentender. Pois tudo que for dado, será tirado. Apenas aquilo que nunca foi teria condições de ser. Somos um nada, pertencemos a ninguém, e morremos na eternidade!
Encontros Bons Encontros
Decidi ir. Lá me senti solitária.
Mas minha solidão foi diferente de todas antes vividas, eu estava recheada de mim!
Faltou o abraço conhecido
Sobrou abraços novos, que muitas vezes inseguros, mas bastante acalentadores
Faltou filosofia barata e profunda, daquelas que só na intimidade se dá conta
Sobrou conversas descontraídas de corredor, enfeitadas por sorrisos, e pares de olhos que se enxergavam e trocavam afeto descomprometido
Faltaram nomes conhecidos
Sobraram cujos nomes menos importava que a intensidade e a boa vontade de saborear minutos caros de trocas humanas baratas - de onde veio, fala, gosta -
Fui. Desconstruída de mim, sem rumo e com pouca pretensão, eu fui. Finalmente descobri a delicia do encontro descompromissado, da troca simples, do estar em companhia de si mesmo e assim se fazer em companhia do mundo!
Foram tantos rostos, tantos corpos, foi tanto, que meus pensamentos perderam forma e ganharam leveza. E pude fazer o improvável, pois foi pensando que meditei. Foi pensando, sentindo, experienciando que me senti transcender aquilo que a segundos atrás eu era e não mais sou! Estou.
Mas minha solidão foi diferente de todas antes vividas, eu estava recheada de mim!
Faltou o abraço conhecido
Sobrou abraços novos, que muitas vezes inseguros, mas bastante acalentadores
Faltou filosofia barata e profunda, daquelas que só na intimidade se dá conta
Sobrou conversas descontraídas de corredor, enfeitadas por sorrisos, e pares de olhos que se enxergavam e trocavam afeto descomprometido
Faltaram nomes conhecidos
Sobraram cujos nomes menos importava que a intensidade e a boa vontade de saborear minutos caros de trocas humanas baratas - de onde veio, fala, gosta -
Fui. Desconstruída de mim, sem rumo e com pouca pretensão, eu fui. Finalmente descobri a delicia do encontro descompromissado, da troca simples, do estar em companhia de si mesmo e assim se fazer em companhia do mundo!
Foram tantos rostos, tantos corpos, foi tanto, que meus pensamentos perderam forma e ganharam leveza. E pude fazer o improvável, pois foi pensando que meditei. Foi pensando, sentindo, experienciando que me senti transcender aquilo que a segundos atrás eu era e não mais sou! Estou.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Narradores do eu de fora
Um especial amigo começou seu devaneio, que passou a ser também de todos nós ali presentes, com a seguinte afirmação: "O homem pisou na Lua!!!"
Seus olhos brilhavam, repletos de toda a jovial esperança presente em sua alma. Ele explicou a velocidade da luz e falou da distancia das estrelas, concluiu que tudo era grandioso de mais, que o infinito ainda não era compreendido. E por ultimo deixou escapar "Adão e Eva nunca existiram". Deixando transparecer um rompimento, não com Deus, mas com a religião que por tanto tempo o aprisionou.
Encontro um senhor na fila do banco que começa a conversa dizendo: "Falam ter tanta tecnologia e estamos aqui nessa fila. Depois ainda querem me fazer crer que pisaram na Lua"
Sua fala era ponderada, baixa e linear. Ele pouco ouvia, parecia sentir-se na obrigação de me contar sua verdade. Sua verdade: Houvera uma conspiração. "O homem jamais foi a lua. Nem os celulares que estão a baixo dos satélites funcionam, imaginem o que está acima deles?! Como poderiam ter televisionado algo assim?".
Fomos encaminhados para setores diferentes, e ao terminar o que tinha de fazer e me ver sentada ainda esperando minha vez, ele reservou um tempo da sua existência para dar melhor conclusão à conversa. Me disse que a lua era a polaridade oposta do sol, assim sendo gelo, enquanto o sol era fogo, e que obviamente tinha luz própria. "Pois Deus disse - que durante o dia se faça a luz e que,pela noite, a luz menor se faça!".
Finalmente ele me falava do que queria falar: de Deus. E então me deu direito a resposta, mas como esperado minha resposta pouco imprimiu em sua reflexão ou fala.
Seus olhos brilhavam o orgulho de carregar a verdade. Ele se julgava sabido, por não se deixar enganar.
Meus olhos carregam a dúvida. Como a dúvida pesa... Assim por vezes descanso na certeza da fé, noutras, na incerteza da infinitude, e então volto a duvidar, e assim, enquanto não me ajusto e insisto em minhas próprias polaridades, vou me desajustando em mim mesma e no mundo, e me fazendo ouvindo das mais variadas facetas de mim mesma que encontro nas falas e rostos e olhos alheios.
Que a vida que pulsa em mim, seja a vida que pulsa no mundo. Que o mundo continue a pulsar vida em mim. Que o mundo continue e eu passe, como tudo do mundo que passou por mim e me fez deixar de ser eu para ser outra mesma eu.
domingo, 1 de junho de 2014
FUCK IT ALL!!!!
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Mom,
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qualquer jeito,
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quinta-feira, 29 de maio de 2014
Clenil
A falta de ar que não faltara, por nunca ter sido mais que falta
A falta de ar que tomou lugar do desejo e sufocou
A mesma que confortou, conformou, confirmou
Enquanto os pulmões imploravam por ar.
