- Talvez não saiba fazer as perguntas certas!
- Mas quais seriam as perguntas que deveria ter feito, então?
- Bom, que fossem me dar as respostas que eu queria ouvir, nenhuma, meu amigo. Pois as respostas que eu procuro não são respostas faláveis.
- Pois é! Não entendo o porquê que ainda pergunto para tentar ouvir dizer do que apenas deveria ser vivido!
- Calma! Não se exija tanto.
- 'Acalmar-me', Não preciso disso! Afinal, quanta calma se precisa? Quanta calma ainda me falta?
- Depressa, então?!
- Pressa?
- Represa
Presa
Uma hora
Sede a sede
Perde
O rumo e...
Ama sem fim
Ama enfim
Ama e fim
AMA
...
FIM
Cheguei a construir títulos que fizessem caber o discurso de mim, e agora chego ao ponto de necessitar livrar-me deles, transpor-los, transcendê-los.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
A Praça Dos Pássaros Passados
Pássaros não sentem como ti
Não pensam ou agem como si
Pássaros apenas pássaros são
Pássaros voam e pássaros vão
Se pretendes um pássaro cativar
Não penses em dar-te o teu lar
Podes até alimentá-lo e tua sede saciar
Dê o que quiseres, ainda isso não o fará ficar
Pássaros não se cultivam
pois pássaros sabem o que é voar
Você para o pássaro deu praça
Mas pássaro por lá passa em vão
Sua pressa em suprir, em doar
Trouxe a tu(a) praça solidão
Derruba teu concreto, desfaz deste teu banco
revira este teu solo e começa teu replanto
Replanta as árvores, que nelas galhos
Replanta as flores, que nelas cores
Replanta a vida, que nela pássaro
Aprenda, cuida, saiba o todo cultivar
talvez pássaro venha então não para passar
Não pensam ou agem como si
Pássaros apenas pássaros são
Pássaros voam e pássaros vão
Se pretendes um pássaro cativar
Não penses em dar-te o teu lar
Podes até alimentá-lo e tua sede saciar
Dê o que quiseres, ainda isso não o fará ficar
Pássaros não se cultivam
pois pássaros sabem o que é voar
Você para o pássaro deu praça
Mas pássaro por lá passa em vão
Sua pressa em suprir, em doar
Trouxe a tu(a) praça solidão
Derruba teu concreto, desfaz deste teu banco
revira este teu solo e começa teu replanto
Replanta as árvores, que nelas galhos
Replanta as flores, que nelas cores
Replanta a vida, que nela pássaro
Aprenda, cuida, saiba o todo cultivar
talvez pássaro venha então não para passar
sábado, 17 de agosto de 2013
O que mais?
O que desperta o maior dos sorrisos, o que tem feito meus olhos brilhar mais, o que tem feito mais falta, o que tem feito mais falta;
Racionalidade, cautela, respeito, espera, e nenhum deles deles sentimento? Talvez não há mesmo muito espaço pra sentimento nem em mim, nem no mundo. Não há espaço pra quem não sabe lidar com eles.
Uma vez já tudo foi sentido, sem sentido algum, logo fez todo sentido do mundo. Mas o sentido é ilusão que a razão destrói. A razão me destruiu e agora me constrói.
Qual o preço dessa construção? Como não secar?
Quando cega, tudo parecia mais fácil, parecia saber falar, parecia saber escolher, parecia saber viver, as sombras eram lindas, felizes. Agora as sombras são apenas sombras, que as vezes na busca por um pouco de paz se confundem com o real, mas logo voltam a se mostrar apenas sombras.
Quais são esses caminhos que estou me levando? Quais são esses caminhos?
E o que quer minha alma que caiba apenas a mim? O que quer minha alma?
Aprendendo a ser sujeito do desejo... Por tanto tempo enganada, tanto tempo escondida, tanto tempo tempo...tanto tempo... e quanto tempo mais? Quanto tempo mais?
Preciso de um tempo do tempo! Preciso que o tempo me deixe em paz e pare de me fazer esperar. Coloco no tempo culpa que é minha, para conseguir continuar a me amar. Como posso? Como?
Racionalidade, cautela, respeito, espera, e nenhum deles deles sentimento? Talvez não há mesmo muito espaço pra sentimento nem em mim, nem no mundo. Não há espaço pra quem não sabe lidar com eles.
