Mais de um ano desde a ultima postagem. Tive de fato overdose de mim mesma. Talvez não exatamente de mim mesma, mas daquilo que eu estava podendo ser naquele momento. Um ano? Como pode ter sido apenas um ano? Sinto como se o tempo tivesse se esticado em sua máxima extensão, como que um fio feito de borracha tomando o triplo de sua proporção ao ser levado aos seus extremos. Eu Cheguei aos meus extremos! Extremos de um processo de desconstrução. E como qualquer desconstrução, causou barulho, levantou poeira, deixou marcas, e muita desorganização.
Percebo ao meu redor entulhos, peças enormes de concreto ao chão, pedaços de ferro expostos, muito pó, muita bagunça, muita incerteza. Ao ignorar o pó do chão posso ainda perceber o belo mármore que o compõe, reveste e protege. Está aí minha base. Novas colunas, porém dever se erguer, novas paredes, novos ferros, dessa vez certamente devem ter mais janelas, mais portas e algumas passagem secretas. Quero uma das paredes de um dos andares mais altos feita de vidro, com um bela, pesada e clássica cortina cor de vinho que com a luz solar se mostrará levemente alaranjada. Dessa vez quero mais flores em meu jardim, quero mais quadros em minha parede, mais ar em meus pulmões.
Desta vez planejarei cuidadosamente também minhas mobílias. Não quero banheira, quero piscina com luzes decorativas e dosador térmico; não quero copos, quero taças, xícaras e canecas finas e discretas; não quero prateleiras de escritório, quero escritório de prateleiras; desta vez não excessos, nem escassez, quero abundância dosada na necessidade.
Estou vivendo a limpeza dos meus restos, o re-reconhecimento de minhas bases, e a reconstrução de mim mesma parte a parte, comodo por comodo, o mais próximo q posso ser de mim mesma com a pretensão de não mais ter de demolir, mas de manter eternas reformas.