A falta de ar chegou a definir
Condenou aos cantos, à sombra
Tirou enfoque, limitou o brilho, escondeu
A falta de ar não faltou
A falta de ar fazia falta quando nada faltava
Fazia diminuir o passo quando a corrida, promissora
Abandonar a quadra quando o time, ganhando
Atrasar para perdoar o bom desempenho
A falta faltou
Faltei eu
Falhou a tentativa de faltar
Completou
E agora?
A tua tão conhecida falta está indo embora.
Exija mais de teus pulmões, eles saberão o que é mais Ar!
A falta de ar que tomou lugar do desejo e sufocou
A mesma que confortou, conformou, confirmou
Enquanto os pulmões imploravam por ar.
A falta de ar chegou a definir
Condenou aos cantos, à sombra
Tirou enfoque, limitou o brilho, escondeu
A falta de ar não faltou
A falta de ar fazia falta quando nada faltava
Fazia diminuir o passo quando a corrida, promissora
Abandonar a quadra quando o time, ganhando
Atrasar para perdoar o bom desempenho
A falta faltou
Faltei eu
Falhou a tentativa de faltar
Completou
E agora?
A tua tão conhecida falta está indo embora.
Exija mais de teus pulmões, eles saberão o que é mais Ar!
terça-feira, 15 de abril de 2014
Transformações
Engraçado! Jamais pensei ser possível vivenciar tantas mudanças. Jamais me pude imaginar numa vivência tão amorosa desta lapidação do eu. Sempre a pensei possível, mas a sentir na concreta experiência tem sido algo único. Muita coisa em minha vida mudou, as minhas relações foram se tornando melhores, minha percepção de mim se tornando mais real, e eis que a parte mais bela e difícil foi tomando forma de maneira tão sutil.
Ao conviver, e tentar ouvir melhor, ver melhor e aprender, vim desenvolvendo uma faceta do sentimento humildade nunca antes atingida por mim. Passei a perceber melhor minhas falhas, meus buracos, e meus desleixos. Fui percebendo o quão minha imperfeição é parte importante da perfeita experiência de existir como sujeito protagonista da própria história. Assim, tenho vindo me descascando de mim, e derrapando nas curvas das minhas próprias incoerências, ando me confundindo com o outro, me perdendo na dimensão solitária dos meus devaneios, me encontrando capaz, finalmente capaz de modificar o meu eu. Eu ando andando!
E ela por perto, me amando, me ouvindo, respeitando, e por simplesmente ser ela e estar ao meu lado, me transformando de maneira que jamais possível sem ela ao meu lado!
Ao conviver, e tentar ouvir melhor, ver melhor e aprender, vim desenvolvendo uma faceta do sentimento humildade nunca antes atingida por mim. Passei a perceber melhor minhas falhas, meus buracos, e meus desleixos. Fui percebendo o quão minha imperfeição é parte importante da perfeita experiência de existir como sujeito protagonista da própria história. Assim, tenho vindo me descascando de mim, e derrapando nas curvas das minhas próprias incoerências, ando me confundindo com o outro, me perdendo na dimensão solitária dos meus devaneios, me encontrando capaz, finalmente capaz de modificar o meu eu. Eu ando andando!
E ela por perto, me amando, me ouvindo, respeitando, e por simplesmente ser ela e estar ao meu lado, me transformando de maneira que jamais possível sem ela ao meu lado!
domingo, 30 de março de 2014
He fell!
Contrário ao que todos diziam, possível ele se encantou pelo caos e se propôs o descontrole. Hesitou até onde seus freios o permitiram, listou os motivos pelos quais devia se impedir tal loucura, e também os motivos que levariam a falência tamanho investimento. Ele se revestiu de probabilidades ruins, enxergou apenas os defeitos e chorou a impossibilidade de vida.
Furação, tornado, ventania, vento, brisa, sopro... O sopro dela o levou dali, e o fez cair sentado em seu colo.
Ele não pode mais evitar, se jogou torto no seu amor falho, incerto, quanto ao certo, errado. Se jogou no que não fazia sentido, apenas sentido, sentiu! Sentiu o toque, sentiu o cheiro, sentiu o calor, sentiu a falta, sentiu o tom, sentiu o que sentiu, sem saber sentir!
Mesmo os que mais falam do amor, hora são emudecidos por ele!
Furação, tornado, ventania, vento, brisa, sopro... O sopro dela o levou dali, e o fez cair sentado em seu colo.
Ele não pode mais evitar, se jogou torto no seu amor falho, incerto, quanto ao certo, errado. Se jogou no que não fazia sentido, apenas sentido, sentiu! Sentiu o toque, sentiu o cheiro, sentiu o calor, sentiu a falta, sentiu o tom, sentiu o que sentiu, sem saber sentir!
Mesmo os que mais falam do amor, hora são emudecidos por ele!
Portas
Tem portas que não se pode esperar abrir, algumas não se tem nem mesmo como bater!
Existem barreiras que, mesmo com tudo aproximando, simplesmente distanciam; Existem verdades que de tão cristalizadas se tornam as mais bizarras mentiras, mas ainda assim intransponíveis.
É irônico como meu olhar se negou a enxergar, por tanto tempo, que o amor muitas vezes não é o suficiente. E negou ainda que por tantas vezes me fora negado a oportunidade de amar, simplesmente por ser diferente.
Sem ter consciência dessas vivencias, sentia apenas a dor que elas me causavam, e com o tempo essa dor foi tendo corpo e um dia percebi sua fonte. Mas habilidade impar que tenho eu em fingir que é melhor, fui acreditando que era eu quem queria muito espaço, que era eu quem não me contatava, fui me encolhendo num canto, enquanto via as portas fechadas e não tinha condições de tentar, novamente, bater.
