quarta-feira, 24 de julho de 2013

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 Como essa vida de neurótico é cansativa! E como poderia é simples sair dela se não fosse essa maldita neurose que complica. Ah, ironia da existência que faz cair qualquer chapéu! Em dias de vento parece bem divertido, mas em dias de chuva, molhar a cachola arranca riso nenhum!
 Como é que se faz pra arrancar esse chapéu sem vento nem chuva? Como é que se faz pra rir de qualquer careca, de qualquer cabelo desgrenhado, de qualquer? Mas rir de riso bom, de riso que faz ri junto, de riso que enamora!

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Uma parede à frente, ao lado uma muralha, atrás já se viu, e não se viveu e não se encontrou caminhos melhores que os que conduziram a esta parede atual. Na mochila, dúvidas, incertezas, incoerências, cegueiras. Na cabeça, cordas, lanterna, faca, alimentos e um isqueiro.
 Ainda haverá sobrevivência enquanto alimentos houver, mas não só de carne vive o homem, e se não tiver esperança a morte se dá antes na alma.
 Olha-se a muralha de baixo, aparenta imensidão impossível de se ultrapassar. Só há um caminho, então: Seguir em frente. Para, e observa novamente a parede. Ainda não a tocou, ainda não tentou ultrapassá-la, julga-se então se ela é de fato real. Qual a dificuldade que é real? A dificuldade real é a de andar só. A dificuldade real é a de não saber cantar, e tão pouco compor para a voz alheia.
 A feiura da parede com a qual se depara é surpreendente. Feiura, que agora sabida!

terça-feira, 23 de julho de 2013

 - As palavras são bonitas, né?
 - Sim, principalmente depois de você!

Ah, se você soubesse quanto andou trazendo novo significado para os detalhes da vida que me rodeiam!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Uiva

 - AAUUuuuuuuuuu!
 Uivou o lobo, louco lobo, que ao invés de à lua, uivou ao sol! Sábio lobo que uivou ao que encantou seu coração. Sábio louco lobo que todas as manhãs se põe a uivar ao sol.

- ...
 Essa manhã sábio louco lobo não uivou. Não foi sábio, não foi louco. Essa manhã, olhou o sol e quis apenas seu calor, mas não soube pedir. Achou que todos os outros dias que uivou já tinham feito o sol entender. Burro lobo, sem aquecer-se ficou. Racional lobo, que pensou que as nuvens impediriam seu som de chegar ao sol. Burro racional lobo que passou a noite com o frio no corpo que o sol não aqueceu pela manhã. Burro racional lobo que nunca saberá se seu uivar teria chegado o sol e o feito atravessar as nuvens para aquecer-lo!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Deixa Ser Horizontal

Com uma lua na carteira, outra no céu
A carta no criado, que ainda não fôra escrita
Ideias no travesseiro, chuva em sonho meu

Sentimento no corpo inteiro
E o não dizer aqui cercando
Muitas palavras se empilhando

Medidas incalculadas do saber
Espaços livres no pensar
Dias de cores, tão cores, que cheiros
Olhos que brilham a vida alimentada

Nada. Concluído.
Onde? Não se ouviu dizer.
Se não disseres, não será subentendido

Me permite segurar firme o que lhe parecer frouxo
Entrelaça sua canção na minha, e se perde em nossa partitura
Uma a uma, nossas notas já se embaralham, já é claro o laço
Sentes esta forte composição? Sabes o que tua letra queres te dizer?

Bolsos cheios de sons, sons cheios de nós duas, que um laço
Risos repletos do que não se pôde dizer, ou se impediu
Acaba com seu medo, Entregue-me-o  aqui
Chama, como quiser, eu água, nós vapor
O vapor, somente ele pode voar
Sopra-nos, a vida, na direção dos mais quentes ventos

                                                            C A I  S E M  M E D O  N O S  M E U S  B R A Ç O S

Anda!
Me entrega esses seus medos
Anda!
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Me confidencia de uma vez
Esse seu doce e resistente amor

                                                                         

                                                             Vem! E deixa de esconder na diagonal o que pode ser revelado na horizontal!

                                                                                   A M A - M E

WTF??