Uma vez já tudo foi sentido, sem sentido algum, logo fez todo sentido do mundo. Mas o sentido é ilusão que a razão destrói. A razão me destruiu e agora me constrói.
Qual o preço dessa construção? Como não secar?
Quando cega, tudo parecia mais fácil, parecia saber falar, parecia saber escolher, parecia saber viver, as sombras eram lindas, felizes. Agora as sombras são apenas sombras, que as vezes na busca por um pouco de paz se confundem com o real, mas logo voltam a se mostrar apenas sombras.
Quais são esses caminhos que estou me levando? Quais são esses caminhos?
E o que quer minha alma que caiba apenas a mim? O que quer minha alma?
Aprendendo a ser sujeito do desejo... Por tanto tempo enganada, tanto tempo escondida, tanto tempo tempo...tanto tempo... e quanto tempo mais? Quanto tempo mais?
Preciso de um tempo do tempo! Preciso que o tempo me deixe em paz e pare de me fazer esperar. Coloco no tempo culpa que é minha, para conseguir continuar a me amar. Como posso? Como?
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Festas, desprendimento, diversão
Festas incríveis e pessoas jovens incrivelmente desprendidas de repressões moralistas fortemente enraizadas na sociedade. Muitos julgam absurdo, alguns julgam demoníaco, eu já julguei admirável e em certa medida invejável.
Julgaria até hoje não fosse minha experiência como parte desse mundo. Havia chegado num ponto que nada tinha mais a perder, e que podia então, escolher a maneira como levaria a vida. Para que perder tempo admirando e invejando o que eu não vivia se eu podia viver o que admirava?
Comecei a sair bem mais que o de costume e a tentar o desprendimento. Foi então que me deparei com a decepção! Pensei que o desprendimento fosse real, pensei que as pessoas fossem abertas umas às outras, e se permitissem proximidade e comunicação um pouco mais desprendida. Pensei que dançassem mais livremente, que cantassem mais alto, que conseguissem pensar menos no que aqueles a sua volta pensassem delas. Como fui ingênua!! Como fui romântica!! Tais coisas não existiam!
Na verdade elas existiam sim, mas num recorte muito específico. Elas existiam quando banhadas a álcool e, geralmente não apenas, pois só o álcool parecia não desinibir tanto assim. A maioria era banhado a drogas!
Muitos jovens escondidos atrás das mascaras que acreditavam usar quando estavam 'doidões' e que, de certa forma, protegia suas identidades verdadeiras dos 'vexames' que eles se prestariam! Eles conheciam muitas pessoas, faziam muitos 'amigos', dançavam e cantavam insanamente sem se importar com os olhares que os cercavam, e viviam sua sexualidade de maneira mais natural e mais liberta. Mas no outro dia, muitas vezes, se quer se recordavam do que fizeram, e mesmo que se recordassem julgavam aqueles atos como pertencentes a esta 'pseudopersonalidade' deles mesmos, se eximindo de qualquer responsabilidade por aquelas vivencias, e ajudando a sociedade a manter a rígida repressão que impede que eles vivenciem tudo aquilo sem suas mascaras!
Eu também tive minhas experiências de máscaras do álcool, e acredito que ainda terei outras. Não me arrependo de nenhuma das vivencias, mas trago comigo essa forte decepção. Pois me nego a ter de colocar uma máscara para ser 'livre'. Me nego a ter de me esconder de mim mesma para conhecer e me aproximar de pessoas livremente. Tenho tentado a vivencia dessa insanidade de ser humana e um pouco mais livre para dançar e cantar. E o mais engraçado é que muitos olham para mim e perguntam, vezes com palavras claras, vezes apenas com o olhar intrigado:
- "Sob o uso de qual droga você está?"
E eu silenciosamente respondo:
- "Estou sob o uso da vida! Tomei nada mais que uma dose de filosofia, outra de experiência, e vários shots de coragem. Delícia é estar embriagado de si mesmo!"
Julgaria até hoje não fosse minha experiência como parte desse mundo. Havia chegado num ponto que nada tinha mais a perder, e que podia então, escolher a maneira como levaria a vida. Para que perder tempo admirando e invejando o que eu não vivia se eu podia viver o que admirava?