A dor foi sendo ouvida, ao ouvi-la não mais pude negá-la. E então agi, encarei, enfrentei. Encontrei portas que achava que estariam impossibilitadas de se abrirem entreabertas, já a minha espera, portas que adentrei e fui muito bem recebida, mas a porta que eu julgava mais importante estava completamente trancada.
Lamentei, chorei, desisti. Não valeria a pena esperar, sem jamais saber se a porta abriria. Sabia merecer bem mais... Minha porta estava aberta a tanto tempo, então parti com a minha porta aberta em busca de algo outro.
Nesse meio tempo me apropriei e também anestesiei minha dor. Comecei a achar que talvez fosse eu também a causadora das portas que me fechavam, que de alguma forma eu buscava portas que estariam fechadas, e ainda acho.... Não sei porque... Isso sequer me faz sentido racional. Mas, é o que existe.
Me vejo tentando ponderar, tentando respeitar, entender, e dar tempo ao tempo. E o que me faz tentar mais e melhor é o fato de que vejo, desta vez, a principal porta aberta. E mais, vejo também ela batendo na minha porta e esperando ela se abrir... Temos descoberto nossos mundos, e posso dizer que seu mundo me é incrível.
Existem barreiras que, mesmo com tudo aproximando, simplesmente distanciam; Existem verdades que de tão cristalizadas se tornam as mais bizarras mentiras, mas ainda assim intransponíveis.
É irônico como meu olhar se negou a enxergar, por tanto tempo, que o amor muitas vezes não é o suficiente. E negou ainda que por tantas vezes me fora negado a oportunidade de amar, simplesmente por ser diferente.
Sem ter consciência dessas vivencias, sentia apenas a dor que elas me causavam, e com o tempo essa dor foi tendo corpo e um dia percebi sua fonte. Mas habilidade impar que tenho eu em fingir que é melhor, fui acreditando que era eu quem queria muito espaço, que era eu quem não me contatava, fui me encolhendo num canto, enquanto via as portas fechadas e não tinha condições de tentar, novamente, bater.
A dor foi sendo ouvida, ao ouvi-la não mais pude negá-la. E então agi, encarei, enfrentei. Encontrei portas que achava que estariam impossibilitadas de se abrirem entreabertas, já a minha espera, portas que adentrei e fui muito bem recebida, mas a porta que eu julgava mais importante estava completamente trancada.
Lamentei, chorei, desisti. Não valeria a pena esperar, sem jamais saber se a porta abriria. Sabia merecer bem mais... Minha porta estava aberta a tanto tempo, então parti com a minha porta aberta em busca de algo outro.
Nesse meio tempo me apropriei e também anestesiei minha dor. Comecei a achar que talvez fosse eu também a causadora das portas que me fechavam, que de alguma forma eu buscava portas que estariam fechadas, e ainda acho.... Não sei porque... Isso sequer me faz sentido racional. Mas, é o que existe.
Me vejo tentando ponderar, tentando respeitar, entender, e dar tempo ao tempo. E o que me faz tentar mais e melhor é o fato de que vejo, desta vez, a principal porta aberta. E mais, vejo também ela batendo na minha porta e esperando ela se abrir... Temos descoberto nossos mundos, e posso dizer que seu mundo me é incrível.
quinta-feira, 27 de março de 2014
--_--_--_--_Morte!
Eu sei que irei morrer!
Caminho para o precipício, muda. Posso ouvir apenas meu coração e as folhas secas, que piso com pés descalços. Não ouço mais meus pensamentos, eles se foram de mim, e agora me resta apenas o vazio de não se saber.
Não choro, são as lágrimas que vazam de meus olhos inchados e cansados das tantas noites mal dormidas. Sigo em passos lentos de quem não tem outra escolha a não ser ser.
Paro na beira do penhasco. Não há quem possa me ouvir, me ver, muito menos me tocar. Agora sou apenas eu e a crua natureza. Sei que é este o caminho certo, o caminho que me colocará de fato em contato com a vida. O difícil é ter coragem para viver, antes da vida, a morte.
Diante dos últimos 30 centímetros de chão sob meus pés, exito entre as escolhas de dar apenas um passo ou saltar rumo ao vazio do ar. Meu corpo apático decide por mim, dando meu último passo, e então despencando meu corpo desfalecido no vazio do nada.
Morro!
E tento renascer na esperança de adquirir asas, ou mesmo escamas que me ensinem outra forma de me locomover!
Caminho para o precipício, muda. Posso ouvir apenas meu coração e as folhas secas, que piso com pés descalços. Não ouço mais meus pensamentos, eles se foram de mim, e agora me resta apenas o vazio de não se saber.
Não choro, são as lágrimas que vazam de meus olhos inchados e cansados das tantas noites mal dormidas. Sigo em passos lentos de quem não tem outra escolha a não ser ser.
Paro na beira do penhasco. Não há quem possa me ouvir, me ver, muito menos me tocar. Agora sou apenas eu e a crua natureza. Sei que é este o caminho certo, o caminho que me colocará de fato em contato com a vida. O difícil é ter coragem para viver, antes da vida, a morte.
Diante dos últimos 30 centímetros de chão sob meus pés, exito entre as escolhas de dar apenas um passo ou saltar rumo ao vazio do ar. Meu corpo apático decide por mim, dando meu último passo, e então despencando meu corpo desfalecido no vazio do nada.
Morro!