Talvez esta escrita não seja boa em falar poeticamente
 nem em dizer o que pretende sem dizer o que entende, ou vice versa
 a versa deste verso é descabida por talvez como criança ainda concretar
concreto no cimento, não se deixa voar, não se deixa 

Como é sonhado o dia que estes serão sabidos versar
sem linha da razão, mergulhados em metáforas e mesmo das metas fora
estes versos falarão de árvores no lugar de gente, de pedras no lugar amor
falarão bonito, e talvez em rima, falarão de trás pra frente e de baixo pra cima

Talvez também se façam mudo, e sua mudez ainda assim algo dirá
eles serão mais por não serem nada e assim poderem ser tudo
Já nem se sabe mesmo agora se fala-se deste escrito ou desta que estas palavras jorra
Versos de nada servem, pois que confuso, pois que difuso, pois que nada mais como outrora

terça-feira, 16 de julho de 2013

M de ...

... Mistério. A vida é repleto dele, mas um dos maiores e mais causador tanto de dor quanto de renovação é o mistério da Morte. A morte, única certeza na vida (todos morreremos) única completa incerteza da vida (existe o que depois da morte? Quando morrei?)  A questão é bem menos quanto ao que acontece depois dela e bem mais quanto ao que a precede.
 Imagine uma das pessoas que você mais ama, aquela pessoa que você pretende ter ao seu lado por todo o percurso da vida, essa pessoa pode ser um de seus pais, ou aquele irmão que te faz tão bem que esteja onde estiver, se em sua companhia, sentir-se-á em casa. Agora imagine-o sem vida. Imagine-o partindo para nunca mais voltar. Você nunca mais o tocará, nunca mais o verá, ouvirá, saberá.
 Raramente perdemos tempo de vida imaginando tais morbilidades, até porque, se assim o fizéssemos constantemente talvez nossa loucura se faria certa. Ninguém conseguiria viver com a dor do pedaço arrancado do peito. Ninguém suportaria o peso da plena consciência da morte! Por outro lado, pensar nela se faz importante. Nos faz dar atenção ao como vivemos nossas relações com aqueles ao nosso redor e até mesmo nossa curta, intensa e na maioria das vezes, medíocre relação com a vida.
 Ah! Como gostaria de viver mais! Ah! Como gostaria de viver melhor! Neste momento vivo a dor da plena consciência da morte. Morte minha, morte dos que amo. E como me dói pensar em não mais ter a oportunidade de tê-los por perto. E como me faz sentir quanto tempo tenho perdido por não amá-los mais e melhor. Passei pouco tempo com eles, dediquei-me pouco a conhecer alguns deles de alma.
 Sei não ter sido nem ser dificuldade só minha. Eles raramente pensam na morte. Por este motivo, por vezes, sofrem menos do que eu, acabam até por me julgar 'apreciadora do sofrer', por não compreenderem que na verdade aprecio é a vida, aprecio é a renovação, é o viver realmente satisfatório e não o viver achando-se eterno e deixando para amanhã o que realmente importa.
 Sinto que alguns deles têm deixado para amanhã a delicia de suas felicidades, sinto que alguns deles tem sonhado para o futuro, e vivido a busca pela realização desse sonho se esquecendo dos pormenores tão maiores de agora. Sinto que alguns deles tem se abandonado, se perdido na ideia de si que não foi renovada pela vida como o 'eu' verdadeiro não pode deixar de ser, sinto alguns apáticos, outros simplesmente distraídos. E muitas vezes sinto me parte disso tudo também.
 Entendo profundamente a dificuldade de se desvencilhar de tudo que nos prende nesse modo de viver que se julga eterno. Sinto-me igualmente afetada e ferida pelo mundo ao redor que, não raramente, me engessa e e me aprisiona nesta caverna  tentando me fazer crer que sombras são monstros e monstros, reais. Ah, Como entendo essa dor! E como entendo a dor ainda maior ao perceber que na realidade as correntes são mais fáceis de se tirar do que se pensa, mas que assim que começar a livrar-se delas sentir-se-á só.
 Só, nesse caminho misterioso que é a vida; só, nessa batalha por uma vivencia mais livre e menos anestesiada. Só, por não ser compreendido, e principalmente por não conseguir se fazer compreender.
 Certamente encontrará aqueles semelhantes que também buscam por esta outra vivencia da vida, vivência que não nega a morte, e ainda assim, por muitas vezes, se sentirá só, pois este caminho interno é muito interno para te poupar completamente da sua solidão.  Aprender a lidar com finitude, com infinitude, solidão, relação; Aprender a lidar com a vida, grandiosa, esta preciosa missão!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Aquele Sim

