domingo, 7 de julho de 2013

Nossos momentos mudos

 É curioso que justo com você, que tem tudo com muitas palavras, que de certa maneira tem me apresentado o magnifico mundo dos sentidos escritos da poesia e da música, justo com você que trouxe sentido novo a minha escrita, justo com você tenho vivido os melhores momentos mudos.
 Os primeiros foram aqueles que seus olhos me olhavam e convidavam os meus a mergulharem em ti. Foi num destes primeiros momentos mudos que me joguei pra fora do mergulho e nos tirei do silêncio ao soltar a  conhecida frase: "Olhão!"...rsrs... É que naquele momento eu não suportei a intensidade do não dito que nos permeava.
 Depois de pouco tempo compartilhamos o silêncio à beira mar, e fiquei surpresa com o fato de que com você o silêncio não me incomodava, com você o silêncio não me incomoda! Naquele dia devo ter quebrado nossos momentos mudos com: "Como você é linda!" , mas não porque não suportei a intensidade, apenas porque achei injusto você não saber que mesmo com toda a beleza do espetacular litoral a me rodear naquele nosso momento mudo era sua a beleza que eu estava a contemplar. Aquele dia, teve um momento em que você estava tão linda que me fez sentir frio na barriga, que me causou riso. Claramente você não deixou meu riso escapar da sua curiosidade (que por sinal, diferente da minha, precisa de palavras pra ser sessada), eu respondi que tinha sentido frio na barriga, e tive a impressão de que você me achou um pouco louca pela expressão facial ( lugar da onde mato muito das minhas curiosidades, mas muito mais cheio de incertezas) q fez entre a minha resposta e a sua: "Que lindo isso, Tha! Achei lindo mesmo!"  Depois da resposta pensei que você pudesse ter se assustado com minha reação física e te disse que eu era assim mesmo, sentia muito no corpo também,  e você apenas repetiu a primeira parte da sua ultima fala.
 Muitos silêncios foram compartilhados, e muito foi dito também antes de nossos corpos se conversarem. Outro dos nossos grandes momentos mudos! Você me dizendo o que fazer e o que não fazer sem nenhuma palavra pronunciar, falando algo apenas quando eu ignorava, por travessura ou sede, o que estava sendo dito sem dizer.  Seu corpo e meu corpo dançaram juntos, e a canção que nos tomava a audição era superada ao passo que a música que saia da nossa dança me ensurdecia. E novamente ali, seus olhares me tomavam e me levavam para algum outro lugar, onde as palavras não são ditas e nem mesmo necessárias.
 Meus nossos momentos mudos favoritos incluem esses seus olhares que tanto me dizem, e tão bem me ouvem, mas surpreendentemente ontem vivemos um dos mais lindos deles, sem ter os olhares. Tive a sorte de tê-la tido tão perto quando um sentimento me invadiu a alma e me fez deixar sair da boca um baixo dizer: "eu te amo"! E não bastava a sorte de poder sentir e dizer, ainda tive a sorte de, devido a timidez de expressar meu sentimento, reencostar a cabeça em você e ter a deliciosa surpresa de ouvir seu coração mudar de ritmo. Não houve palavras neste momento, e agora palavras não há para descrever tal vivência.
 Tal vivência ... E que vivência. E o melhor é que não me imagino vivendo essa vivência com mais ninguém além de você. Só com você cabem nossos momentos mudos, pois eles só cabem em nós!
 E termino esse texto com as últimas linhas em branco, representando a ausência de palavras que preenche muito dos nossos dizeres, e talvez simbolizando qu



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