E tento renascer na esperança de adquirir asas, ou mesmo escamas que me ensinem outra forma de me locomover!
segunda-feira, 24 de março de 2014
O tempo O homem e Ela
Tic- Tac... Tac -Toc
O tempo passa, pessoas correm
Esqueceram de avisar que apenas o tempo não morre
O tempo quantifica, determina, limita
Só o céu sabe o preço da alma que grita
O tempo foi dado, o homem findado
Na hora perfeita pro encontro marcado
O tempo é senhor, escravo, invenção
Velocidades inversas para mente e coração
O tempo corre, pessoas passam
Num descompasso de quando todos caçam
O tempo ecoa, recua, destoa
E apenas se encontram com o tempo os que se permitem "a toa"
O tempo passou, e me assoprou para fora da alma
Cai no corpo, beijei o céu, e me apaixonei pela calma
Ao meu lado a imensidão do todo que se faz nada
Nadei no devaneio dos olhos, perfeita tela
Seu medo da morte e do tempo dependurados na janela
Esperando a vida, o riso e talvez o gozo o levarem para longe dela
Tão belo é seu riso de finos lábios que pareceu a vida conquistar
Numa ensolarada tarde, uma ventania a fez arrepiar
Soprou numa só rajada seu medo para escuridão
Para que ele jamais a dominasse, ela o veria em certa ocasião:
Sempre que seus olhos enxergassem a arte apenas guiados por seu coração.
O tempo aliou, alinhou, alí
Ela domina a vida, o riso, o sentir
O tempo passa, pessoas correm
Esqueceram de avisar que apenas o tempo não morre
O tempo quantifica, determina, limita
Só o céu sabe o preço da alma que grita
O tempo foi dado, o homem findado
Na hora perfeita pro encontro marcado
O tempo é senhor, escravo, invenção
Velocidades inversas para mente e coração
O tempo corre, pessoas passam
Num descompasso de quando todos caçam
O tempo ecoa, recua, destoa
E apenas se encontram com o tempo os que se permitem "a toa"
O tempo passou, e me assoprou para fora da alma
Cai no corpo, beijei o céu, e me apaixonei pela calma
Ao meu lado a imensidão do todo que se faz nada
Nadei no devaneio dos olhos, perfeita tela
Seu medo da morte e do tempo dependurados na janela
Esperando a vida, o riso e talvez o gozo o levarem para longe dela
Tão belo é seu riso de finos lábios que pareceu a vida conquistar
Numa ensolarada tarde, uma ventania a fez arrepiar
Soprou numa só rajada seu medo para escuridão
Para que ele jamais a dominasse, ela o veria em certa ocasião:
Sempre que seus olhos enxergassem a arte apenas guiados por seu coração.
O tempo aliou, alinhou, alí
Ela domina a vida, o riso, o sentir
quinta-feira, 13 de março de 2014
Como amar e fugir dos clichês?
Talvez tenha algum jeito, mas ainda não o alcancei. O máximo que já atingi foi não falar sobre. Largo mão dessa tentativa que me impede de me expressar e me jogo agora na descrição feita por esses olhos apaixonados!
Ela é fascinante!! Não raramente me olha profundo nos olhos, e algumas vezes, quando esse olhar é em busca de um resposta melhor, ela pisca um pouco mais demorado e entorta levemente a cabeça. Essa entortadinha de cabeça que ela faz é algo muito dela e que em diferentes intensidades pode revelar muito do seu humor. Falando em seu humor, ela é das pessoas de humor mais leve que já conheci. As vezes até me surpreendo com a capacidade que ela tem de se manter de bom humor e me parece que seu segredo está numa manutenção constante de um forte otimismo.
Manutenção essa que, as vezes, a faz realmente evitar certos assuntos...Aqueles que ela não conseguirá manter o otimismo porque ela ainda não está bem resolvida com eles. Ri ao escrever isso, porque sei que se ela estivesse me ouvindo dizê-lo, primeiro pediria para eu explicar melhor e em seguida diria que ela pode ser isso, sim, mas não é só isso, e logo citaria o comportamento oposto e diria que as vezes também o emite.
É incrível esse jeito nosso de trocar amor, porque depois de tanto tempo ouvindo ela responder desse jeitinho que descrevi às minhas tentativas de descrevê-la, eu finalmente aprendi a aceitar que ela está realmente certa! Eu não vou conseguir apreendê-la! Ai ai, haja maturidade para amar essa mulher, pois lidar com o "não-apreendido", com o Real em sua concretude e a "não-previsão" não é nada simples! E isso que ela ainda diz se acha menina!! rsrs
De menina ela tem mesmo algumas coisas, e eu amo todas elas! Eu amo o desprendimento com o qual ela consegue dançar do nada, principalmente enquanto cozinha, ou anda de um comodo ao outro, como que numa tentativa dela de espantar o tédio que ela sente ao executar as atividades cotidianas, que aliás já são fortes aliadas para a tirar do tédio de fazer nada, ou de fazer apenas uma atividade! Meu deus, só de lembrar do como essa garota faz um milhão de coisas ao mesmo tempo eu já me canso...hahahaha ..E ainda estou esperando uma amostra do "as vezes eu fico sem fazer nada também" e do " tem dia que eu fico só curtindo preguiça o dia todo"... Até hoje todos os dias por elas descritos como preguiçosos que eu me recordo eram acompanhados de coisas como, "ai fizemos bolo, fomos ao mercado, assistimos filmes e seriados e lavei a louça". Mas quer saber, eu adoro esse jeito dela todo serelepe, só tenho medo que o oposto que trago em mim possa nos encher. rsrs
Acabei de me tocar que estou correndo o risco de causar grande intriga porque estou aqui justamente a descrevendo, e ela parece não gostar, como já disse, mas caso ela venha a ler, já deixo de antemão (para meu receio não continuar acabando com o fluxo de minha expressão) o registro de que eu tenho plena consciência de que ela não é o tempo todo de uma mesma maneira, e que apenas estou falando de algumas marcas dela, que são muito dela, mas que também estão enviesadas por mim e meu olhar apaixonado.
