Eu sei que irei morrer!
Caminho para o precipício, muda. Posso ouvir apenas meu coração e as folhas secas, que piso com pés descalços. Não ouço mais meus pensamentos, eles se foram de mim, e agora me resta apenas o vazio de não se saber.
Não choro, são as lágrimas que vazam de meus olhos inchados e cansados das tantas noites mal dormidas. Sigo em passos lentos de quem não tem outra escolha a não ser ser.
Paro na beira do penhasco. Não há quem possa me ouvir, me ver, muito menos me tocar. Agora sou apenas eu e a crua natureza. Sei que é este o caminho certo, o caminho que me colocará de fato em contato com a vida. O difícil é ter coragem para viver, antes da vida, a morte.
Diante dos últimos 30 centímetros de chão sob meus pés, exito entre as escolhas de dar apenas um passo ou saltar rumo ao vazio do ar. Meu corpo apático decide por mim, dando meu último passo, e então despencando meu corpo desfalecido no vazio do nada.
Morro!
E tento renascer na esperança de adquirir asas, ou mesmo escamas que me ensinem outra forma de me locomover!
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