Perguntaria mais outras milhões de vezes apenas para ver novamente aquele sorriso e ouvir aquele 'SIIIM'
O sorriso mais lindo! O 'sim' mais sonoro e musical!
Perguntaria mais outras milhões de vezes apenas para sentir novamente aquela abrupta felicidade que senti
Meus olhos umedeceram de felicidade, e meu lábio secou no riso que insistia em não se desfazer!

 Mas o novamente não existirá e nisso está o doce da vida. Buscarei por outros risos iguais ou maiores seus, e tentarei das mais variadas formas manter a intensidade do sim, e dos brilhos em nossos olhos. A delicia de viver é a busca pela vida. E ao seu lado tenho tido muito mais vida!


domingo, 7 de julho de 2013

Nossos momentos mudos

 É curioso que justo com você, que tem tudo com muitas palavras, que de certa maneira tem me apresentado o magnifico mundo dos sentidos escritos da poesia e da música, justo com você que trouxe sentido novo a minha escrita, justo com você tenho vivido os melhores momentos mudos.
 Os primeiros foram aqueles que seus olhos me olhavam e convidavam os meus a mergulharem em ti. Foi num destes primeiros momentos mudos que me joguei pra fora do mergulho e nos tirei do silêncio ao soltar a  conhecida frase: "Olhão!"...rsrs... É que naquele momento eu não suportei a intensidade do não dito que nos permeava.
 Depois de pouco tempo compartilhamos o silêncio à beira mar, e fiquei surpresa com o fato de que com você o silêncio não me incomodava, com você o silêncio não me incomoda! Naquele dia devo ter quebrado nossos momentos mudos com: "Como você é linda!" , mas não porque não suportei a intensidade, apenas porque achei injusto você não saber que mesmo com toda a beleza do espetacular litoral a me rodear naquele nosso momento mudo era sua a beleza que eu estava a contemplar. Aquele dia, teve um momento em que você estava tão linda que me fez sentir frio na barriga, que me causou riso. Claramente você não deixou meu riso escapar da sua curiosidade (que por sinal, diferente da minha, precisa de palavras pra ser sessada), eu respondi que tinha sentido frio na barriga, e tive a impressão de que você me achou um pouco louca pela expressão facial ( lugar da onde mato muito das minhas curiosidades, mas muito mais cheio de incertezas) q fez entre a minha resposta e a sua: "Que lindo isso, Tha! Achei lindo mesmo!"  Depois da resposta pensei que você pudesse ter se assustado com minha reação física e te disse que eu era assim mesmo, sentia muito no corpo também,  e você apenas repetiu a primeira parte da sua ultima fala.
 Muitos silêncios foram compartilhados, e muito foi dito também antes de nossos corpos se conversarem. Outro dos nossos grandes momentos mudos! Você me dizendo o que fazer e o que não fazer sem nenhuma palavra pronunciar, falando algo apenas quando eu ignorava, por travessura ou sede, o que estava sendo dito sem dizer.  Seu corpo e meu corpo dançaram juntos, e a canção que nos tomava a audição era superada ao passo que a música que saia da nossa dança me ensurdecia. E novamente ali, seus olhares me tomavam e me levavam para algum outro lugar, onde as palavras não são ditas e nem mesmo necessárias.
 Meus nossos momentos mudos favoritos incluem esses seus olhares que tanto me dizem, e tão bem me ouvem, mas surpreendentemente ontem vivemos um dos mais lindos deles, sem ter os olhares. Tive a sorte de tê-la tido tão perto quando um sentimento me invadiu a alma e me fez deixar sair da boca um baixo dizer: "eu te amo"! E não bastava a sorte de poder sentir e dizer, ainda tive a sorte de, devido a timidez de expressar meu sentimento, reencostar a cabeça em você e ter a deliciosa surpresa de ouvir seu coração mudar de ritmo. Não houve palavras neste momento, e agora palavras não há para descrever tal vivência.
 Tal vivência ... E que vivência. E o melhor é que não me imagino vivendo essa vivência com mais ninguém além de você. Só com você cabem nossos momentos mudos, pois eles só cabem em nós!
 E termino esse texto com as últimas linhas em branco, representando a ausência de palavras que preenche muito dos nossos dizeres, e talvez simbolizando qu