Comecei a escrever esse texto ontem e resolvi terminar hoje, porém obviamente o fim dele se deu ontem mesmo... Esse último parágrafo vem então apenas para explicar esse final súbito, sem aparência de final, que deixou de colocar para as palavras as tantas outras várias coisas que me fascinam nela!
Talvez tenha algum jeito, mas ainda não o alcancei. O máximo que já atingi foi não falar sobre. Largo mão dessa tentativa que me impede de me expressar e me jogo agora na descrição feita por esses olhos apaixonados!
Ela é fascinante!! Não raramente me olha profundo nos olhos, e algumas vezes, quando esse olhar é em busca de um resposta melhor, ela pisca um pouco mais demorado e entorta levemente a cabeça. Essa entortadinha de cabeça que ela faz é algo muito dela e que em diferentes intensidades pode revelar muito do seu humor. Falando em seu humor, ela é das pessoas de humor mais leve que já conheci. As vezes até me surpreendo com a capacidade que ela tem de se manter de bom humor e me parece que seu segredo está numa manutenção constante de um forte otimismo.
Manutenção essa que, as vezes, a faz realmente evitar certos assuntos...Aqueles que ela não conseguirá manter o otimismo porque ela ainda não está bem resolvida com eles. Ri ao escrever isso, porque sei que se ela estivesse me ouvindo dizê-lo, primeiro pediria para eu explicar melhor e em seguida diria que ela pode ser isso, sim, mas não é só isso, e logo citaria o comportamento oposto e diria que as vezes também o emite.
É incrível esse jeito nosso de trocar amor, porque depois de tanto tempo ouvindo ela responder desse jeitinho que descrevi às minhas tentativas de descrevê-la, eu finalmente aprendi a aceitar que ela está realmente certa! Eu não vou conseguir apreendê-la! Ai ai, haja maturidade para amar essa mulher, pois lidar com o "não-apreendido", com o Real em sua concretude e a "não-previsão" não é nada simples! E isso que ela ainda diz se acha menina!! rsrs
De menina ela tem mesmo algumas coisas, e eu amo todas elas! Eu amo o desprendimento com o qual ela consegue dançar do nada, principalmente enquanto cozinha, ou anda de um comodo ao outro, como que numa tentativa dela de espantar o tédio que ela sente ao executar as atividades cotidianas, que aliás já são fortes aliadas para a tirar do tédio de fazer nada, ou de fazer apenas uma atividade! Meu deus, só de lembrar do como essa garota faz um milhão de coisas ao mesmo tempo eu já me canso...hahahaha ..E ainda estou esperando uma amostra do "as vezes eu fico sem fazer nada também" e do " tem dia que eu fico só curtindo preguiça o dia todo"... Até hoje todos os dias por elas descritos como preguiçosos que eu me recordo eram acompanhados de coisas como, "ai fizemos bolo, fomos ao mercado, assistimos filmes e seriados e lavei a louça". Mas quer saber, eu adoro esse jeito dela todo serelepe, só tenho medo que o oposto que trago em mim possa nos encher. rsrs
Acabei de me tocar que estou correndo o risco de causar grande intriga porque estou aqui justamente a descrevendo, e ela parece não gostar, como já disse, mas caso ela venha a ler, já deixo de antemão (para meu receio não continuar acabando com o fluxo de minha expressão) o registro de que eu tenho plena consciência de que ela não é o tempo todo de uma mesma maneira, e que apenas estou falando de algumas marcas dela, que são muito dela, mas que também estão enviesadas por mim e meu olhar apaixonado.
Comecei a escrever esse texto ontem e resolvi terminar hoje, porém obviamente o fim dele se deu ontem mesmo... Esse último parágrafo vem então apenas para explicar esse final súbito, sem aparência de final, que deixou de colocar para as palavras as tantas outras várias coisas que me fascinam nela!
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
|\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\......
Trincou, a tranca trancada
Trancado ficou o trico
Tranquei-me na imensidão do não
Perdi-me no vazio do demais
O sentido não fora dado
O mapa claramente traçado
Mapa sem fronteiras
Rios que eram bebidos por quase apenas um
Todas terras dela
Todas dela
Tudo dela
Pois precisava dessa ilusão para dar sentido a imensidão do vazio que trazia no peito
Veneno
Andei bebendo veneno
Andei, eu mesma, entornando o copo... Eu Mesma!
Talvez não por ser difícil para ela, mas sim para mim
Talvez eu também não aprendi a ser minha
Chave pendurada, sem utilidade, servindo como bandeira de uma fronteira conquistada quando, na verdade, foi uma bandeira de ameaça de guerra por independência.
Such a Baby
Such a crying baby!
Trancado ficou o trico
Tranquei-me na imensidão do não
Perdi-me no vazio do demais
O sentido não fora dado
O mapa claramente traçado
Mapa sem fronteiras
Rios que eram bebidos por quase apenas um
Todas terras dela
Todas dela
Tudo dela
Pois precisava dessa ilusão para dar sentido a imensidão do vazio que trazia no peito
Veneno
Andei bebendo veneno
Andei, eu mesma, entornando o copo... Eu Mesma!
Talvez não por ser difícil para ela, mas sim para mim
Talvez eu também não aprendi a ser minha
Chave pendurada, sem utilidade, servindo como bandeira de uma fronteira conquistada quando, na verdade, foi uma bandeira de ameaça de guerra por independência.
