quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

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Trincou, a tranca trancada
Trancado ficou o trico
Tranquei-me na imensidão do não
Perdi-me no vazio do demais
O sentido não fora dado
O mapa claramente traçado
Mapa sem fronteiras
Rios que eram bebidos por quase apenas um
Todas terras dela
Todas dela
Tudo dela
Pois precisava dessa ilusão para dar sentido a imensidão do vazio que trazia no peito

Veneno
Andei bebendo veneno
Andei, eu mesma, entornando o copo... Eu Mesma!

Talvez não por ser difícil para ela, mas sim para mim
Talvez eu também não aprendi a ser minha
Chave pendurada, sem utilidade, servindo como bandeira de uma fronteira conquistada quando, na verdade, foi uma bandeira de ameaça de guerra por independência.

Such a Baby
Such a crying baby!

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Saudade anda me irritando. Me tirando do sério e me obrigando a perceber o quão idiota pode ser o estado da paixão. Uma espera contínua por algo que nada supre a não ser a presença vivida e tocada! 
 Vivi, amadureci um bocado em diversos aspectos, e então vem a saudade e me coloca diretamente em contato com uma criança interna birrenta que não aceita o fato de as coisas não serem em seu tempo! 
 Nada tem mais potencial para me irritar do que eu mesma! Ando insuportável para mim mesma!
Loucura! Pura insanidade é a razão na desrazão!
Encara-se, olhando seus olhos ao espelho, cabelos despenteados, rugas, olheiras e tinta marcando um rosto ainda sem forma. Quer intensamente se despedir do que vê, virar as costas e jamais se dar conta. Mas a imagem refletida paralisa!
 Aquilo que um dia foi congelado agora se faz intacto a sua frente. - Medíocre! Não consegue se mexer! Seus olhos inquietos tentam falar de uma verdade que vai além daquela dor de ser "si próprio", daquele desespero despertado pela nudez egóica, antes protegida pela fragilidade da arrogância, da mais valia pessoal, ou mesmo do outro, sujeito responsável por todos os males. Agora é só, agora não há mais como fugir. És só com tua imensidão, e com sua consciência já não mais protegida de sua imensa fragilidade, de todos seus erros, e mais doídamente, de suas incoerências!
 Seus olhos inquietos não conseguem revelar! Tudo se resume ao momento do agora, que paralisa por não saber mais quais caminhos trilhar!


 Ao redor, mundos fantásticos, ilusórios, e imaginados, nada real, apenas possibilidades. Viu-se a si mesmo, e não se pode ver a realidade. Mergulhado num barril de vinho tinto, se fez menor, se embriagou, não pode se ver sangrar. Se ajudou, secou-se, agradeceu-se pelo bom vinho. E deitou-se nú ao luar.
 O luar, que antes tudo costumava dizer e dar sentido, naquela noite se calou. Apenas brilhou a luz que não era dele, apenas refletiu a parte do sol que não o permitem olhar. O luar imponente, apenas luar era.
 Gritou um grito doído de quem se sabia perdido. Finalmente perdido. Mas como se encontrar?
 Por várias noites se embriagava e ouvia luar o falar novamente e dar-lhe sentido existencial, mas logo se recuperava e via que seu sentido devia vir de si mesmo.
 Como podia pretender viver para a lua?? Como podia a lua ser responsável por lhe conferir sentido a vida?? Ele sempre soube que podia ser diferente. Foi o medo, o medo de tornar-se escravo de seu próprio desejo, escravo de seu prazer. Mais fácil tornar-se escravo do prazer alheio, e culpar a lua pelo desprazer próprio. Mas agora viu, e não consegue deixar de ver.