sábado, 6 de julho de 2013

A CARTA que EU nunca enviarei, mas também NÃO GUARDAREI para te dar.

 Fazendo a limpeza daquilo que não tem mais serventia alguma, e-mails antigos de remetentes diversos, de passado. Me deparei com um e-mail seu. Que gosto amargo me trouxe a boca, que lágrimas doídas me trouxe aos olhos.
 Você me ensinou muito, vivi alguns dos momentos que considerei mais felizes da minha vida na época, aprendi vontade e a coragem de sentir, falar e ouvir "eu te amo", aprendi os primeiros passos da saudade que aperta e dói o peito, aprendi a reconhecer brilho nos olhos, aprendi a chorar de alegria, a viver num mundo irreal, aprendi o nosso sexo e nosso amor, aprendi o conflito, aprendi a sonhar junto, aprendi a querer tão bem o outro ao ponto de se importar menos com fato do bem do outro me doer (e como doeu, e como me ensinou a reconhecer e respeitar meus limites).
 Com o tempo fui aprendendo coisas bem difíceis, aprendi aquela nossa dificuldade de viver tão perto e ter de negociar decisões simples como "Vamos assistir filme na minha ou na sua casa?", aprendi a minha dor de ver que os sonhos as vezes não são juntos - "Meu sonho é ter um filho!" -"Filhos? Credo! Eu não quero filhos!". Aprendi que só amar não é suficiente, porque amor é muito importante, mas apenas uma das facetas que sustentam uma relação, e quando outras coisas faltam esse amor vai se desgastando, se modificando, e pode chegar a uma forma de amor muito peculiar, que é essa que sinto por você agora.
 Você fez parte da minha história, esteve ao meu lado enquanto me constituía mulher, enquanto temia ser adulta, enquanto tentava viver mais e melhor, você esteve lá. Nem sempre dando suporte, nem sempre sendo o que eu precisava que você fosse, nem sempre realmente lá, mas até suas faltas me permitiram quem sou hoje, e como sou feliz por ter conseguido chegar aqui, porque hoje sei ser um alguém melhor que ontem fui, mas ainda pior do que almejo ser.
 Por sua importância em minha história, pela relação de quase 5 anos de amizade, e por tudo que vivemos juntas, seria impossível não te amar. A falta existiu, porque existiu muitos excessos e logo meu amor por ti se modificou. Te amo como quem ama uma grande amiga que a vida levou para longe! Te amo com essa nostalgia que a história da vida de cada um trás pra si. Te amo com... Te amo? Sim, te amo, mas desse jeito terno mesmo, sem saber se amo mesmo a você ou à história e às marcas dessa desta que compomos juntas.
 Isso tudo me é precioso, o que me fez vir escrever-te não foi isso, foi isso que aqui dentro de alguma forma me dói, que é saber que jamais veremos esse sentimento da mesma maneira. A vida nunca te levou para longe, foi você quem fez questão de fechar portas e janelas, pois meu amor, hoje amigo, lhe é veneno.
 Não posso evitar a saudade de uma amiga que dividi anos, dos mais importantes da minha vida, mas muitas das vezes que me deparo com esses resquícios do passado que me fazem lembrar você e me trazem essa saudade, me forço a lembrar que talvez não seriamos amigas por sermos diferentes de mais, porque sei das suas janelas cerradas, sei das suas portas trancadas para esse amor amigo, então me coloco a lembrar de todas as dificuldades que eu tinha ao me relacionar com você, de como era intrincada  nossa comunicação, como nos machucávamos ao tentar nos entender, e aí fico mais tranquila.
 Como agora estou.
 Não te envio este escrito porque não quero veneno algum em sua vida. Se houve um motivo maior para deixarmos de estar juntas ele foi a busca por nossas felicidades, que já não era possível sustentarem uma a outra, logo quero sua felicidade como quero a minha, e para tanto, me parece que a minha distância, meu silêncio são necessários. Mas ainda assim tive que escrever para colocar pra fora, para livrar-me, continuando a me preencher de vida, já que não é mesmo costume meu preencher-me de história, tão pouco de resquícios dela.
 Obrigada por um dia ter estado aqui, obrigada por suas qualidades e seus defeitos que me foram dever de casa, obrigada por ter me levado a perceber melhor e a descobrir muitas de minhas qualidades e de meus defeitos, obrigada por nosso história, e por ter me preparado para meu presente.
 Penso em você e faço um pedido ao universo desejando que seu caminho esteja tão iluminado quanto o meu, que você tenha se encontrado fora da dor do luto pela história que acabou, que você tenha ganhado forças disso tudo, como ganhei, e que não tenha perdido a crença no amor, como eu não perdi. Desejo que você encontre um alguém especial no seu caminho que seja ambiente para o amor reflorescer em sua vida.
 Com todo meu carinho, a você Gabriela.

