quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Vista!

 Sempre presumi que haveria algo de mágico no contato com crianças bem pequeninas, mas nunca de fato soube dizer dessa magia ou mesmo inferir a seu respeito. Hoje tive a demostração de um desses momentos mágicos!
 Estava eu trabalhando, quando uma menininha de apenas 2 aninhos virou pra mim, ainda se esforçando para lembrar meu nome que ela tinha repetido logo depois de mim a alguns minutos atrás, e perguntou-me: "Tata, você é menino ou menina?" Minha reação instantânea foi estranhar uma garotinha tão esperta não saber diferenciar meninos de meninas. E então lembrei a mim mesma que ela só tinha 2 anos e ainda estava realmente aprendendo a diferenciar. Devolvi a pergunta pra ela, tentando a ensinar: "Você acha que sou menino ou menina?" Ela então respondeu com os olhos vidrados e curiosos em mim, e com uma sinceridade absolutamente infantil "Você é menino ou meninaaa?"
 Ela não tinha conseguido concluir se eu era menino ou menina e por isso apenas insistiu na pergunta. E eu... Eu respondi com o maior dos meus sorrisos do dia: "Menina, sou menina." Ela sorriu de volta e parou de me olhar.
 Enquanto observava a ela e aos outros brincarem com massinha, vivi um devaneio que me marejou os olhos: Se eu tivesse respondido a pequena que eu sou um "menino" ela teria certamente me sorrido de volta e talvez, para ela, nada mudaria! Para a pequena não era obvio que eu era "menina", talvez por minhas brincadeiras serem diferentes das outras tias, que ela claramente identifica como "meninas", e isso a deixou confusa, mas não a fez julgar. Ela me olhava com olhos curiosos e cheios de amor.
 Aquela pequena criança, que ainda está descobrindo o mundo, me fez chorar no caminho para casa, chorei de amor, chorei de alegria, chorei como criança, chorei porque me senti vista, me senti existente em essência. Aqueles olhos pequenos me viram nem homem nem mulher, aqueles olhos pequenos me viram!!!

 Obrigada, pequena!!!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Corpo,
densidade,
idade,
 calamidade

Diagnostico,
 precariedade,
piedade,
   autoridade

Corpo,
 liberdade
intensidade
 cumplicidade

Dia
 momentaneidade
vivacidade
 ida 'dade'

domingo, 19 de janeiro de 2014

É um mundo prospero, onde se pode ser quem é, se pode errar, se pode confiar, se pode perder, porque se pode ganhar.
 É um mundo real, onde o concreto se sobrepõe ao imaginário, onde a voz é mais forte que o pensamento, onde os gritos atraem olhares, e não apenas olhares, mas mãos que buscam ajudar.
 É um mundo novo onde jamais pensei adentrar, onde há descontração, alegria, trabalho duro, vontade de crescer e de mudar.
 Mudar vidas, mudando assim o mundo!
 Preparando...
 3...
  2....
    1....
 Por minutos achei injusto minha paz estar com ela. E quando me dei conta da ideia que houvera concluído achei aterrorizante! Como? Como podia minha paz estar em outra pessoa que não em mim mesma??
  _ Pois é, minha cara! Bem vinda a mais um balanço causado pela paixão, que te tira de eixo, que te lança no outro e te impede de ser 100% sua!! Não tem mais jeito. Agora é dela e o que lhe resta é viver a saudade que te consome, a vontade que te faz viva e a ausência que te faz distante.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Livre!!


Amar Mais
Mais Mar
Mais May

Mais Mar
Mais May
A(o)mar

Ah, Mar!! Ah, May!! Ah, Mais!!!

Mais-Me
Mar-Me
May-Me


MaysAmar!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A Parte Escura

Tenho mesmo essa dificuldade de falar sem explicar. Parece mesmo que quando nasci o primeiro sinal de raciocineo que pude ter foi tentando explicar alguma coisa. Me sinto mal, pois isso me faz calar quando o que sinto não consegue por mim ser explicável, isso sem dizer nas vezes que complico toneladas por tentar explicar antes de simplesmente usar o nome comum, como ciúmes!
 Não é fácil, não tem sido fácil minha relação com as palavras. Aqui estou eu que me propus a tentar simplesmente escrever livre como me vem a cabeça, mas estou aqui presa a explicação do como não consigo deixar de explicar!
 Raios!
Vou começar novamente... Quem sabe...







 Quero perto, muito perto, quero tanto que deixo longe. Longe temo, não seguro, e penso, sinto e penso. Sinto e penso, penso, penso. E o que sinto então me transborda! Tento explicar, mas as palavras correm de mim talvez espantadas pelo medo que sinto de pronunciá-las ou mesmo saber que existem!
 Um dia me acreditei dona de mim, e esse dia foi uma ilusão! Um dia me acreditei fora de mim e esse dia foi apenas um sonho.
 Tem vezes que esperar é dolorido, que trabalhar dá trabalho demais e que tudo que se gostaria era um pouco de inexistência. "Por favor, Garçom, Poderia me servir uma dose de inexistência? .....Que? Não acredito que acabou!..... Tá, Tá então, pode servir a dose de alienação mesmo."
 A humanidade trás a angústia junto ao sopro da vida, por toda ela. Muitos filósofos passam toda a vida dissertando a cerca da existência: o que é, como é, se existe ou não... E então eles simplesmente morrem! Nada há que fazer com a vida a não ser vivê-la até o ponto em que não se precisará mais.
 Montanha, vento, sol, e ainda assim gelado!
 Curva, sopro, luz, e ainda assim...assim!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Quando?

 Quando foi que aprendeu a ter medo de se sujar? Quando aprendeu a se incomodar com o molhado da chuva, com o grude da areia, com o sopro do vento? Quando foi que perdeu gosto pelo tempero e passou a preferir o morno?
 Quando? Quando que tudo foi?
Quando foi que passou a acreditar que insetos eram perigosos? Quando foi que decidiu que colorir um desenho no papel, que brincar com coloridas massinhas de modelar, ou mesmo correr num simples pega-pega já não eram mais tarefas para você?
 Quando foi? Quando que tudo passou a passar?
Quando que desistiu de falar com os olhos e de olhar mais pro olhos do que para boca? Quando perdeu a habilidade de sorrir das sensações do corpo? Quando parou de chorar por simples frustração do desejo? Quando parou de dizer não só pra testar o sabor de dar limite ao mundo? Quando parou de acreditar que você também poderia dar os limites?
 Quando passou? Quando que tudo parou?
 Você respira, anda, pensa, mas não sabe que o faz. Você diz, olha, sente, mas não percebe. Você andou se esquecendo de esquecer e apenas viver, você andou.
  Você andou porque foi
 Por que foi?
 Por que passar?
 Por que parou?
Por que porquê?

Você não sabe nada do mundo, e jamais saberá. É o mundo que deve saber de você. Vá Logo Viver!