Comecei a sair bem mais que o de costume e a tentar o desprendimento. Foi então que me deparei com a decepção! Pensei que o desprendimento fosse real, pensei que as pessoas fossem abertas umas às outras, e se permitissem proximidade e comunicação um pouco mais desprendida. Pensei que dançassem mais livremente, que cantassem mais alto, que conseguissem pensar menos no que aqueles a sua volta pensassem delas. Como fui ingênua!! Como fui romântica!! Tais coisas não existiam!
Na verdade elas existiam sim, mas num recorte muito específico. Elas existiam quando banhadas a álcool e, geralmente não apenas, pois só o álcool parecia não desinibir tanto assim. A maioria era banhado a drogas!
Muitos jovens escondidos atrás das mascaras que acreditavam usar quando estavam 'doidões' e que, de certa forma, protegia suas identidades verdadeiras dos 'vexames' que eles se prestariam! Eles conheciam muitas pessoas, faziam muitos 'amigos', dançavam e cantavam insanamente sem se importar com os olhares que os cercavam, e viviam sua sexualidade de maneira mais natural e mais liberta. Mas no outro dia, muitas vezes, se quer se recordavam do que fizeram, e mesmo que se recordassem julgavam aqueles atos como pertencentes a esta 'pseudopersonalidade' deles mesmos, se eximindo de qualquer responsabilidade por aquelas vivencias, e ajudando a sociedade a manter a rígida repressão que impede que eles vivenciem tudo aquilo sem suas mascaras!
Eu também tive minhas experiências de máscaras do álcool, e acredito que ainda terei outras. Não me arrependo de nenhuma das vivencias, mas trago comigo essa forte decepção. Pois me nego a ter de colocar uma máscara para ser 'livre'. Me nego a ter de me esconder de mim mesma para conhecer e me aproximar de pessoas livremente. Tenho tentado a vivencia dessa insanidade de ser humana e um pouco mais livre para dançar e cantar. E o mais engraçado é que muitos olham para mim e perguntam, vezes com palavras claras, vezes apenas com o olhar intrigado:
- "Sob o uso de qual droga você está?"
E eu silenciosamente respondo:
- "Estou sob o uso da vida! Tomei nada mais que uma dose de filosofia, outra de experiência, e vários shots de coragem. Delícia é estar embriagado de si mesmo!"
domingo, 4 de agosto de 2013
Durante o documentário "9 star hotel"
Presos na mágica da mediocridade de rotinas diárias. Alienados em buscas individuais pela comprovação da felicidade. Esquecendo-se da grandiosidade que só o detalhe constrói, da fortaleza que nasce no compartilhar da fraqueza, da mesquinhez embutida no ato do acumulo material.
Perdidos na cegueira de suas dores anestesiadas, na utopia de culturas diferentes inexistentes, no completo ignorar de outras realidades. Realidades tantas mais duras, tantas mais plenas, tantas mais, tantos mais vivem e tantos ignoram.
Num continente do outro lado do mundo, pessoas matando por ideias militares e políticos, se esquecendo que embaixo da farda, da bandeira e da dura casca moral esculpida pelo estado existe um ser humano. Pessoas vivendo situações absolutamente precárias tanto lá quanto cá, a ética se tornando utopia, a realidade de dura exploração, viver parecendo missão de sobrevivência e direitos apenas garantidos àqueles que garantam respeito a ordem social vigente determinada pelo consumo.
Triste realidade que talvez não se possa mesmo se fazer ver por ser insuportável a dor que esta produziria. Medíocre a curta medida de nosso amor, de nosso olhar, de nosso fazer. Medíocre nossa percepção da vida e nossa real ação para a melhoria dela. Como compreender os mistérios que cercam a tal realidade? Mistérios infinitos!
Triste realidade que talvez não se possa mesmo se fazer ver por ser insuportável a dor que esta produziria. Medíocre a curta medida de nosso amor, de nosso olhar, de nosso fazer. Medíocre nossa percepção da vida e nossa real ação para a melhoria dela. Como compreender os mistérios que cercam a tal realidade? Mistérios infinitos!
Presos, perdidos, medíocres esperançosos estamos todos nós!
Mesmo com céus repletos de nebulosidade a luz se faz forte. Se revelando incrível a capacidade do ser humano, mesmo nas situações mais macabras de dificuldade que se pode viver na vida, ainda achar espaço para o riso, para a música e para a esperança, que é alimento da vida!
Ainda temos o riso, a música, a esperança. Que tenhamos mais! Porque de muito mais precisamos e precisam em nós.
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