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"Saber o caminho que iremos trilhar é diferente de trilhar o caminho"
Uma das diversas frases presentes em 'Matrix' que me fizeram e ainda fazem viajar acerca dessa imensa experiência que é a vida!
 Este filme foi provavelmente minha primeira apresentação filosófica da vida, e certamente, dado a essa forma como o internalizei, modificou-me profundamente. O filme foi lançado em 1999, mas lembro-me de tê-lo assistido em 2000, assim sendo eu tinha apenas 11 anos e me recordo claramente da minha sensação ao final do filme. Eu sentia - "Nooooossaa!!! Que incrível!!! Tenho que assistir de novo pq tem um monte de coisa legal que esse filme fala sobre a vida q eu concordo!! E então pensava- "Mas do que esse filme fala? Nossa! =( Tenho mesmo que assisti de novo porque eu não entendi nada!!!" E voltava a sentir- " Mas que ele é muito bom ele é!".
 Como é engraçada essa capacidade que desenvolvi no decorrer da vida de entender sem entender..rsrs.. é como se o meu 'sentir' fosse mais inteligente que o meu 'pensar', e acabo vivendo esse 'saber sem saber' do mundo e das coisas, que vive me colocando em enrascadas e me tirando delas!


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Ultimamente tenho tido essa vontade de escrever maior do que de costume. Provavelmente dado ao ócio acadêmico que as férias tem me proporcionado! Ah! Como é bom ter a mente livre para criar, pensar, e construir sem ter que se preocupar com reprodução de capital cultural ou acumulo de conteúdo!
 Penso como deve ser cursar uma faculdade de filosofia. E viver o exercício deste pensar e construir ainda atrelado a excreção de conteúdo exigido por nossas "fábricas de pensadores" intituladas por instituições de ensino! Deve ser um verdadeiro desafio!
 Me ouço ao paço que penso e escrevo e chego a conclusão obvia de que, certamente, este blog já não tem mais cara de blog meeeeesmo. Tem cara é do caderno debaixo da minha cama mesmo.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

