Não aceito mais essa sua violência! Essa sua ideia de proteção que parte do principio de um mundo violento onde ter força física ou um código de conduta masculino são os únicos atributos que de fato são capazes de proteger.
Não aceito mais essa sua arrogância intelectual que te faz me crer inocente, ou boba quando a compaixão está na base do meu raciocino, quando argumento contra sua estratégia egocêntrica de tirar vantagem para os seus iguais e para você com discursos distorcidos e reforçados pela lógica de competição.
Não mais baixarei meus olhos ao ver teu olhar de ódio ou desaprovação diante de meu posicionamento contrário ao seu. Não cederei por medo de uma possível punição ou mesmo simples medo de perder o seu amor, por te desagradar. Se seu amor for tão infantil que não consiga lidar com nossas diferenças, meu amor próprio terá de aprender a ser mais maduro e bancar romper com algumas relações em minha trajetória de vida.
Não mais te considerarei o centro da minha vida, abrindo mão de sair com minhas amigas, vestir as roupas que inclusive você admira em outras mulheres. Não vou abrir mão do estudo e do desenvolvimento profissional com medo de te perder caso eu seja "mais" ou tenha "mais", como sua lógica de competição geralmente o faz ler.
Por favor, tente entender o que estou dizendo aqui. São tantos nãos em minhas frases porque ainda estou aprendendo a compô-las; ainda estou aprendendo a ser isso que agora é projeto.
Não me entenda errado. Não ache que ao não mais baixar os olhos, vou agir como você e o encarar com raiva, não ache que tão pouco vou fazer do sucesso financeiro e profissional uma obrigação e algo que esteja no centro da minha sensação de satisfação pessoal.
Ao contrário. Eu quero o equilíbrio que toda essa divisão entre feminino e masculino me impediu de viver até hoje. Eu quero uma conexão com a terra, com o útero, com a criação e com o divino ao mesmo tempo que também quero a conexão com tigre e com a águia.
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