Such a Baby
Such a crying baby!
domingo, 9 de fevereiro de 2014
Saudade anda me irritando. Me tirando do sério e me obrigando a perceber o quão idiota pode ser o estado da paixão. Uma espera contínua por algo que nada supre a não ser a presença vivida e tocada!
Vivi, amadureci um bocado em diversos aspectos, e então vem a saudade e me coloca diretamente em contato com uma criança interna birrenta que não aceita o fato de as coisas não serem em seu tempo!
Nada tem mais potencial para me irritar do que eu mesma! Ando insuportável para mim mesma!
Loucura! Pura insanidade é a razão na desrazão!
Encara-se, olhando seus olhos ao espelho, cabelos despenteados, rugas, olheiras e tinta marcando um rosto ainda sem forma. Quer intensamente se despedir do que vê, virar as costas e jamais se dar conta. Mas a imagem refletida paralisa!
Aquilo que um dia foi congelado agora se faz intacto a sua frente. - Medíocre! Não consegue se mexer! Seus olhos inquietos tentam falar de uma verdade que vai além daquela dor de ser "si próprio", daquele desespero despertado pela nudez egóica, antes protegida pela fragilidade da arrogância, da mais valia pessoal, ou mesmo do outro, sujeito responsável por todos os males. Agora é só, agora não há mais como fugir. És só com tua imensidão, e com sua consciência já não mais protegida de sua imensa fragilidade, de todos seus erros, e mais doídamente, de suas incoerências!
Seus olhos inquietos não conseguem revelar! Tudo se resume ao momento do agora, que paralisa por não saber mais quais caminhos trilhar!
Ao redor, mundos fantásticos, ilusórios, e imaginados, nada real, apenas possibilidades. Viu-se a si mesmo, e não se pode ver a realidade. Mergulhado num barril de vinho tinto, se fez menor, se embriagou, não pode se ver sangrar. Se ajudou, secou-se, agradeceu-se pelo bom vinho. E deitou-se nú ao luar.
O luar, que antes tudo costumava dizer e dar sentido, naquela noite se calou. Apenas brilhou a luz que não era dele, apenas refletiu a parte do sol que não o permitem olhar. O luar imponente, apenas luar era.
Gritou um grito doído de quem se sabia perdido. Finalmente perdido. Mas como se encontrar?
Por várias noites se embriagava e ouvia luar o falar novamente e dar-lhe sentido existencial, mas logo se recuperava e via que seu sentido devia vir de si mesmo.
Como podia pretender viver para a lua?? Como podia a lua ser responsável por lhe conferir sentido a vida?? Ele sempre soube que podia ser diferente. Foi o medo, o medo de tornar-se escravo de seu próprio desejo, escravo de seu prazer. Mais fácil tornar-se escravo do prazer alheio, e culpar a lua pelo desprazer próprio. Mas agora viu, e não consegue deixar de ver.
Encara-se, olhando seus olhos ao espelho, cabelos despenteados, rugas, olheiras e tinta marcando um rosto ainda sem forma. Quer intensamente se despedir do que vê, virar as costas e jamais se dar conta. Mas a imagem refletida paralisa!
Aquilo que um dia foi congelado agora se faz intacto a sua frente. - Medíocre! Não consegue se mexer! Seus olhos inquietos tentam falar de uma verdade que vai além daquela dor de ser "si próprio", daquele desespero despertado pela nudez egóica, antes protegida pela fragilidade da arrogância, da mais valia pessoal, ou mesmo do outro, sujeito responsável por todos os males. Agora é só, agora não há mais como fugir. És só com tua imensidão, e com sua consciência já não mais protegida de sua imensa fragilidade, de todos seus erros, e mais doídamente, de suas incoerências!
Seus olhos inquietos não conseguem revelar! Tudo se resume ao momento do agora, que paralisa por não saber mais quais caminhos trilhar!
Ao redor, mundos fantásticos, ilusórios, e imaginados, nada real, apenas possibilidades. Viu-se a si mesmo, e não se pode ver a realidade. Mergulhado num barril de vinho tinto, se fez menor, se embriagou, não pode se ver sangrar. Se ajudou, secou-se, agradeceu-se pelo bom vinho. E deitou-se nú ao luar.
O luar, que antes tudo costumava dizer e dar sentido, naquela noite se calou. Apenas brilhou a luz que não era dele, apenas refletiu a parte do sol que não o permitem olhar. O luar imponente, apenas luar era.
Gritou um grito doído de quem se sabia perdido. Finalmente perdido. Mas como se encontrar?
Por várias noites se embriagava e ouvia luar o falar novamente e dar-lhe sentido existencial, mas logo se recuperava e via que seu sentido devia vir de si mesmo.
Como podia pretender viver para a lua?? Como podia a lua ser responsável por lhe conferir sentido a vida?? Ele sempre soube que podia ser diferente. Foi o medo, o medo de tornar-se escravo de seu próprio desejo, escravo de seu prazer. Mais fácil tornar-se escravo do prazer alheio, e culpar a lua pelo desprazer próprio. Mas agora viu, e não consegue deixar de ver.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Vista!
Sempre presumi que haveria algo de mágico no contato com crianças bem pequeninas, mas nunca de fato soube dizer dessa magia ou mesmo inferir a seu respeito. Hoje tive a demostração de um desses momentos mágicos!
