Sempre presumi que haveria algo de mágico no contato com crianças bem pequeninas, mas nunca de fato soube dizer dessa magia ou mesmo inferir a seu respeito. Hoje tive a demostração de um desses momentos mágicos!
Estava eu trabalhando, quando uma menininha de apenas 2 aninhos virou pra mim, ainda se esforçando para lembrar meu nome que ela tinha repetido logo depois de mim a alguns minutos atrás, e perguntou-me: "Tata, você é menino ou menina?" Minha reação instantânea foi estranhar uma garotinha tão esperta não saber diferenciar meninos de meninas. E então lembrei a mim mesma que ela só tinha 2 anos e ainda estava realmente aprendendo a diferenciar. Devolvi a pergunta pra ela, tentando a ensinar: "Você acha que sou menino ou menina?" Ela então respondeu com os olhos vidrados e curiosos em mim, e com uma sinceridade absolutamente infantil "Você é menino ou meninaaa?"
Ela não tinha conseguido concluir se eu era menino ou menina e por isso apenas insistiu na pergunta. E eu... Eu respondi com o maior dos meus sorrisos do dia: "Menina, sou menina." Ela sorriu de volta e parou de me olhar.
Enquanto observava a ela e aos outros brincarem com massinha, vivi um devaneio que me marejou os olhos: Se eu tivesse respondido a pequena que eu sou um "menino" ela teria certamente me sorrido de volta e talvez, para ela, nada mudaria! Para a pequena não era obvio que eu era "menina", talvez por minhas brincadeiras serem diferentes das outras tias, que ela claramente identifica como "meninas", e isso a deixou confusa, mas não a fez julgar. Ela me olhava com olhos curiosos e cheios de amor.
Aquela pequena criança, que ainda está descobrindo o mundo, me fez chorar no caminho para casa, chorei de amor, chorei de alegria, chorei como criança, chorei porque me senti vista, me senti existente em essência. Aqueles olhos pequenos me viram nem homem nem mulher, aqueles olhos pequenos me viram!!!
Obrigada, pequena!!!
Eita, que lindo!
ResponderExcluirCara, que lindo. Que lindo, que lindo!
Que lindooooooo