quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Ela partiu

Loucura
Raiva
Choro
Dor
Silêncio

 Acreditei que fosse possível não sentir, me iludi que já tinha sentido demais para sentir novamente. ME ENGANEI.

 Com voz de quem estava se divertindo antes da minha ligação, mais uma vez afirmando sentir o que eu não conseguia ver em sua expressão... Com voz suave ela me disse simplesmente "acho que não quero mais namorar"!

 Menos de 12 horas atrás me chamava de amor, menos de 12 dias atrás me dizia que iria casar comigo. Como pode o amor ser dito de maneira tão leviana. Pior que não consigo duvidar do amor, pois eu o sentia, mas estava certa quando questionei sua força. Era amor, mas não era forte.

 Ando tonteando pelos comodos da casa, perdida na nova organização que fui arremessada. E tudo que consigo me ouvir falar é "você sabia, sabia que ela faria isso! Soube desde o início que ela iria embora. Por que chorar agora que foi?"

 Rodo inquieta, e repito mentalmente, não consigo aceitar. Não consigo entender tamanha incoerência. Eu amo de outro jeito, e meu amor não se desfaz na dificuldade, meu amor olha para a dificuldade de frente e busca a superar.

Tolo amor que descia para a baixada santista no meio da semana com folhas de declarações de amor, apenas para surpreende-la e encantá-la. Tolo amor que acreditava e falava da poesia de seu corpo. Tolo amor, que agora busca um jeito desesperado de conseguir suicidar-se!

 Como é que se aprende a desamar? Como é que se deseapaixona?


Dói, eu choro, e sigo.

Porque a vida é mesmo isso, as vezes partimos, as vezes somos partidos.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Análise

O silêncio.


A espera.

Esperei e não estava lá. Confirmou-se então a fantasia do abandono. Na minha realidade, um fato. Na realidade dela, um desentendimento.
Mas se ela seria apenas reflexo do eu, então o que concluir?

RAIVA

As vezes, antes de crescer eu dou uma puta birra! E birra cabe raiva. Que bom que hoje dou birras, pois se elas existem é porque existe também desejo meu. Desejo que esteja em mim, e não apenas o desejo de ser o desejo do outro.

AINDA RAIVA

Como pude confiar, ou pior, condicionar meu cuidado a um outro qualquer? NÃO, EU ERRO. QUEM DEVE ME CUIDAR SOU EU. Eu nem a conheço, e ela é apenas profissional.
Mas da próxima vez que eu for lá me deitar eu terei que falar, e só de imaginar dói. Só no imaginar.


Eta louca, essa análise.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Homelher Mulhomem

Garoto Garota 
Garot >> o (ou) a 
 Crianças

Menino Menina
Menin >> o (ou) a
Crianças

Vestido NÃO choro NÃO emoção NÃO delicadeza NÃO vaidade NAO >> O
Esporte NÃO relaxo NÃO peso/força NÃO agressividade NÃO rivalidade NÃO >> A

===  RESULTADO ===

HOMEM MULHER
HOME>>M<<ULHER

Implantaram no corpo a dor social, a dor conjugal
A dor de estar no oposto, no distante, no dual


Homelher  Mulhomem

Memolhum  Relhemoh

Lhomume  Lhehom

Tantos poderiam ser
Tantos são
Tantos não queriam ser
Sabem o gosto da exclusão

Tantos, Tantos, e ainda tão poucos
Tantos, Tantos, Tantos e Eu

A dor de não se saber por terem o impedido tentar aprender


Tolo

Gostaria de dizer do declínio do apaixonado amor
Esse amor é egoísta, do egoísmo nasce a dor
Já ele nasce na fantasia, no ideal, na expectativa do expectador
É colocado naquele que não resiste ao seu olhar devorador
E se desmancha, se desfaz, assim que acalma o ardor

É então que arde, dói, como que comprimindo coração, fere como nada mais poderia ferir
Não por perder o amor, que logo é chamado de ilusão, mas por parte de si mesmo partir

Amor, dura ilusão! Doce de mais para se resistir
Veneno que nasce da sede de, até se suprir
Beba um gole e se deixe
Ouse se deixar e então saberá o que é existir
Pois ao levar-te ao fim, tu também irá construir

Amor, Ah, amor! Tolo sou eu que amo
Tolo sou eu, tão tolo!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Viu, o por-do-sol

Dois corpos nus
Ao horizonte, o oceano.
Em sintonia, as ondas se fazem nos corpos
Os corpos fazem as ondas
O barco, apenas acompanha as vibrações.

Curvas, Vento, Som

Cabelos longos, corpos morenos, delicados e femininos
Despiram-se um para o outro
Mas foi o por-do-sol quem assistiu
Ouviu os mais livre gritos do gozo
Corpos em tempestade agitada e incontível

Mãos, línguas, lábios inquietos
Suor, gemidos, palavras tremulas


O por-do-sol não foi lembrado, não foi exaltado
Naquele longo momento nenhum Deus existiu que não mulher,
Natureza suprema, só a delas: Ali, Deusas!