Estava eu trabalhando, quando uma menininha de apenas 2 aninhos virou pra mim, ainda se esforçando para lembrar meu nome que ela tinha repetido logo depois de mim a alguns minutos atrás, e perguntou-me: "Tata, você é menino ou menina?" Minha reação instantânea foi estranhar uma garotinha tão esperta não saber diferenciar meninos de meninas. E então lembrei a mim mesma que ela só tinha 2 anos e ainda estava realmente aprendendo a diferenciar. Devolvi a pergunta pra ela, tentando a ensinar: "Você acha que sou menino ou menina?" Ela então respondeu com os olhos vidrados e curiosos em mim, e com uma sinceridade absolutamente infantil "Você é menino ou meninaaa?"
Ela não tinha conseguido concluir se eu era menino ou menina e por isso apenas insistiu na pergunta. E eu... Eu respondi com o maior dos meus sorrisos do dia: "Menina, sou menina." Ela sorriu de volta e parou de me olhar.
Enquanto observava a ela e aos outros brincarem com massinha, vivi um devaneio que me marejou os olhos: Se eu tivesse respondido a pequena que eu sou um "menino" ela teria certamente me sorrido de volta e talvez, para ela, nada mudaria! Para a pequena não era obvio que eu era "menina", talvez por minhas brincadeiras serem diferentes das outras tias, que ela claramente identifica como "meninas", e isso a deixou confusa, mas não a fez julgar. Ela me olhava com olhos curiosos e cheios de amor.
Aquela pequena criança, que ainda está descobrindo o mundo, me fez chorar no caminho para casa, chorei de amor, chorei de alegria, chorei como criança, chorei porque me senti vista, me senti existente em essência. Aqueles olhos pequenos me viram nem homem nem mulher, aqueles olhos pequenos me viram!!!
Obrigada, pequena!!!
Estava eu trabalhando, quando uma menininha de apenas 2 aninhos virou pra mim, ainda se esforçando para lembrar meu nome que ela tinha repetido logo depois de mim a alguns minutos atrás, e perguntou-me: "Tata, você é menino ou menina?" Minha reação instantânea foi estranhar uma garotinha tão esperta não saber diferenciar meninos de meninas. E então lembrei a mim mesma que ela só tinha 2 anos e ainda estava realmente aprendendo a diferenciar. Devolvi a pergunta pra ela, tentando a ensinar: "Você acha que sou menino ou menina?" Ela então respondeu com os olhos vidrados e curiosos em mim, e com uma sinceridade absolutamente infantil "Você é menino ou meninaaa?"
Ela não tinha conseguido concluir se eu era menino ou menina e por isso apenas insistiu na pergunta. E eu... Eu respondi com o maior dos meus sorrisos do dia: "Menina, sou menina." Ela sorriu de volta e parou de me olhar.
Enquanto observava a ela e aos outros brincarem com massinha, vivi um devaneio que me marejou os olhos: Se eu tivesse respondido a pequena que eu sou um "menino" ela teria certamente me sorrido de volta e talvez, para ela, nada mudaria! Para a pequena não era obvio que eu era "menina", talvez por minhas brincadeiras serem diferentes das outras tias, que ela claramente identifica como "meninas", e isso a deixou confusa, mas não a fez julgar. Ela me olhava com olhos curiosos e cheios de amor.
Aquela pequena criança, que ainda está descobrindo o mundo, me fez chorar no caminho para casa, chorei de amor, chorei de alegria, chorei como criança, chorei porque me senti vista, me senti existente em essência. Aqueles olhos pequenos me viram nem homem nem mulher, aqueles olhos pequenos me viram!!!
Obrigada, pequena!!!
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
É um mundo prospero, onde se pode ser quem é, se pode errar, se pode confiar, se pode perder, porque se pode ganhar.
É um mundo real, onde o concreto se sobrepõe ao imaginário, onde a voz é mais forte que o pensamento, onde os gritos atraem olhares, e não apenas olhares, mas mãos que buscam ajudar.
É um mundo novo onde jamais pensei adentrar, onde há descontração, alegria, trabalho duro, vontade de crescer e de mudar.
Mudar vidas, mudando assim o mundo!
Preparando...
3...
2....
1....
É um mundo real, onde o concreto se sobrepõe ao imaginário, onde a voz é mais forte que o pensamento, onde os gritos atraem olhares, e não apenas olhares, mas mãos que buscam ajudar.
É um mundo novo onde jamais pensei adentrar, onde há descontração, alegria, trabalho duro, vontade de crescer e de mudar.
Mudar vidas, mudando assim o mundo!
Preparando...
3...
2....
1....
Por minutos achei injusto minha paz estar com ela. E quando me dei conta da ideia que houvera concluído achei aterrorizante! Como? Como podia minha paz estar em outra pessoa que não em mim mesma??
_ Pois é, minha cara! Bem vinda a mais um balanço causado pela paixão, que te tira de eixo, que te lança no outro e te impede de ser 100% sua!! Não tem mais jeito. Agora é dela e o que lhe resta é viver a saudade que te consome, a vontade que te faz viva e a ausência que te faz distante.
_ Pois é, minha cara! Bem vinda a mais um balanço causado pela paixão, que te tira de eixo, que te lança no outro e te impede de ser 100% sua!! Não tem mais jeito. Agora é dela e o que lhe resta é viver a saudade que te consome, a vontade que te faz viva e a ausência que te faz distante.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Livre!!
Amar Mais
Mais Mar
Mais May
Mais Mar
Mais May
A(o)mar
Ah, Mar!! Ah, May!! Ah, Mais!!!
Mais-Me
Mar-Me
May-Me
MaysAmar!
