Com ela sinto esse medo, pela primeira vez. Medo de beija-la, e medo de jamais beija-la. Pela primeira vez temo envolver-me, e passo a entender o que já ouvi de muitas falas amigas, as quais eu aconselhava a entregarem-se à paixão.
Medo de viver, medo de deixar de viver. Medo de me entregar a isso tudo em vias de fato, de alma, sentido e tato, e depois me perder de mim, por assim tornar-me incapaz de me enxergar. Ela me parece incrível, mas é minha própria história que me diz que é muito possível que eu me machuque demais.
Estou em piripaque. Por isso eu me impeço claramente de agir. Me impeço de tornar isso real. Não posso tornar real, porque se for ruim este doce sabor irá acabar, e se for bom posso me perder nisso e assim também doer.
Pela primeira vez na vida, quanto a isso, vejo-me covarde. E estou esforçando-me para acolher minha covardia.
Vou me concertar e então descobrir se ela ainda caberá, se é real ou uma doce ilusão.
E quem é que nunca sentiu isso, mesmo sabendo que sempre vale a pena dizer que sim?
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