minhas palavras me entortam elas

 Não. Realmente não consigo concordar que meus "textos" são bons. Talvez aqueles que me esforço para criar, que penso e escolho cuidadosamente as palavras até mereceriam tal comentário, mas estes são mesmo exceções, isso sem dizer que alguns, mesmo com meu genuíno esforço, sequer chegam a cruzar a linha do medíocre.
 Mas sempre me perdoo. Me perdoo porque minha relação com as palavras é bem particular. Para mim elas são tão complexas e pouco lógicas quanto qualquer outra relação que teve e doou coragem para se sair da superficialidade, e quando penso isso acho minha relação com as palavras algo belo. Porque certamente enfrentamos todo o medo que causávamos uma na outra, por sermos bem estranhas e vivermos desconstruindo e inventando (muitas vezes inventando tudo "errado", que hoje facilmente com 2 erres por pura convivência, enquanto o "enrrolado" vive ganhando esse erre a mais de mim mesmo visitando com bastante constância), e conseguimos viver uma relação um pouco mais íntima.
 Essa relação íntima com as palavras, que sei que hoje tenho (e das minhas mais conflituosas), veio a afirmar o que já pensava das mais variadas relações: "Relações superficiais podem ser mais fáceis, mas são mesmo as íntimas as mais revigorantes, e as que mais trazem novo sentido a vida e as experiências (claro que com a ressalva de que tal sabor tão doce não vem sem nenhum custo)".
 Custos a parte, penso agora nos ganhos... Penso que hoje, finalmente deixei o caderno, e minhas palavras fluem mais soltas na velocidade trazida pela tecnologia. Hoje saí do anonimato, inicialmente mantido escondido com chaves, e posteriormente, por muito tempo,escondido embaixo da cama. Hoje escrevo minhas palavras tortas, me mostro em minha estranha forma de ver, compreender e vomitar o mundo de volta pra ele mesmo depois de ter passado por mim. Hoje me encaro com minha feiura, com minha esquisitice, e já não sei se ainda almejo fineza que um dia almejei.
 Eita! É incrível perceber como minha relação com as palavras tem a ver com minha relação comigo mesma! Neste momento tendo a pensar que Lacan estava muito certo (e digo na cara-de-pau de quem nunca leu, nem conheceu, mas ainda assim afirma) quando disse algo como as palavras terem a força para fazer existir e destruir o homem e suas possibilidades de ser.
 Me lembro então de uma profunda conversa com um muito querido amigo meu, na qual concluímos que psicologia e literatura tem tudo a ver, chegando a cogitar a possibilidade de uma ser algo como um tipo de  ramificação da outra. Mas quanto a este raciocínio, deixarei para um outro momento, assim como deixamos,  meu amigo e eu, para que não fugíssemos do ponto central da conversa ;)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Eu antes de dormir costumava viver oração
Ela, ouvia a dela tão dela canção
Esta noite fui pra cama com a oração de sua cançao

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Rara Vida

A vida foi tão rara, que sentiu ardor
Viveu do desamor, escassez sem cor, sem sabor
Nasceu por cinestesia, viveu por inercia, morreu sem ter dor

A vida foi tão rara , que sentiu selada
Viveu d'água dada, da chuva pingada, molhada
Correu sem destino, tropeçou sem cair, não parou, foi parada

A vida foi tão rara, que sentiu supressão
Viveu explosão, cansou de opressão, entrou contra-mão
Virou esquina qualquer, rasgou toda diretriz, seguiu só arte e coração

A vida foi tão rara, que sentiu extasiada
Viveu de risada, de história contada, vida saboreada
Contemplou paisagens, se perdeu em sons, amou e foi amada

A vida foi tão rara, que sentiu gratidão
Que sentiu infinito, que  imensidão
A vida foi tanto, que sentiu agraciada
Que sentiu tudo, que sentiu nada

A vida foi tão rara de tanto que sentiu
que pensou, que sonhou, que viu
Vida rara que lhe sorriu
 Que da escassez se despiu

A vida foi rara por ser mesmo rara a vida
A quem a enxerga, atrivida
A quem dela esconde, tolhida
A todos, vida vivida

terça-feira, 2 de julho de 2013

That's probably not what I think...

 I've watched to so many love movies, and I've kept on wondering what this thing of searching for a soul mate could be. I think most part of the time I get under this kind of questioning because I'm feeling insecure or anything like that. But what if it isn't? What if these are the only moments I've really got sanity enough to be rational and reasonable? What if this thing of loving somebody being the only way to happiness is pure bullshit passed from generation to generation? If love were one of the greatest feelings, even being compared to very addicting drugs, if it really were this great, would it hurt this much as well? And if drugs are prohibited why isn't love?
 The thing is, I really believe in love, really find it beautiful in many many ways, actually, the bad parts of it is usually more related to what people misdid to the good parts than to anything else. But my only problem with love is with it's timing, that seems to never match my expectations. NO, That's probably not my Only issue with love, but it's definitely one of them.
 Who was that big liar who said loving was easy? It's not easy at all! Actually, it's quite complicated!