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
A Parte Escura
Tenho mesmo essa dificuldade de falar sem explicar. Parece mesmo que quando nasci o primeiro sinal de raciocineo que pude ter foi tentando explicar alguma coisa. Me sinto mal, pois isso me faz calar quando o que sinto não consegue por mim ser explicável, isso sem dizer nas vezes que complico toneladas por tentar explicar antes de simplesmente usar o nome comum, como ciúmes!
Não é fácil, não tem sido fácil minha relação com as palavras. Aqui estou eu que me propus a tentar simplesmente escrever livre como me vem a cabeça, mas estou aqui presa a explicação do como não consigo deixar de explicar!
Raios!
Vou começar novamente... Quem sabe...
Quero perto, muito perto, quero tanto que deixo longe. Longe temo, não seguro, e penso, sinto e penso. Sinto e penso, penso, penso. E o que sinto então me transborda! Tento explicar, mas as palavras correm de mim talvez espantadas pelo medo que sinto de pronunciá-las ou mesmo saber que existem!
Um dia me acreditei dona de mim, e esse dia foi uma ilusão! Um dia me acreditei fora de mim e esse dia foi apenas um sonho.
Tem vezes que esperar é dolorido, que trabalhar dá trabalho demais e que tudo que se gostaria era um pouco de inexistência. "Por favor, Garçom, Poderia me servir uma dose de inexistência? .....Que? Não acredito que acabou!..... Tá, Tá então, pode servir a dose de alienação mesmo."
A humanidade trás a angústia junto ao sopro da vida, por toda ela. Muitos filósofos passam toda a vida dissertando a cerca da existência: o que é, como é, se existe ou não... E então eles simplesmente morrem! Nada há que fazer com a vida a não ser vivê-la até o ponto em que não se precisará mais.
Montanha, vento, sol, e ainda assim gelado!
Curva, sopro, luz, e ainda assim...assim!
Não é fácil, não tem sido fácil minha relação com as palavras. Aqui estou eu que me propus a tentar simplesmente escrever livre como me vem a cabeça, mas estou aqui presa a explicação do como não consigo deixar de explicar!
Raios!
Vou começar novamente... Quem sabe...
Quero perto, muito perto, quero tanto que deixo longe. Longe temo, não seguro, e penso, sinto e penso. Sinto e penso, penso, penso. E o que sinto então me transborda! Tento explicar, mas as palavras correm de mim talvez espantadas pelo medo que sinto de pronunciá-las ou mesmo saber que existem!
Um dia me acreditei dona de mim, e esse dia foi uma ilusão! Um dia me acreditei fora de mim e esse dia foi apenas um sonho.
Tem vezes que esperar é dolorido, que trabalhar dá trabalho demais e que tudo que se gostaria era um pouco de inexistência. "Por favor, Garçom, Poderia me servir uma dose de inexistência? .....Que? Não acredito que acabou!..... Tá, Tá então, pode servir a dose de alienação mesmo."
A humanidade trás a angústia junto ao sopro da vida, por toda ela. Muitos filósofos passam toda a vida dissertando a cerca da existência: o que é, como é, se existe ou não... E então eles simplesmente morrem! Nada há que fazer com a vida a não ser vivê-la até o ponto em que não se precisará mais.
Montanha, vento, sol, e ainda assim gelado!
Curva, sopro, luz, e ainda assim...assim!
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Quando?
Quando foi que aprendeu a ter medo de se sujar? Quando aprendeu a se incomodar com o molhado da chuva, com o grude da areia, com o sopro do vento? Quando foi que perdeu gosto pelo tempero e passou a preferir o morno?
Quando? Quando que tudo foi?
Quando foi que passou a acreditar que insetos eram perigosos? Quando foi que decidiu que colorir um desenho no papel, que brincar com coloridas massinhas de modelar, ou mesmo correr num simples pega-pega já não eram mais tarefas para você?
Quando foi? Quando que tudo passou a passar?
Quando que desistiu de falar com os olhos e de olhar mais pro olhos do que para boca? Quando perdeu a habilidade de sorrir das sensações do corpo? Quando parou de chorar por simples frustração do desejo? Quando parou de dizer não só pra testar o sabor de dar limite ao mundo? Quando parou de acreditar que você também poderia dar os limites?
Quando passou? Quando que tudo parou?
Você respira, anda, pensa, mas não sabe que o faz. Você diz, olha, sente, mas não percebe. Você andou se esquecendo de esquecer e apenas viver, você andou.
Você andou porque foi
Por que foi?
Por que passar?
Por que parou?
Por que porquê?
Você não sabe nada do mundo, e jamais saberá. É o mundo que deve saber de você. Vá Logo Viver!
Quando? Quando que tudo foi?
Quando foi que passou a acreditar que insetos eram perigosos? Quando foi que decidiu que colorir um desenho no papel, que brincar com coloridas massinhas de modelar, ou mesmo correr num simples pega-pega já não eram mais tarefas para você?
Quando foi? Quando que tudo passou a passar?
Quando que desistiu de falar com os olhos e de olhar mais pro olhos do que para boca? Quando perdeu a habilidade de sorrir das sensações do corpo? Quando parou de chorar por simples frustração do desejo? Quando parou de dizer não só pra testar o sabor de dar limite ao mundo? Quando parou de acreditar que você também poderia dar os limites?
Quando passou? Quando que tudo parou?
Você respira, anda, pensa, mas não sabe que o faz. Você diz, olha, sente, mas não percebe. Você andou se esquecendo de esquecer e apenas viver, você andou.
Você andou porque foi
Por que foi?
Por que passar?
Por que parou?
Por que porquê?
Você não sabe nada do mundo, e jamais saberá. É o mundo que deve saber de você. Vá Logo Viver!
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